Sambódromo à mercê dos gatunos
03 de julho de 2012
EDUARDO RODRIGUES
eduardo.rodrigues@diariogaucho.com.br
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O Sambódromo da Capital é uma eterna quarta-feira de cinzas. Apesar de os barracões permanecerem ocupados na maior parte do ano, a falta de atividades e, principalmente, de vigilância na área externa, transformam o Complexo Cultural do Porto Seco numa terra de ninguém. Vândalos danificam o patrimônio público e ladrões furtam tudo que encontram: da fiação elétrica a telas, portões e até grades de ferro.
Buracos nas muretas de concreto e nas telas servem de atalho para marginais cometerem crimes, aproveitando a falta de iluminação, especialmente à noite. Na área destinada à concentração das escolas, marcas de freadas bruscas denunciam a ocorrência de rachas. Parte do terreno, ao lado da pista de desfile, virou lixão, ponto de prostituição e de consumo de drogas. Na sexta-feira passada, duas meninas faziam ponto no Complexo.
Comerciante denuncia
A rigor, só há segurança na Muamba e nos dias de Carnaval. Na sexta, o carro da reportagem ingressou sem dificuldade no local. O portão de acesso aos barracões estava entreaberto e não havia guarda.
Um grupo de agentes de trânsito da EPTC fazia treinamento com motos. O comerciante aposentado Pedro Augusto Moreira, 60 anos, passeava tranquilamente com seus cães. Num barranco perto dali, um cavalo pastava.
- Isto aqui está completamente abandonado - revelou Pedro.
Guarda fará segurança
Para evitar novos furtos e depredações, a Guarda Municipal usará um barracão do Sambódromo para treinamento de agentes nos meses de julho e agosto. Também fará abordagem de veículos e de suspeitos, das 21h às 5h. Durante o dia, equipes que atuam na Zona Norte farão rondas no entorno do Complexo Cultural. Segundo o chefe da equipe operacional da Guarda, Paulo Roberto Vieira da Cruz, 30 agentes serão deslocados para o Sambódromo.
- Lucena admite fragilidade
Joaquim Lucena Neto, coordenador de manifestações populares da prefeitura, afirma que a segurança dos barracões compete às escolas de samba. Dos 15 barracões, pelo menos 12 mantêm caseiros, garante o presidente das Associação das Entidades Carnavalescas, Victor Hugo Amaro.
Joaquim Lucena admite a fragilidade na vigilância:
- Na semana passada, levaram um dos portões.
Em março, o barracão da Associação das Entidades Carnavalescas foi arrombado. Os ladrões limparam a área: levaram móveis, eletrodomésticos e aparelhos de ar-condicionado.
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