DOMINGO, 29 DE ABRIL DE 2012
A PRIMAVERA DOS MANGUEIRENSES
Em todos os períodos da história em que o povo foi obrigado a conviver com
governos ou representantes ditatoriais, que não possuem representação
política, que sempre estiveram em constantes crises. Líderes que alcançaram
o poder sem o respaldo do povo de forma golpista e em consequência
disso sempre os oprimiram desmoronaram como um castelo de areia mediante
a revolta do povo.
Ontem (Sábado, 28 de abril) quando a Mangueira completava seus 84 anos de
história a imprensa de todo o Brasil noticiava o início da Primavera dos
Mangueirenses, com uma manifestação de comemoração ao respaldo judicial
que garante eleições democráticas na Escola de Samba mais querida do Brasil
e do mundo.
Em seus 84 anos de glórias a Estação Primeira de Mangueira, nunca em
tempo nenhum, deixou o espírito democrático que sempre a norteou morrer até
nos tempos sombrios da ditadura militar as eleições livres e democráticas
nunca deixaram de acontecer de 3 em 3 anos.
Sabemos e conhecemos o medo do atual “representante” da Mangueira em
disputar eleições livres, democráticas e transparentes. Nunca ganhou uma eleição
na Mangueira, seja para Presidente do Grêmio, seja para Presidente da Ala da
Bateria, sempre foi preciso matar o espírito democrático e praticar o golpe para
chegar ao poder.
Em 2004 o atual “representante” da Mangueira sofreu uma derrota histórica
nas eleições daquele ano, quando obteve menos de 10% dos votos, vale ressaltar
que eram apenas duas chapas naquela ocasião.
Para alcançar o poder (Ele o "perseguido") utilizou da opressão, do medo e da
ameaça com armas, foi por este motivo que o Carlos Dória, único a registrar-se
como candidato, retirou a sua chapa, no ano de 2009, conforme seu depoimento
na 17ª Delegacia de Policia, confirmado por outros inúmeros Mangueirenses e
relatado infelizmente em centenas de jornais nas páginas nas páginas policiais.
A gestão do “representante” do medo foi marcada por mandos e
desmandos, revanchismo, perseguições e como é de praxe em qualquer
regime totalitário e centralizador pelo culto a personalidade, uma artimanha
velha conhecida dos “líderes” golpistas que a põem em prática como tentativa
de torná-lo querido pelo seu povo, Mussolini na Itálica, Sadan Hussein no
dos seus regimes.
É simples entender por que a tentativa de se impor novamente como
“representante” da Mangueira mais uma vez, não possui capilaridade popular,
não tem apoio do povo. O tempo do medo passou.
A Comissão Eleitoral viciosa e parcial em seus atos e atitudes, formada
por membros que não representam o espírito democrático e mangueirense
tentaram de forma antiética inviabilizar o processo eleitoral a todo e qualquer
custo, recorrendo no último momento a uma tentativa de impugnar as outras
duas chapas de oposição a Levanta Mangueira e Raízes da Mangueira. A justiça
tornou os atos desta comissão nulos e decretou: Haverá Eleições em Mangueira
Sim!
O dia vinte e oito de abril de 2012 entra para a história da Mangueira, como
diz o seu Hino “está gravado na história”. Às 6 horas da manhã com uma singela
queima de fogos deu se início as comemorações do aniversário da escola, em
seguida o aconteceu no inesperado às crianças não se sentiram confortáveis para
beber o leite com chocolate e o que se viu posteriormente foi cerca de duas
dezenas de adultos, na quadra da escola, numa cena desoladora que demonstra
a falta de apoio popular a atual gestão, a execução do Hino Nacional foi às
pressas, pois não havia bandeira para hasteamento, logo em seguida o homem
dos “recados” de forma constrangida, anunciou que o “representante” não iria
fazer-se presente, missa terminada, os poucos que lá estavam, bateram em retirada
e fecharam as portas da quadra, pois na porta da quadra a Nação Mangueirense
se aglomerava em centenas para reivindicar eleições livres, transparentes,
democráticas e comemorar o aniversário da escola.
A festa do povo começou ao som de sambas antigos da Mangueira, fogos
anunciavam que ali tinha gente de bamba, gente de coração verde e rosa. A
Nação Mangueirense começou uma confraternização que iria durar até o início do
anoitecer. Pessoas com a história da escola marcada como tatuagens em suas
vidas respiravam aliviadas com a decisão judicial e gritavam “A Mangueira NÃO
tem dono”.
Este dia será motivo ainda de centenas de artigos, teses, matérias, debates e afins,
está na história, pois mostra mais uma vez que o povo não se cala e jamais se
calará mediante ao obscurantismo, jamais deixará prevalecer manobras golpistas e
ditatoriais.
O Morro desceu em festa e fez e a verdadeira comemoração do aniversário da
Mangueira do lado de fora da quadra, cerveja e samba o dia inteiro, nem a chuva
que caiu no final da manhã fez com que os mangueirenses arredassem o
pé dali. Foi uma confraternização emocionante, onde quem lá esteve
presenciou a harmonia o carinho e o respeito entre os membros das duas chapas
Levanta Mangueira e Raízes.
Baluartes e componentes da Velha Guarda da Mangueira chegavam ansiosos com
suas carteirinhas de sócios para votar, sempre com uma numeração remetente
aos tempos da abertura do quadro social da escola, declaravam a sua indignação
com a nova tentativa de golpe e para tanto faziam questão, mesmo com o peso da
idade de subir as escadarias do templo sagrado do samba e assinar o livro ata
que registrou a presença de centenas de sócios decididos a garantir o futuro da
Mangueira pelas vias democráticas como sempre foi.
A juventude não ficou de fora e fez se presente de maneira massiva, participando
e protagonizando este momento único da Mangueira, onde no futuro irão relatar
com felicidade aos seus netos, o orgulho de ser mangueirense e o aprendizado que
obtiveram com os mais velhos de que em Mangueira a democracia sempre existiu e
sempre existirá e ninguém irá fazer da Estação Primeira seu feudo pessoal, pois a
Mangueira é de todos.
Componentes de todos os segmentos lá estavam: Baluartes, Velha Guarda,
Compositores, Bateria, Velha Guarda da Bateria, Departamento Feminino,
Passistas, Comunidade, Harmonia, Alas Técnicas (Bohêmios, Só Para Quem
Pode e Periquitos), Representantes de Ala, entre tantos outros que juntos
totalizaram mais de um milhar de assinaturas pró-eleições livres,
transparentes, Idônea e Democráticas.
O Mangueirense o verdadeiro Mangueirense, aquele que não se intitula nem
mais nem menos, aquele que coloca em primeiro lugar o interesse da escola e
não o seu, firmou o compromisso público e demonstrou a vontade de retirar a escola
desta situação lastimável e depurante que um sujeito em nome de sua vaidade pessoal
em nome de seu ego, com o apoio de uma dezena de lacaios que se beneficiam de
alguma maneira com sua permanência vêm fazendo com a agremiação. Os
Mangueirenses não irão permitir e muito menos aceitar calados que a maior instituição
cultural deste país, orgulho dos brasileiros, permaneça nas mãos de um aventureiro
irresponsável que para satisfazer suas vontades pessoais coloca em risco toda à história
do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.
JUNTOS PELA MANGUEIRA QUE QUEREMOS!
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