B de decepção
A primeira vez que ouvi um CD com sambas do grupo B foi em 2007. E vários sambaços passaram pela Sapucaí na terça-feira daquele ano, como os de Independente da Praça da Bandeira, Vizinha Faladeira e Inocentes de Belford Roxo. Mas não sei se esse foi um ano atípico ou se a partir daí que a safra da terceira divisão do Carnaval começou a degringolar. Ano a ano, os sambas só caíram de nível, e em 2012 teremos a pior safra desde então.
Na primeira faixa, a primeira grande decepção. A União do Parque Curicica é uma das agremiações que mais gosto, me conquistou com o excelente samba de 2008, sobre a água. E sempre traz bons sambas, além de ser uma escola promissora, já tendo batido na trave do acesso algumas vezes. O samba de 2012 é bem mediano. Tem alguns poucos momentos interessantes de melodia e uma letra bem fraca, com uma segunda parte imensa. O verso "mas todo cuidado é pouco quando rola um carteado" é só um dos exemplos da pobreza do samba.
Em seguida, temos a Unidos de Padre Miguel, que pelo segundo ano consecutivo vem com um dos mais fracos sambas do grupo. Burocrático até dizer chega, não tem nenhum atrativo. Letra chata e melodia cansativa. Outra decepção, já que depois de ouvir os sambas de 2007 e 2008 da vermelha e branca, sempre vamos esperar obras no mesmo nível.
A faixa do Arranco é um alívio. A escola, pelo segundo ano seguido, traz um dos melhores sambas do grupo, mas, infelizmente, em 2012 isso não quer dizer muita coisa. Não é uma maravilha mas é uma boa obra para um enredo "repetido", já que o Arranco também fez um desfile sobre a dança em 2008. O refrão do meio é muito bom, a melhor parte.
Em seguida, outra decepção de outra escola que gosto bastante. O Sereno de Campo Grande, mais uma agremiação promissora, vem com um samba bem aquém do que tem feito nos últimos Carnavais, sobre um enredo que proporciona grandes possibilidades poéticas: a noite. Mas a obra é medíocre e conta com versos como "seja no luxo ou na roça, é pra curtir". A melodia tem algumas partes legais, mas não compensam.
A União de Jacarepaguá tem o melhor samba do Grupo B. Fruto de uma fusão de TRÊS sambas, possui uma melodia bem interessante, com momentos bem bacanas, sobretudo na primeira parte. E é encorpado, sem versos pobres. Não é maravilhoso mas fica bem acima dos demais.
A Tradição conseguiu a façanha de ter um samba onde TODOS, SIMPLESMENTE TODOS os versos possuem A MESMA melodia. O que muda é o tom, mas a melodia de todos é igual. Isso fica bem claro na segunda parte, onde os versos são pausados no meio. Na primeira é menos perceptível porque os versos foram fragmentados. Mas o samba todo tem apenas uma melodia. Expressões como "ziraldar" e "comequieto" terminam de destruir a obra. Desta vez a encomenda não deu certo. E é frustrante, já que em 2011 a escola apresentou um dos melhores sambas do ano.
A Difícil é o Nome é uma decepção porque podia ter o melhor samba do grupo, disparado. A obra concorrente de Diego Nicolau era sensacional, não entendo porque não venceu. Ao invés disso, a escola resolver fazer o de sempre e levar pro desfile um samba bem fraco. Incompreensível.
Sobre a Mocidade de Vicente de Carvalho, não consigo acreditar que este seja o melhor que sua ala de compositores possa oferecer. Pior do ano.
A Caprichosos, como se esperava, vem com um samba repleto de versos para elevar a sua auto-estima. Esperava um pouco mais, mas o samba acaba se destacando na péssima safra. O refrão principal é viciante e muito bem sacado com seu "quem comeu, comeu, quem não comeu não come mais". A segunda parte é razoável. E só.
O samba da Alegria da Zona Sul também se destaca pelo nível da safra ser fraco. A melodia tem variações bem interessantes e diferentes. Na segunda parte há trechos que parece que atravessam o samba. Mas acredito (e espero) que sejam apenas desenhos menos comuns. A letra fica abaixo da melodia mas não é de todo ruim.
Fechando o CD, a Vila Santa Tereza volta à Sapucaí com um samba fraco para um enredo que não ajuda: os brinquedos. Uma clara intenção de fazer um desfile leve e de fácil compreensão. O samba, fruto de fusão, leva a assinatura de Cláudio Russo. Mas a letra é pobre e possui versos sem nexo, soltos, como no refrão principal: "Hoje eu quero brincar, amor/ Sou Santa Tereza/ Encantar seu coração/ Aperte o play da diversão". De interessante, a melodia do refrão do meio.
