quarta-feira, 22 de junho de 2011

Monarco

Mestre na arte de fazer e defender o verdadeiro SAMBA, Monarco, como sempre, foi perfeito em seus depoimentos no Seminário "Carnaval, que festa é esta", que está sendo realizado no CCBB!
Depoimentos:
Disputa de Samba
Monarco, que fez questão de dizer que não acompanha mais as disputas de samba, bateu na tecla da aceleração de andamento que o gênero sofreu nas últimas décadas. Apesar disso, ele parabenizou quem continua escrevendo samba-enredo:
- A velocidade que os sambas ganharam acabou com a desenho melódico característico deles. Era muito bonito, hoje não é mais. Eu não faço essa linha de samba. Minhas músicas são tristes, melancólicas. Não existe nada, em lugar nenhum, dizendo que um samba tem que ser alegre. Ele tem que vir do coração.
Outras Escolas
O compositor portelense lembrou que já fez sambas para o Unidos de Jacarezinho e a Unidos de Padre Miguel, mas justificou sua ação:
- Nunca fiz samba para escola que concorresse com a Portela. Uma vez levei uma bronca do Paulo da Portela porque tinha feito samba para o Jacarezinho, mas disse a ele que tratava-se de uma escola pequena, que não concorreria com a Portela.
Para finalizar, pediu mais carinho com o samba:
- Ás vezes eu ouço dez sambas na disputa na Portela e sinto vontade de ir embora. Está tudo muito ruim e igual. O samba precisa vir do coração. Nem o carnavalesco e nem ninguém pode dizer o que e quando deve estar ou ficar pronto no seu samba. O samba ainda é o responsável por toda aquela grande festa que passa na Avenida. Ele precisa ser preservado. O Chico Buarque me disse uma vez que nós, compositores de samba, não devemos deixar ninguém de fora entrar no nosso meio. Nós sabemos fazer samba. Isso não pode morrer. Vamos enaltecer as nossas escolas de samba. Além dos sambas-enredo, os sambas de terreiro precisam voltar!

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