segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

GRES PORTELA (RIO DE JANEIRO/RJ)

Portela salva a noite de ensaios

Mágica! Nenhuma outra palavra pode definir o que se viu na noite de ontem na Marquês de Sapucaí na terceira jornada de ensaios técnicos. Nesta temporada ainda não tinha se visto tamanha união entre os componentes e o público. Uma demonstração de como poderá ser emocionante a passagem da Águia pela avenida no domingo de carnaval.
A Paraíso do Tuiuti abriu a noite de ensaios, demonstrando que ainda há muito para se trabalhar, especialmente em sua harmonia. O simpático samba escolhido pela escola para homenagear Clara Nunes não foi suficiente para fazer o componente cantar na passarela. Pode-se ver várias alas cantando pouco ou cantando nada durante todo o desfile. Outro ponto preocupante foi a desorganização no miolo das alas. Os componentes passaram, muitas das vezes, andando em vez de evoluir. O destaque positivo pode ser dado a ágil e bonita coreografia da Comissão de frente, que conseguiu arrancar uns poucos aplausos das arquibancadas.
A Acadêmicos da Rocinha foi a segunda escola da noite e apresentou os mesmos problemas. Durante a passagem da Rocinha na avenida pode-se ver os componentes totalmente dispersos, se preocupando até mais em comprar água com o ambulante do que de fato desfilar. A Bateria de Mestre Maurão até fez bonito, apresentando uma coreografia ousada em frente às cabines, mas não foi o bastante. Um buraco de cerca de 100 metros se abriu entre uma das alas e a bateria em frente a cabine de jurados no setor 6. Assim como na Tuiuti, a comissão de frente foi um ponto alto na passagem da Rocinha, com uma singela homenagem a Joãosinho Trinta relembrando o Cristo Mendigo e os esfarrapados de 89. No geral, o show produzido pela escola, com balões de gás e papel picado, serviu apenas para disfarçar problemas graves com quem realmente importa num desfile: o componente.
A magia Portelense começou muito antes do ensaio da escola. Ao fim da tarde já podia se ver as faixas das várias torcidas organizadas da Portela na maior parte das arquibancadas. E quando a Portela entrou na avenida, se iniciou um dos mais bonitos espetáculos desta temporada. Pela primeira vez este ano pode-se ouvir com clareza o canto dos componentes, assim como o público, num sinal de que o samba (que é considerados um dos melhores dos últimos tempos) funcionou perfeitamente. A comissão de frente apresentou uma bonita coreografia, lembrando a religiosidade baiana. O andamento da bateria também esteve perfeito, numa cadência um pouco mais lenta para valorizar o canto da escola. As alas estavam muito bem divididas, com um bom espaço para evoluirem. O espaço foi muito bem ocupado pelos componentes após a entrada dos ritmistas no segundo box, não causando maiores problemas. A apresentação de Rogerio e Lucinha Nobre foi correta em todas as cabines. No final, uma noite em que tudo deu certo para a Portela.

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