quarta-feira, 3 de maio de 2017

GRES UNIDOS DO VIRADOURO (RIO DE JANEIRO/RJ)

“Vira a Cabeça Pira o Coração. Loucos Gênios da Criação”
Chegou tua hora, Viradouro!
Grita forte para desestabilizar o cotidiano da razão.
É tempo de virar o mundo todo!
Momento de criar, de novo,
carnavalizando para o povo,
no desordenado reino da imaginação,
estes loucos gênios da criação.
Abraça os magos doutores da erudição!
Trova forças e matizes em explosão prisma multicor,
sela o chão deste asfalto com línguas de cientistas malucos alucinados,
e delira com o mensageiro das estrelas precursor!
Redescobre a energia, a luz, a comunicação e
exalta, Viradouro,
a inventividade e a idealização!
Grita o eureka! Ensandecido dos inventores
e a persistência da memória das invenções,
pois se é desde a criação de Adão
que, de louco, todos temos um pouco,
divaga para essa gente os gênios doidos
e seus devaneios de realizações!
Enlouquece, Viradouro!
Vira d´ouro nesta avenida o teu próprio tesouro!
Brinca as glórias dos louros
das obras de uns Vinci a Trinta numes loucos!
Vai aos céus declamando
Ícaro, balões, voos de emoção!
Persegue, junto deles, no caos, o cosmo,
e descobre o teto do firmamento
graças ao Santos que deu asas à imaginação!
Canta as inspirações loucas que recitam a ambição
do apogeu da racionalidade e da sua irmã insanidade.
Ah, e para quem duvida
aquele Trinta também cientista,
quão errante é quem ignora a quimera
que ciência é, da arte, um espelho de mesma matéria?
Então, inspire-se, comunidade!
Conjura, Viradouro,
grandes alquimistas da ficção!
Sábios insanos que (re)criaram a excentricidade
da vida na ficcionalidade.
Saudemos a sétima arte e o humor,
das músicas, o compositor,
e o monstro de Frankenstein, o doutor.
Devotos quixotescos do moinho de fantasia,
fiemos rosários para bispos incompreendidos,
sambemos com chapeleiros e rainhas,
e com um bruxo e seu alienista.
Louvemos fantasmas da dinamarquesa realeza,
gentileza que gera gentileza,
curvando-nos a essa amalucada nobreza!
Mestres tresloucados
que brindam à promiscuidade
do beijo da mentira na verdade.
Criar (n)a loucura não seria assim
jogo irracional entre sensatez, emoção
e um delirar sem fim?
É, aqui, enfim, na Apoteose da utopia,
o encontro daqueles artesãos da loucura da criação
com a felicidade da alegria.
Frente à explosão de poesia,
abrem-se os pavilhões para os fanáticos pela folia.
Venham, Mestres, celebrar, pela Viradouro, nossa paixão,
fascínio que vira a cabeça e pira o coração!
Venerá-la tal qual um Pierrot que de euforia enlouquece
sonhando que, possível, o impossível lhe parece.
Amá-la neste mundo de galhardia,
como se fosse os braços de Colombina!
Sejam imperadores na avenida,
vivendo tal amor com maestria!
Venham jogar tudo pro alto, celebrar,
perder a cabeça até o dia clarear!
Sonhar a absurda feliz liberdade
na ópera de rua,
teatro de criatividade!
Pois não seriam gêmeos a loucura e o criar
do carnaval amante do amar?
E ao desfilar, Viradouro,
fantasia no palco criadouro
fazendo bricolagem com sonhos e bons agouros!
Enobrece as criações da imaginação
daqueles gênios que eram e são!
Vira o espelho da dúvida
olhando para si, afinal –
quem sabe se, metáfora do real,
no fim,
loucos também não criaram o carnaval?

Autores: Edson Pereira, Clark Mangabeira e Victor Marques

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