G.R.C.E.S. TRADIÇÃO DE OURO DO ABC
Presidente: Luizinho
Autores do enredo: Marco Aramha & Marcyo de Olliveira
DA AFRICA AO SAMBA PAULISTANO, TRADIÇÃO EXALTA O VALOR DA
RAÇA NEGRA
Enredo
Em uma roda de samba em um conhecido reduto de sambista da Cidade de Santo Andre
um grupo de sambistas se reúne para receber o mais ilustre filho da terra o cantor
Péricles, que chega já dizendo:
- E ai galera, o tema de hoje será sobres os negros!
Dos ancestrais da África, a cultura, a arte e os baluartes do passado e presentes que
fizeram historia a ajudaram nosso Brasil a crescer!
Aproximando o microfone e dando um olhar de confirmação aos músicos ele comesa a
contar de forma sonora musical :
Entre todos os continentes, a África, "Mãe África", ficou conhecida como negro: devido
a cor da pele de seu povo, puro e simples, mas de uma imaginação riquíssima, criou-se
em meio a um panorama selvagem e purismo, um habitat bem natural e energético de
flora e fauna, era o seu paraíso africano.
Os negros eram arrancados de seu paraíso africano pelo monstro da escravidão para
serem escravizados em outros continentes.
Logo após a sua libertação o negro teve sua cultura marginalizada pela sociedade
que os via ainda como inferiores. A comunidade africana não teve meios de renascer de
imediato no Brasil, o próprio negro era a expressão autêntica do seu meio social.
Alguns dos grupos, e etnias trazidos para o Brasil como: Haussás, Iorubás, Iolofás,
Islamitas, Mandingas, Congos, Bantos, Achantis, Gegês, Tapas, Fulah’s, Grúcis,
Caçanjis, Benguelas, Muxicongos e outros, troxeram seus costumes, danças e todo um
manancial de cultura que, aos poucos, foram se incorporando à nossa formação.
Foram os negros sudanês, os maiores responsáveis pelo azeite de coco de dendê,
o camarão seco, a pimenta malagueta, o inhame, as varias folhas para o preparo de
molhos, condimentos e pratos em nossa culinária. E apesar da resistência cultural contra o negro já no século XIX, o caruru, o vatapá, o acarajé já podiam ser considerados
pratos nacionais.
A cozinha baiana teve a herança do negro mais marcante. Alem dos pratos mais
conhecidos existem outros pratos baianos de influencia negra: xinxim de galinha, siri
mole, frigideira de camarão ou de siri, sarapatel, mocotó, etc... E obvio que sem o
dendê, sem o camarão, sem a malagueta, seria muito difícil se ter a cozinha baiana.
Todos da mais pura e autentica origem africana, fez a nossa culinária, renascer com
mais força e sabor.
Alem é claro da nossa feijoada com farofa, que ganharam novo e melhor paladar.
E utensílios como, o pilão, a colher de pau, o alguidar, a panela de barro e etc...
Aqui africanos desenvolveram em larga escala a fabricação de vasos de barro,
cestas de palha, máscaras, escultura em madeira, objetos decorativos em ferro, bronze e
metais que aos poucos foram se adaptando as necessidades brasileiras.
De suas línguas mães como Queto e ioruba, misturadas com o linguajar e
sotaque brasileiros, nascem novas maneiras de falar, o português. Palavras como
moleque, samba, xará, caçamba, cachaça, fuzuê, axé, sarava e muitas outras .
Na indumentária trouxeram os panos de cores berrantes, saias rodadas, os xales,
braceletes, argolas e balangandãs que coloriram e trouxeram movimento a moda
brasileira.
Lideres políticos da raça negra, inspirados por seus ancestrais, são fortes
militantes na política governamental defendendo leis e decretos em prol as minorias e
ao negro. Dentre vários líderes político negro Nelson Mandela se destaca pela sua
incansável luta contra o preconceito racial.
De sua arte em pinturas e esculturas. Expressões culturais e linguísticas, em
musica, dança e teatro, miscigenadas e evoluídas, surgiram as novas artes afrobrasileiras.
Na literatura merecem ser citados os poetas, Cruz e Souza , Solano Trindade e
Lima Barreto . No Teatro, Cinema e Televisão:Ruth de Souza, Milton Gonçalves, Zezé
Mota e o Genial Grande Otelo.
Na musica entre tantos: Pixinguinha, Cartola, Silas de Oliveira, Lecy Brandão,
Elizete Cardoso, Jair Rodrigues, Alcione e Elza Soares. Nas Artes Plásticas:
Aleijadinho é seu maior expoente.
Os guerreiros africanos deram origem a arte da capoeira, e transmutados nasciam
agora como novos e audazes esportistas, que lutam vencendo barreiras levando o nome
do Brasil ao primeiro lugar do podium mundial. Adhemar Ferreira da Silva, Bicampeão
olímpico do Salto Triplo o nosso João do Pulo, Leônidas da Silva O Diamante Negro”,
Pelé, o fantástico Mane Garrincha e a Ginasta Daiane dos Santos.Nascidos no terreiro entre o bater dos pés e das mãos, surgiram ritmos como o
samba, batuque e batuquegê. Assim como vários instrumentos como o atabaque,
tambor, berimbau, ganzá, agogô e outros que hoje através da tecnologia ganham novos
sons e enriquecem nossa cultura musical. Porem as influencia continuam chegando de
outras terras e se miscigenado e adaptando a nossa realidade que ganha expressão atual
no Hip Hop, Funk N` Lata, Afro Reggae e Olodum.
A maior contribuição desta mistura cultural foi o samba. Que evoluiu aos dias de hoje
para uma expressam maior através do espetáculo das escolas de samba.
Como exemplo maior do carnaval paulistano esta a Nenê de Vila Matilde. Com
as cores azul e branca e o símbolo maior da escola e a Águia, também conhecida como
"Águia Guerreira”
A escola de samba da zona leste carrega o nome de baluarte maior e fundador
seu Nene.
A escola tem o orgulho de ter participado do desfile na Marquês de Sapucaí
no Rio em 1985 . A Nenê ainda tem orgulho de ser afilhada da Portela, escola do Rio de
Janeiro.
Cerca de 78% de seus componentes são negros ou afrodescendentes.
Em nossa cidade tivemos o maior exemplo de ativista negro, Irineu Barros Siqueira
que também é fundador da Associação cultural Afro Brasileira de Santo Andre.
Associação esta que luta pelo fim do preconceito racial,valorização da raça negra e
para melhora a visão dos negros da cidade.
Entre os fundadores da Tradição de Ouro e primeira presidente mulher e negra Esterlita
aparecida dos santos, ajudou muito nossa escola se torna umas das grandes escola de
samba do carnaval de Santo Andre.
Antes dos acordes finais Péricles diz:
Todos aqui estão convidados a participar e assistir o belíssimo desfile da Tradição de
Ouro que passara gloriosa com todas as cores irmanadas ao vermelho e branco de seu
pavilhão.
Marco Aramha / Marcyo de Olliveira
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