terça-feira, 18 de julho de 2017

GCESV BATATA DE CONTENDA (CONTENDA/PR)

AUTO DA COMPADECIDA


INTRODUÇÃO
A Batata de Contenda vive um sonho! O sonho de toda escola de samba virtual, o sonho de uma vida dedicada ao carnaval, o sonho de estrear no Grupo Especial.
E em seu desfile de estreia nesse seleto grupo de agremiações da primeira liga do carnaval virtual, a Batata revive uma das obras mais importantes do escritor Ariano Suassuna: o “Auto da Compadecida”.
O objetivo não é falar sobre Ariano Suassuna ou suas fontes de inspiração, mas reviver uma de suas obras mais conhecidas, baseada em histórias populares do Nordeste e na literatura de cordel: o “Auto da Compadecida”, uma comédia que mistura drama, religiosidade e a simplicidade do sertanejo no cenário do sertão nordestino.
Essa “peça teatral” será contada por um palhaço, que a apresentará em forma de desfile no maior palco do carnaval virtual, a passarela JJ30. Dessa forma, as alas, alegorias e demais elementos de desfile representarão os três atos dessa “peça teatral”.
Tomem seus assentos e apreciem a nossa humilde encenação, que é feita pra vocês de coração!

SINOPSE:
Abrem-se as cortinas…
O palhaço entra em cena:
– “Sejam todos bem-vindos ao Teatro Contenda”! – Eu sou o palhaço e vou levar-lhes por essa história cheia de drama e comédia intitulada “O auto da compadecida”.
Ato I
Nosso palco é a cidadezinha de Taperoá, no sertão da Paraíba. Tomem seus assentos e bom espetáculo!
Cada personagem nós iremos conhecer… Clérigos corruptos, patriarcas rurais, cangaceiros… Até o diabo… E a personificação do povo, na figura emblemática de João Grilo.
Ah… Povo sofrido é o sertanejo! Luta contra a seca, a fome e a opressão dos poderosos. Em meio a tanto sofrimento e opressão surge João Grilo: filho autêntico do Nordeste, que se utiliza da mentira e de pequenos golpes para sobreviver em meio às dificuldades do sertão nordestino. Esperto de tudo, tenta convencer de todo jeito o padre e o bispo a enterrarem o cachorro da mulher do padeiro, oferecendo-lhes 9 contos de réis para a Igreja através de um “falso testamento”.
Ato II
Mas o sertão é terra pra “cabra-macho”! Enquanto todos os envolvidos na morte do cachorro se encontram reunidos na Igrejinha de Taperoá, surge o temido cangaceiro Severino de Aracaju, homem que nunca matou sem motivo:
– “Severino pode ser assassino,
Mas não mata ninguém sem motivo,
Até hoje só matei pra roubar,
Que é pra mor de eu me sustentar”. – Dizia o cangaceiro Severino.
Seis contos réis do Bispo, três contos de réis do Padre e um sacristão… Todos prosperando com a reza… Um tiro pra cada e é o fim do clérigo de Taperoá!
A mulher adúltera e o padeiro avarento… Com apenas um tiro são mortos, não sem antes se reconciliarem.
É chegada a vez de João Grilo e Chicó! Mas a esperteza de João, também conhecido como “Amarelo”, que diz possuir uma “gaita abençoada pelo padrinho Padre Cícero” que teria o poder de ressuscitar as pessoas. Com essa história da gaita, João forja a morte do medroso Chicó.
Grilo toca a gaita e Chicó, milagrosamente, retorna dos mortos e se levanta em ritmo de dança. É a ressurreição de Chicó, que ainda diz ter visitado Padre Cícero!
– “Como você pode ter morrido”? – Pergunta Severino.
– “Não sei. Só sei que foi assim”! – Responde Chicó.
Querendo ver seu padrinho, Padre Cícero, Severino ordena a seu capanga que o mate e toque a gaita. Apenas um tiro!
Pou!
É o fim do terror! Severino de Aracaju, o cangaceiro, está morto!
Mas quando tentam fugir, o capanga esfaqueia João Grilo, que morre instantaneamente.
Ato III
Todos os mortos se encontram na porta do céu! Surge o Diabo, que pretende levar todos para o inferno. Porém, mais uma vez, João Grilo demosntra sua esperteza e pede pela intercessão de Nossa Senhora, mãe de Jesus, que inicia o julgamento de todos.
A contragosto do Diabo, o pobre João Grilo é absolvido através da intercessão de Nossa Senhora, e retorna para a sua vida no sertão.
De volta ao sertão, Grilo e Chicó fazem planos para o dinheiro do enterro… Mas promessa é dívida!
– Ah promessa desgraçada, ah promessa sem jeito! – Exclama João Grilo.
Como Chicó havia prometido a Nossa Senhora que daria todo dinheiro à Igreja caso João sobrevivesse, não há outra saída, que não seja devolver o dinheiro… E os dois voltam, vivos, para a desafiante rotina de viver no sertão nordestino.
Essa é a história de João Grilo, um “Amarelo” esperto que lutou contra a opressão de coronéis, cangaceiros, do clero, e até contra o diabo, demonstrando o espírito de luta e de fé do sertanejo.
– Aplausos para o sertanejo, aplausos para o nordestino, aplausos para a literatura de cordel… Aplausos para Ariano Suassuna! – Exclama o palhaço:
– Muito obrigado! Esperamos que tenham gostado!
E o palhaço sai de cena…
Autores do enredo: Gadeia e Andréa Professora

BIOGRAFIA:
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 34 ed./3ª imp. Rio de Janeiro: Agir, 1999.
Auto da Compadecida. Análise comentada. Disponível em: . Acesso em 10 Nov 2017.
Resumo da obra de Ariano Suassuna. Disponível em: . Acesso em 25 Out 2017.

Resumos de livros. Disponível em: . Acesso em 15 Nov 2017.

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