Porto Alegre foi a segunda cidade brasileira a ter uma linha de bonde, precedida, apenas, pelo Rio de Janeiro, que implantou uma linha na Tijuca, em 1859. Na Capital, a iniciativa se deveu a dois negociantes: o brasileiro Estácio da Cunha Bittencourt e o francês Emílio Gembembre. Em 1864, bondes à tração animal começaram a transportar passageiros do cais até o Menino Deus.
Anos depois, em 1906, a Carris de Ferro Porto-Alegrense e a Carris Urbanos de Porto Alegre se fundiram e formaram a Companhia Força e Luz Porto-Alegrense, que passou a operar todas as linhas de bondes e os serviços de distribuição de energia elétrica da cidade. Em 1908, os bondes de dois andares começavam a entrar para a história. Os que receberam os números 36 e 37 inauguraram a eletrificação desse sistema de transporte. Um sucesso. O primeiro piso contava com oito bancos, enquanto a parte superior tinha sete filas de assentos.
Aumentava a frota de bondes, e o que chamava mais a atenção era esse de dois andares, que recebeu cobertura. Chamado de Imperial, ganhou um apelido dos frequentadores dos cafés da Rua da Praia: Chope Duplo, logo adotado por todos. Contam as histórias que o andar superior era reservado para pessoas demais posses, que dali de cima, podiam ter uma visão mais completa das ruas. Eles não duraram muito tempo em Porto Alegre, única cidade do país a adotá-los. Mas os bondes tradicionais, de um piso, continuaram até 1970, quando foram extintos.
(Almanaque Gaúcho, Zero Hora 31/05/2011)
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