Sinopse Enredo 2016
“Sou Ritmo, Sou Resistência! Vim da
Senzala Até a Academia! Aeroporto Hoje Vem Mandigar! Capoeira: Uma Arte
Genuinamente Brasileira!”
No Carnaval 2016, a Unidos do Parque Aeroporto traz para a Avenida do Povo uma história de resistência, uma história de nossas raízes, uma história de uma arte genuinamente brasileira! Das gingas dos malandros do século XVIII às mandingas dos praticantes que hoje dominam o mundo, sambaremos na cadência do berimbau e do caxixi, do pandeiro, do agogô e dos atabaques! Sambaremos jogando Capoeira!
Arte essa que, como diz Paulo César Pinheiro, nasceu de Mamãe-África que “engravidou em Angola, partiu de Luanda e de Benguela, chegou e pariu a Capoeira, no chão do Brasil verde-amarela”! E que foi um meio para fugir do açoite da Escravidão, nos quilombos, e modo de sobrevivência nas cidades, entre as maltas de Capoeiragem (grupos de negros e marginalizados, carregadores e estivadores e demais trabalhadores braçais, que se agrupavam de forma a terem proteção; utilizavam a Capoeira como defesa, dificilmente praticada em roda). Não é por nada que a Arte-Luta tem esse nome: é a mesma designação para os matos baixos, que, por rodearem as grandes propriedades, eram os primeiros esconderijos perfeitos dos negros que buscavam a Liberdade. Aliás, “Paranauê, Paranauê, Paraná!” era um canto para comemorar entre eles a travessia do Rio Paraná, barreira natural entre as correntes de seus senhores e as promessas de uma vida livre! Muitos deles, infelizmente, não conseguiram furar a barreira da repressão: dezenas chegaram a ser capturados para lutar na Guerra do Paraguai, como exímios portadores de armas brancas! De certa forma, era o reconhecimento da classe dominante da força que os negros carregavam em seu corpo!
Após a Abolição de Princesa Isabel, nem tanta coisa mudou - Mestre Besouro Manganguá quem o diga! Não foi apenas lá na Bahia, berço dessa grande lenda, que ouve perseguição: a Capoeira virou crime no Brasil inteiro, e dava cadeia, de dois meses a meio ano!
Mesmo assim, esse povo resistiu para viver sua tradição. Seja nas Rodas de Batuque, seja nos Toques de Candomblé. Seja nas rodas no Largo do Pelourinho, seja nos Toques Agabí, em que Xangô e Ogum disputam, em movimentos semelhantes aos da Capoeira, o amor de Iansã.
Nesse meio, uma cria da capoeira deu foi o frevo! Antigamente, nos cortejos de Carnaval, haviam capoeiras que seguiam à frente para proteger o grupo de qualquer desavença. Movimentos rápidos, jogos de pernas ágeis e saculejos desenhados ajudaram o que hoje é uma das marcas registradas de Pernambuco.
E tudo isso ficou na genética do brasileiro, com o ensina Mestre Capu:
“Malandragem só sai daqui
Quando essa roda acabar
Se o meu Mestre disser Iê!
Ou se Cavalaria tocar
Capoeira é antiga arte
Foi o negro inventando
Me diga quem é brasileiro
E não tem um pouco de malandro
Malandragem
Oi, malandro é malandro
Capoeira
Oi, malandro é malandro
Na Bahia
Oi, malandro é malandro
Na ladeira
Oi, malandro é malandro”
Anos depois, após a descriminalização dessa arte, notando a grande influência que a Capoeira tinha sobre o povo e com o intuito de “domesticar”, enfim, o comportamento do “povo marginal”, Vargas a elege como “gymnástica nacional”. Foi o início da institucionalização. Alguns Mestres já vinham defendendo modelos de jogos. Dois ícones desse processo foram Pastinha e Bimba, representantes máximos, respectivamente, da Capoeira Angola, mais mandingada, mais no chão, com referências fortes à religiosidade, e da Capoeira Regional, jogo mais encarado como prática de defesa corporal, com maior velocidade, golpes mais acrobáticos e divisão em níveis de aprendizado. Nesse trilhar, a Capoeira foi se “desmarginalizando” e tomando espaço no universo da cultura popular como um todo, se espalhando por todo Brasil e sendo praticada em centros e em vivências controladas. O formato em roda se consolidou e os registros das técnicas foram cada vez mais abrangentes.
Em 2008, foi considerada pelo governo brasileiro um patrimônio cultural do país, já em um período em que a arte vinha ganhando há décadas o mundo inteiro. Hoje em dia, os cantos em português ganharam todos os continentes, disseminando sementes de paz, solidariedade, igualdade e respeito.
“Água de beber
Iê, água de beber, camará!
Iê aruandê
Iê aruandê, camará!
A volta do mundo
Iê, volta do mundo, camará!
Iê que o mundo deu
Iê, que o mundo deu, camará!”
(Mestre Pastinha)
Assim, inspirada em todo o conhecimento que nossos grandes capoeiras deixaram e ainda disseminam, tanto lá no estrangeiro, quanto aqui, nesse chão, de nossa Quadra, com a benção de Mestre Ligeiro, a Unidos do Parque Aeroporto se propõe a entrar na roda, pra saudar o imenso valor da nossa arte genuína, da nossa Capoeira verde-amarela!
“Sou ritmo, sou resistência! Vim da senzala até a academia! Aeroporto hoje vem mandingar! Capoeira: uma arte genuinamente brasileira!”
