segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

GRES ACADÊMICOS DA ROCINHA (RIO DE JANEIRO/RJ)

Rocinha toca, samba, brinca e surpreende no ensaio técnico

Segunda escola a ensaiar na noite de sábado na Marquês de Sapucaí, com um contingente aproximado de 1.600 pessoas, de acordo com a direção, a Rocinha tocou, cantou, sambou, brincou e surpreendeu. A escola que desfila no Grupo A mostrou, que para o seu único ensaio técnico na Avenida, está preparada, e muito bem para o dia do desfile oficial. Destaque para a excelente performance novamente da bateria "avassaladora", de mestre Maurão, e para o carro de som, do intérprete Anderson Paz. - Gostei do ensaio. Só acho uma pena ele não ter ocorrido mais próximo do carnaval. O nosso trabalho tem como objetivo doar praticamente todas as fantasias para comunidade e fico feliz em estar conseguindo realizar esse sonho - afirmou o presidente Déo Pessoa.O início do treino foi marcado pela homenagem ao carnavalesco Joaozinho Trinta, tricampeão pela escola e tema do enredo do Carnaval de 2004. A comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Sérgio Lobato, levou um tripé com o Cristo coberto, em referência a alegoria proibida em uma de suas produções polêmicas. Os bailarinos, homens e mulheres, estavam vestidos de mendigos, referência ao enredo Ratos e urubus rasguem minha fantasia, a comissão de frente, aliás, arrancou aplausos do público e até lágrimas de sambistas emocionados com falecimento do gênio.
- Durante os ensaios com os bailarinos da comissão, pensamos que poderíamos fazer uma coisa diferente na apresentação do ensaio técnico. Conversei com o Bruno (Luis Carlos Bruno, carnavalesco) e decidi fazer uma homenagem ao João. Foi muito bonito - disse Lobato.
Após a comissão de frente veio o jovem casal de mestre-sala e porta-bandeira formado por Diogo Fran e Ana Carolina Valle, de 20, e 18 anos, respectivamente. Durante a apresentação em frente a primeira cabine de julgadores, a bandeira bateu levemente no mestre-sala, muito provavelmente pelo vento que insistia em bater na Sapucaí. No dia do desfile oficial esta falha poderia render precisos décimos. A porta-bandeira da Rocinha também parecia um pouco nervosa, mas mostrou entrosamento com Diogo. - Colocamos em prática a nossa coreografia oficial e gostamos demais do nosso rendimento. A leveza e a defesa do pavilhão são os objetivos da nossa dança - disse Ana Carolina.Descontraídos e mostrando samba no pé, os componentes da Rocinha pareciam ter trazido para a Avenida a liberdade e felicidade que a comunidade alcançou com a instalação da UPP. O canto e a evolução da escola aparentavam uma reaproximação da comunidade com a escola. Os componentes entraram no clima animado do samba-enredo, de refrão viciante, e animaram o público presente nas arquibancadas do Sambódromo.
Com componentes alegres e cantando forte o samba, a harmonia e a evolução da escola fluiram muito bem. Os componentes além de brincar, souberam marcar bem seus espaços não embolando uma ala na outra. Todos vestiam a camisa preparada para o treino, exceto algumas componentes da ala das baianas, que vestiam apenas camisa branca, dando a entender que faltaram camisas para este segmento.
Com um ritmo cadenciado, a bateria de mestre Maurão foi o ponto alto do ensaio da Rocinha. Ela realizou diversas paradinhas e uma coreografia em especial que enlouqueceu o público no qual os ritmistas iam para o lado direito, lado esquerdo, para frente e para trás. À frente dos ritmistas, reinou a nova rainha de bateria, Isabele Gianazza, em substituição a advogada Erika Palmer. Fazia 20 anos que uma cria da comunidade da Rocinha não ocupava o cargo de rainha de bateria da escola. No segundo recuo, a entrada e a saída dos ritmistas foi impecável. - Gostei muito do ensaio. Tenho uma base muito boa de ritmistas da casa e este ano chegamos a ensaiar quatro vezes por semana. Sou muito chato, cobro bastante e acho que o resultado aparece em momentos como esse - disse mestre Maurão.
A Rocinha desfilará oficialmente na Marquês de Sapucaí em 18 de fevereiro, sábado de carnaval, com o enredo "Vou colocar teu nome na Praça", de autoria e desenvolvimento do carnavalesco Luiz Carlos Bruno.

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