Como funciona o ensaio de quadra da Beija-Flor
A imprensa esteve na quadra da Beija-Flor e comprovou o motivo de a Beija-Flor de Nilópolis nunca decepcionar no que diz respeito ao canto dos seus componentes quando se apresenta na Marquês de Sapucaí. É de longe o ensaio em que mais se trabalha o entrosamento entre bateria, carro de som e demais componentes. Tudo debaixo da supervisão do exigente Laíla, que permanece atento a todos os detalhes durante as quase três horas de ensaio.
O treino acontece sempre às quintas, na quadra da escola, e começa por volta de 23h. A presença maciça da comunidade e os testes feitos por Laíla ao longo da noite são os destaques. O diretor de carnaval chega a colocar somente os componentes para cantar, ao som da bateria, por cerca de uma hora, e chama a atenção de quem não estiver participando ativamente do ensaio.
- A quinta-feira para o nosso trabalho é sagrado. Faço nela tudo aquilo que acho válido para a escola evoluir harmonicamente. Testamos andamento da bateria, entrosamento entre os músicos do carro de som e o canto da comunidade. Chamo a atenção mesmo, dou bronca quando tem que dar, mas faço sem desrespeitar ninguém. Tudo isso é para chegar na Sapucaí com um trabalho bem feito. Se começa a ganhar o carnaval nesses ensaios. Já chego nos ensaios técnicos na Sapucaí tranquilo, sabendo o que a Beija-Flor pode render – explica Laíla.Chama a atenção também alguns artifícios usados por Laíla durante o ensaio. Em determinado momento, ele pede para somente as vozes masculinas cantarem. Em outro, somente as vozes femininas. A divisão é feita sempre na primeira e na segunda parte do samba. Nos refrões, todos cantam juntos. A tática não dura o ensaio todo, apenas alguns minutos, mas dá dimensão do entendimento musical de Laíla, já que é visível a crescida que a obra dá em determinados momentos.
Perguntado se pretende usar essa carta na manga em plena Avenida, ele desconversa e, bem-humorado, prefere não dar armas aos adversários.
- Eu faço isso para observar determinadas coisas que prefiro não comentar. Estamos numa competição e não é bom eu ficar falando sobre isso. Todos jogam de acordo com os seus conhecimentos e eu tenho os mesmos (risos). Não sei se farei isso na Avenida. Não descarto, mas também não dou certeza.A quebra melódica apontada por alguns críticos na parte da junção entre as duas obras vencedoras, foi abordada por Laíla. Ele afirmou que é normal as pessoas estranharem no início, pois todos acabam tendo os seus sambas preferidos durante a disputa, mas prefere confiar em sua experiência e aponta o canto forte da comunidade de Nilópolis para exemplificar.
- Eu já fiz várias junções que deram muito certo. Havia uma divisão muito grande de preferência aqui. No início, as pessoas estranham mesmo, estão acostumados a cantar um determinado samba. Mas, no primeiro ensaio, pedi aos cantores para interpretar o samba 20 minutos e quando larguei para a quadra a resposta foi extremamente positiva. Agora estamos mantendo o mesmo trabalho que vem dando certo e o samba está sendo muito bem cantado. Confio na minha comunidade, por isso fico à vontade para tomar algumas decisões – disse Laíla.
Participam do ensaio técnico de quadra da Beija-Flor todas as alas de comunidade, baianas, bateria, os casais de mestre-sala e porta-bandeira e passistas. Não há definição sobre o posicionamento da bateria. Em alguns ensaios ela começa a tocar no palco, junto com os cantores, e desce posteriormente para rodar a quadra com o resto da comunidade. Em outros, ela roda a quadra durante a totalidade do ensaio.
Uma curiosidade da Beija-Flor é que ela é uma das poucas escolas que não ensaiam na rua no mês de janeiro. Apenas os ensaios na Marquês de Sapucaí e um em Copacabana são realizados fora da quadra. O tamanho da quadra, a maior do carnaval carioca, ajuda no trabalho do quesito evolução, o que costuma ser trabalhado pelas escolas nos ensaios de rua. Laíla opina sobre a questão.- Cada um faz aquilo que acha melhor. Aqui na Beija-Flor eu não vejo essa necessidade. A nossa quadra nos atende perfeitamente e consigo trabalhar melhor a evolução. O único problema é quando chove (a quadra ainda está sem cobertura), pois aí temos que ensaiar no parque aquático (ainda dentro do complexo da quadra) e o tamanho lá é reduzido, mas papai do céu tem nos ajudado e estamos conseguindo trabalhar bem.