Gabriela Gabriel de Oliveira
Leonardo Cruz
Felipe Gabriel de Oliveira
No Carnaval 2016, a Unidos do Parque Aeroporto traz para a Avenida do Povo uma história de resistência, uma história de nossas raízes, uma história de uma arte genuinamente brasileira! Das gingas dos malandros do século XVIII às mandingas dos praticantes que hoje dominam o mundo, sambaremos na cadência do berimbau e do caxixi, do pandeiro, do agogô e dos atabaques! Sambaremos jogando Capoeira!
Arte essa que, como diz Paulo César Pinheiro, nasceu de Mamãe-África que “engravidou em Angola, partiu de Luanda e de Benguela, chegou e pariu a Capoeira, no chão do Brasil verde-amarela”! E que foi um meio para fugir do açoite da Escravidão, nos quilombos, e modo de sobrevivência nas cidades, entre as maltas de Capoeiragem (grupos de negros e marginalizados, carregadores e estivadores e demais trabalhadores braçais, que se agrupavam de forma a terem proteção; utilizavam a Capoeira como defesa, dificilmente praticada em roda). Não é por nada que a Arte-Luta tem esse nome: é a mesma designação para os matos baixos, que, por rodearem as grandes propriedades, eram os primeiros esconderijos perfeitos dos negros que buscavam a Liberdade. Aliás, “Paranauê, Paranauê, Paraná!” era um canto para comemorar entre eles a travessia do Rio Paraná, barreira natural entre as correntes de seus senhores e as promessas de uma vida livre! Muitos deles, infelizmente, não conseguiram furar a barreira da repressão: dezenas chegaram a ser capturados para lutar na Guerra do Paraguai, como exímios portadores de armas brancas! De certa forma, era o reconhecimento da classe dominante da força que os negros carregavam em seu corpo!
Após a Abolição de Princesa Isabel, nem tanta coisa mudou - Mestre Besouro Manganguá quem o diga! Não foi apenas lá na Bahia, berço dessa grande lenda, que ouve perseguição: a Capoeira virou crime no Brasil inteiro, e dava cadeia, de dois meses a meio ano!
Mesmo assim, esse povo resistiu para viver sua tradição. Seja nas Rodas de Batuque, seja nos Toques de Candomblé. Seja nas rodas no Largo do Pelourinho, seja nos Toques Agabí, em que Xangô e Ogum disputam, em movimentos semelhantes aos da Capoeira, o amor de Iansã.
Nesse meio, uma cria da capoeira deu foi o frevo! Antigamente, nos cortejos de Carnaval, haviam capoeiras que seguiam à frente para proteger o grupo de qualquer desavença. Movimentos rápidos, jogos de pernas ágeis e saculejos desenhados ajudaram o que hoje é uma das marcas registradas de Pernambuco.
E tudo isso ficou na genética do brasileiro, com o ensina Mestre Capu:
“Malandragem só sai daqui
Quando essa roda acabar
Se o meu Mestre disser Iê!
Ou se Cavalaria tocar
Capoeira é antiga arte
Foi o negro inventando
Me diga quem é brasileiro
E não tem um pouco de malandro
Malandragem
Oi, malandro é malandro
Capoeira
Oi, malandro é malandro
Na Bahia
Oi, malandro é malandro
Na ladeira
Oi, malandro é malandro”
Anos depois, após a descriminalização dessa arte, notando a grande influência que a Capoeira tinha sobre o povo e com o intuito de “domesticar”, enfim, o comportamento do “povo marginal”, Vargas a elege como “gymnástica nacional”. Foi o início da institucionalização. Alguns Mestres já vinham defendendo modelos de jogos. Dois ícones desse processo foram Pastinha e Bimba, representantes máximos, respectivamente, da Capoeira Angola, mais mandingada, mais no chão, com referências fortes à religiosidade, e da Capoeira Regional, jogo mais encarado como prática de defesa corporal, com maior velocidade, golpes mais acrobáticos e divisão em níveis de aprendizado. Nesse trilhar, a Capoeira foi se “desmarginalizando” e tomando espaço no universo da cultura popular como um todo, se espalhando por todo Brasil e sendo praticada em centros e em vivências controladas. O formato em roda se consolidou e os registros das técnicas foram cada vez mais abrangentes.
Em 2008, foi considerada pelo governo brasileiro um patrimônio cultural do país, já em um período em que a arte vinha ganhando há décadas o mundo inteiro. Hoje em dia, os cantos em português ganharam todos os continentes, disseminando sementes de paz, solidariedade, igualdade e respeito.
“Água de beber
Iê, água de beber, camará!
Iê aruandê
Iê aruandê, camará!
A volta do mundo
Iê, volta do mundo, camará!
Iê que o mundo deu
Iê, que o mundo deu, camará!”
(Mestre Pastinha)
Assim, inspirada em todo o conhecimento que nossos grandes capoeiras deixaram e ainda disseminam, tanto lá no estrangeiro, quanto aqui, nesse chão, de nossa Quadra, com a benção de Mestre Ligeiro, a Unidos do Parque Aeroporto se propõe a entrar na roda, pra saudar o imenso valor da nossa arte genuína, da nossa Capoeira verde-amarela!
“Sou ritmo, sou resistência! Vim da senzala até a academia! Aeroporto hoje vem mandingar! Capoeira: uma arte genuinamente brasileira!”
Gabriela Gabriel de Oliveira
Leonardo Cruz
Felipe Gabriel de Oliveira
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