Safra tenebrosa para um grupo que tende a ficar cada vez mais competitivo. As escolas precisam abrir o olho, porque com o enxugamento de grupos que vem sendo planejado, cada quesito vai ser de suma importância para quem quiser continuar na Sapucaí e almejar degraus mais altos. Enredos melhores e sambas melhores. Não custam caro e nós gostamos. Vocês são capazes de fazer bem mais do que isso ai.
Na primeira faixa, a primeira grande decepção. A União do Parque Curicica é uma das agremiações que mais gosto, me conquistou com o excelente samba de 2008, sobre a água. E sempre traz bons sambas, além de ser uma escola promissora, já tendo batido na trave do acesso algumas vezes. O samba de 2012 é bem mediano. Tem alguns poucos momentos interessantes de melodia e uma letra bem fraca, com uma segunda parte imensa. O verso "mas todo cuidado é pouco quando rola um carteado" é só um dos exemplos da pobreza do samba.
Em seguida, temos a Unidos de Padre Miguel, que pelo segundo ano consecutivo vem com um dos mais fracos sambas do grupo. Burocrático até dizer chega, não tem nenhum atrativo. Letra chata e melodia cansativa. Outra decepção, já que depois de ouvir os sambas de 2007 e 2008 da vermelha e branca, sempre vamos esperar obras no mesmo nível.
A faixa do Arranco é um alívio. A escola, pelo segundo ano seguido, traz um dos melhores sambas do grupo, mas, infelizmente, em 2012 isso não quer dizer muita coisa. Não é uma maravilha mas é uma boa obra para um enredo "repetido", já que o Arranco também fez um desfile sobre a dança em 2008. O refrão do meio é muito bom, a melhor parte.
Em seguida, outra decepção de outra escola que gosto bastante. O Sereno de Campo Grande, mais uma agremiação promissora, vem com um samba bem aquém do que tem feito nos últimos Carnavais, sobre um enredo que proporciona grandes possibilidades poéticas: a noite. Mas a obra é medíocre e conta com versos como "seja no luxo ou na roça, é pra curtir". A melodia tem algumas partes legais, mas não compensam.
A União de Jacarepaguá tem o melhor samba do Grupo B. Fruto de uma fusão de TRÊS sambas, possui uma melodia bem interessante, com momentos bem bacanas, sobretudo na primeira parte. E é encorpado, sem versos pobres. Não é maravilhoso mas fica bem acima dos demais.
A Tradição conseguiu a façanha de ter um samba onde TODOS, SIMPLESMENTE TODOS os versos possuem A MESMA melodia. O que muda é o tom, mas a melodia de todos é igual. Isso fica bem claro na segunda parte, onde os versos são pausados no meio. Na primeira é menos perceptível porque os versos foram fragmentados. Mas o samba todo tem apenas uma melodia. Expressões como "ziraldar" e "comequieto" terminam de destruir a obra. Desta vez a encomenda não deu certo. E é frustrante, já que em 2011 a escola apresentou um dos melhores sambas do ano.
A Difícil é o Nome é uma decepção porque podia ter o melhor samba do grupo, disparado. A obra concorrente de Diego Nicolau era sensacional, não entendo porque não venceu. Ao invés disso, a escola resolver fazer o de sempre e levar pro desfile um samba bem fraco. Incompreensível.
Sobre a Mocidade de Vicente de Carvalho, não consigo acreditar que este seja o melhor que sua ala de compositores possa oferecer. Pior do ano.
A Caprichosos, como se esperava, vem com um samba repleto de versos para elevar a sua auto-estima. Esperava um pouco mais, mas o samba acaba se destacando na péssima safra. O refrão principal é viciante e muito bem sacado com seu "quem comeu, comeu, quem não comeu não come mais". A segunda parte é razoável. E só.
O samba da Alegria da Zona Sul também se destaca pelo nível da safra ser fraco. A melodia tem variações bem interessantes e diferentes. Na segunda parte há trechos que parece que atravessam o samba. Mas acredito (e espero) que sejam apenas desenhos menos comuns. A letra fica abaixo da melodia mas não é de todo ruim.
Fechando o CD, a Vila Santa Tereza volta à Sapucaí com um samba fraco para um enredo que não ajuda: os brinquedos. Uma clara intenção de fazer um desfile leve e de fácil compreensão. O samba, fruto de fusão, leva a assinatura de Cláudio Russo. Mas a letra é pobre e possui versos sem nexo, soltos, como no refrão principal: "Hoje eu quero brincar, amor/ Sou Santa Tereza/ Encantar seu coração/ Aperte o play da diversão". De interessante, a melodia do refrão do meio.
Safra tenebrosa para um grupo que tende a ficar cada vez mais competitivo. As escolas precisam abrir o olho, porque com o enxugamento de grupos que vem sendo planejado, cada quesito vai ser de suma importância para quem quiser continuar na Sapucaí e almejar degraus mais altos. Enredos melhores e sambas melhores. Não custam caro e nós gostamos. Vocês são capazes de fazer bem mais do que isso ai.
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