terça-feira, 18 de julho de 2017

GRESV SAMBAS DE ENREDO SDE (RIO DE JANEIRO/RJ)

“Nascida de um Milagre, Venerada Por Uma Nação. Três Séculos de Fé, Amor e Devoção”


SINOPSE:
O sol reluzia nas águas cristalinas do Rio Paraíba.
A Vila de Guaratinguetá, pertencente à Capitania de São Paulo, sonhava com tempos melhores.
Nas redes lançadas ao rio, o sonho da subsistência de toda aquela Vila de Pescadores.
Todas as manhãs era a mesma coisa!  Todas menos a do dia 17 de outubro de 1717.
Mais do que peixes, naquele dia os pescadores João, Domingos e Felipe recolheram em suas redes o corpo de uma santa feita de barro escuro.
A frustração diante da ausência do alimento deu lugar à surpresa e ao espanto de cada um.
Em nova tentativa, eis que APARECE, subitamente, a cabeça da imagem naquele rio de águas divinas.
Reconheceram-na como sendo Nossa Senhora da Conceição, provavelmente caída de alguma embarcação.
Era a imagem de santa….de mulher negra…retrato de tantas outras daquele povoado de gente esperançosa e lutadora.
...
Olhar doce e protetor! Olhar de Mãe!
Denominada pelo povo da Vila como Nossa Senhora Aparecida, a Mãe de Deus tornou-se a Mãe de um povo, para mais tarde tornar-se Mãe de uma Nação.
A fim de rezar o terço e de entoar ladainhas, muitos vieram à casa do pescador Felipe, aquele que conservara a imagem em um oratório construído em sua casa.  Lá a santa ficou por aproximadamente duas décadas.
Envelhecido, cansado da labuta e sem forças para atender a multidão de fiéis em romaria que não parava de aumentar, o pai entrega a imagem aos cuidados do filho Atanásio Pedroso.
Era o ponto de partida para a construção da Capela em Itaguaçu. O altar feito com paus não foi empecilho para a população venerar a santa do povo.
Todos queriam tocar seu manto azul da cor do Céu… Sua presença inebriava a multidão que vinha ao seu encontro e sua coroa reluzia santidade. Coroa e Manto ofertados pela Princesa Isabel em 1884.
...
Em um sábado de orações na Capela, eis que um fato surpreendeu a todos.
Não havia vento. Muito menos corrente de ar. Entretanto, todas as velas do altar se apagaram concomitantemente, para em seguida se acenderem, também ao mesmo tempo.
Eis o Milagre das Velas.
E não parou por aí…
Zacarias era escravo fugitivo. Quando capturado, pediu ao seu senhor que permitisse uma oração diante da santa aparecida.
O negro fez um comovente pedido diante da imagem. Piedade e proteção eram o que ele desejava naquele momento de luta e de dor, antes do derradeiro açoite. Eis então que, instantaneamente, os grilhões se rompem diante do homem branco, de coração incrédulo.
Liberdade alcançada no que ficou conhecido como o Milagre das Correntes…
A menina cega que pedira a mãe que a levasse para beijar a imagem da santa também testemunhou o poder da fé.
E não podemos esquecer-nos do homem que de tanto debochar da credulidade do povo apostou que entraria na Capela a cavalo e que nada e nem ninguém poderia detê-lo de tal afronta.
Mas, para sua surpresa, ao chegar à porta da capelinha, o animal refuga e sua pata fica presa no degrau sem que pudesse mais locomover-se. O homem se converte e torna-se devoto de Nossa Senhora Aparecida.
Diante de tantas graças e milagres, a Capela ficara pequena para receber a multidão de fiéis que só fazia aumentar. Todos acreditavam mais e mais no poder de intercessão da Mãe de Deus junto ao Seu Filho…
Nossa Senhora Aparecida transformou-se em ponte para a Salvação dos muitos fiéis que a ela recorriam, rezavam e suplicavam por transformações de vida.
A pequena imagem passou a ser um dos orgulhos de uma gente sofrida, porém esperançosa,  que luta por melhores condições na lida do trabalho diário.
Suas mãos orantes protegem sobretudo nossas crianças.
Quão belo é ver em celebrações mundo afora nossos pequeninos e pequeninas coroando a Mãe de Deus e nossa, Aquela que sem pecado fora concebida. Ela mesma: a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida.
Hoje, a Mãe Aparecida vem clamar por paz.
Vem pedir aos seus filhos que não façam guerra e nem semeiem a violência.
Sua principal missão é orar ao filho para que os povos vivam em comunhão fraterna.
Três séculos passaram e a fé, o amor e a devoção seguem ainda mais intensos. A pequena Capela de Itaguaçu transformou-se na Basílica de Aparecida (hoje conhecida pelos fiéis como Basílica velha), cuja pedra fundamental fora lançada em 1946 e o atendimento aos romeiros iniciado em 1959.
Pouco mais de duas décadas depois, em 1982, a imagem seria transladada da Basílica ‘Velha’ para o novo Santuário Nacional, assim reconhecido em 1983 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Três anos antes, durante visita do Papa João Paulo II, Nossa Senhora Aparecida é proclamada Padroeira do Brasil, cuja Festa é comemorada a 12 de outubro de cada ano.
Atualmente o Santuário é impulsionado pelos mais de 1500 funcionários que ao lado dos quase 1000 voluntários atendem os mais de 12 milhões de romeiros que visitam o Santuário anualmente (1)
Ó Maria, a Vila dos pescadores de Guará se junta ao povo do samba e clama em oração a uma só voz pela vossa intercessão ….
Dai-nos a benção, Ó Mãe querida…. Aqui estão vossos devotos implorando pela vitória nesse Carnaval.
Amparai-nos e socorrei-nos, Ó Senhora Aparecida….Roga por nós!
Assim vos pedimos… Amém!
Sinopse e Pesquisa: Michaell Grillo*

*Michaell Grillo é jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); pesquisador do Carnaval Carioca e responsável pela página 100% CARNAVAL na rede social Facebook.

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