Para conferir a aula de ensaio técnico da Beija-Flor de Nilópolis, basta ir até a quadra da escola na rua Pracinha Walace Paes Leme, 1025, Nilópolis, Baixada Fluminense. O ensaio começa entre 22h30 e 23h e costuma ter quase três horas de duração.
O treino acontece sempre às quintas, na quadra da escola, e começa por volta de 23h. A presença maciça da comunidade e os testes feitos por Laíla ao longo da noite são os destaques. O diretor de carnaval chega a colocar somente os componentes para cantar, ao som da bateria, por cerca de uma hora, e chama a atenção de quem não estiver participando ativamente do ensaio.
- A quinta-feira para o nosso trabalho é sagrado. Faço nela tudo aquilo que acho válido para a escola evoluir harmonicamente. Testamos andamento da bateria, entrosamento entre os músicos do carro de som e o canto da comunidade. Chamo a atenção mesmo, dou bronca quando tem que dar, mas faço sem desrespeitar ninguém. Tudo isso é para chegar na Sapucaí com um trabalho bem feito. Se começa a ganhar o carnaval nesses ensaios. Já chego nos ensaios técnicos na Sapucaí tranquilo, sabendo o que a Beija-Flor pode render – explica Laíla.Chama a atenção também alguns artifícios usados por Laíla durante o ensaio. Em determinado momento, ele pede para somente as vozes masculinas cantarem. Em outro, somente as vozes femininas. A divisão é feita sempre na primeira e na segunda parte do samba. Nos refrões, todos cantam juntos. A tática não dura o ensaio todo, apenas alguns minutos, mas dá dimensão do entendimento musical de Laíla, já que é visível a crescida que a obra dá em determinados momentos.
Perguntado se pretende usar essa carta na manga em plena Avenida, ele desconversa e, bem-humorado, prefere não dar armas aos adversários.
- Eu faço isso para observar determinadas coisas que prefiro não comentar. Estamos numa competição e não é bom eu ficar falando sobre isso. Todos jogam de acordo com os seus conhecimentos e eu tenho os mesmos (risos). Não sei se farei isso na Avenida. Não descarto, mas também não dou certeza.A quebra melódica apontada por alguns críticos na parte da junção entre as duas obras vencedoras, foi abordada por Laíla. Ele afirmou que é normal as pessoas estranharem no início, pois todos acabam tendo os seus sambas preferidos durante a disputa, mas prefere confiar em sua experiência e aponta o canto forte da comunidade de Nilópolis para exemplificar.
- Eu já fiz várias junções que deram muito certo. Havia uma divisão muito grande de preferência aqui. No início, as pessoas estranham mesmo, estão acostumados a cantar um determinado samba. Mas, no primeiro ensaio, pedi aos cantores para interpretar o samba 20 minutos e quando larguei para a quadra a resposta foi extremamente positiva. Agora estamos mantendo o mesmo trabalho que vem dando certo e o samba está sendo muito bem cantado. Confio na minha comunidade, por isso fico à vontade para tomar algumas decisões – disse Laíla.
Participam do ensaio técnico de quadra da Beija-Flor todas as alas de comunidade, baianas, bateria, os casais de mestre-sala e porta-bandeira e passistas. Não há definição sobre o posicionamento da bateria. Em alguns ensaios ela começa a tocar no palco, junto com os cantores, e desce posteriormente para rodar a quadra com o resto da comunidade. Em outros, ela roda a quadra durante a totalidade do ensaio.
Uma curiosidade da Beija-Flor é que ela é uma das poucas escolas que não ensaiam na rua no mês de janeiro. Apenas os ensaios na Marquês de Sapucaí e um em Copacabana são realizados fora da quadra. O tamanho da quadra, a maior do carnaval carioca, ajuda no trabalho do quesito evolução, o que costuma ser trabalhado pelas escolas nos ensaios de rua. Laíla opina sobre a questão.- Cada um faz aquilo que acha melhor. Aqui na Beija-Flor eu não vejo essa necessidade. A nossa quadra nos atende perfeitamente e consigo trabalhar melhor a evolução. O único problema é quando chove (a quadra ainda está sem cobertura), pois aí temos que ensaiar no parque aquático (ainda dentro do complexo da quadra) e o tamanho lá é reduzido, mas papai do céu tem nos ajudado e estamos conseguindo trabalhar bem.
Para conferir a aula de ensaio técnico da Beija-Flor de Nilópolis, basta ir até a quadra da escola na rua Pracinha Walace Paes Leme, 1025, Nilópolis, Baixada Fluminense. O ensaio começa entre 22h30 e 23h e costuma ter quase três horas de duração.
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