Enredo 2017
SOU RESISTÊNCIA E NÃO ME KAHLO - FRIDA: SOU MÉXICO EM FLORES, CORES E AMORES, DIVA
ENTRE IMPERADORES
Dep.
de Carnaval
DESENVOLVIMENTO
DO ENREDO
1º
Setor – “Meu
sangue é o milagre que viaja nas veias do meu coração para o seu.”
2º
Setor – “A
luta revolucionária neste processo é uma porta aberta à inteligência.”
3º
Setor – “Nunca
pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.”
4º
Setor – “Pés?
Para que os quero se tenho asas para voar?”
Da
mistura e do amor
Da
história e da tradição
Sou
Frida, sou velha, sou nova, sou paixão
Da
minha raiz e dos meus temores
Dos
meus heróis e dos meus amores
Sou
Frida, sou México, sou povo em suas dores
Da
cultura e da arte
Da
pintura e da sociedade
Sou
Frida, sou retrato em cores da realidade
Do
meu país e do horizonte
Das
viagens e das descobertas
Sou
Frida, sou o mundo de portas abertas
Das
mulheres da América
Do
Brasil, das ruas e de muito mais
Sou vida e sou voz e não me Kahlo jamais
SINOPSE
1º
Setor – “Meu
sangue é o milagre que viaja nas veias do meu coração para o seu.”
Hoje,
o Carnaval me recebe e me apresenta para o mundo: sou Frida, mulher forte, sem
nada a temer e não me Kahlo jamais.
Nasci
Frida Kahlo, filha da Revolução. Nasci filha de um Novo México cheio de
tradição. Nasci do passado indígena e do ventre ameríndio. Nasci da semente
do velho mundo, de grandes civilizações, da mestiçagem europeia.
Em
meu sangue latino, tenho a essência de um povo com história e paixão. Tenho a benção
do El Dourado, solo sagrado. Carrego o amor da Mãe Negra, Virgem
Milagrosa. Vi palácios com pedras preciosas, perdidos no tempo dos mitos e
das crenças. Há a dor que se refletiu em vida no espelho.
2º
Setor – “A
luta revolucionária neste processo é uma porta aberta à inteligência.”
Da
minha raiz, da minha história, sou mexicana. Dos temores da opressão, me
fiz caudilho. Surgiram heróis, a bravura de um Emiliano Zapata,
surgiu a coragem de um Pancho Villa.
Sou
Frida, sou México, sou o olhar do povo e suas dores. O México rural era camponês
e não tinha voz. Agora é lenço vermelho, é sombrero, é sangue
guerreiro. O povo mexicano é tequila; o povo mexicano é pimenta; o povo
mexicano é luta.
Da
luta, surgiram amores. Do amor, surgiu Diego Rivera. De Diego, me vi
revolucionária. Revolucionei na arte e nas ruas, no brado e na pintura,
no amor e com Leon Trotski. Retratei a luta, tracei ideais, pintei
liberdade. E a liberdade pintei em vermelho comunista idealista.
3º
Setor – “Nunca
pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.”
Fotografei
o passado em preto e branco. E me tracei no papel como queria ser: cheia de
cores e de flores. Me pintei como sou: na dor e na melancolia. Em pouco tempo,
a pintura toma forma em mim e eu tomo a forma de minha própria pintura.
Sou
imaginação e sonho? Surrealista? Não, sou minha própria realidade. As
cores de minhas roupas me protegem da dor. Minhas roupas me cobrem de beleza.
Mostrei minha vida em retratos: com vestido de veludo, com colar de
espinhos, ou com cabelos cortados; com meu Diego, e com Meus avós e meus pais;
no Hospital, como tehuana, como um veado ferido, marxista. E, por que não,
comigo mesma.
Quero o México todo em mim. E o México me quer. O
mundo quer me ver. Pouco andei, mas muito voei. Em Nova Iorque, ocupei galerias
e imaginações. Ocupei o surrealismo de André Breton. Ocupei a imaginação de
Julian Levy. Invadi Paris e me expus Museu do Louvre para a Europa me
ver. Pablo Picasso me viu, Kandinsky me admirou, Marcel Duchamp me quis.
Para
minhas telas, convidei mariachis tradicionais, caveiras pintadas, ruas
coloridas. Minha vida é minha arte em sofrimento; do aborto, a vida em
cores; dos hospitais e das cirurgias, uma forma de o mundo me ver. Retratei
amigos, família, minha história, o meu povo, o México! As flores e as cores são
inspiração a serviço do povo. São ruas coloridas. São liberdade. São vibração e
alegria
4º
Setor – “Pés?
Para que os quero se tenho asas para voar?”
E
retornei para casa. Fiz da minha Cidade do México minha exposição e galeria
particular. Estampei revistas. Inspirei movimentos. Fiz de minha
face a face de todas as mulheres.
O
mundo me queria, e ele teve o melhor de mim. O Brasil me queria, e estou
aqui. Venho com Fatumbi, meu Pierre amigo, trazer alegria, cores e
beleza. Trago a taça da vitória de 70 para brilhar nessa avenida. Tem dança
e arte, tem novelas e heróis. A música se espalha por violões e por
um bailado multicor.
Sou diva entre imperadores. E leões imperiais me carregam para o infinito,
para a eternidade. Sou mulher forte, sem nada a temer; sofrida não me
Kahlo jamais; sou tequila para embriagar a alma, sou rosa vermelha para
se apaixonar. Sou o México desfilando em toda a sua essência; sou
Imperadores do samba e sou resistência.
REFERÊNCIAS
BARTRA,
Eli; MARZ, John. As duas Fridas: história e identidades transculturais.
Rev.
Estud. Fem., Abr 2005.
HERRERA,
Hayden. Frida: a biografia. São Paulo: Globo, 2011
MONTERO,
Rosa. O Mundo é uma Cama – Frida Kahlo. in História de Mulheres .Rio
de Janeiro: Ed Agir, 2008.
PORTAL
HUFFPOST BRASIL. 10 coisas que você não sabia sobre Frida Kahlo (e que vão
te inspirar) (http://www.brasilpost.com.br/2014/07/26/frida-kahlo-exposicao_n_5622069.html).
PORTAL
UNIVERSIA. 4 motivos para entender a relevância histórica das obras de Frida
Kahlo (http://noticias.universia.com.br/cultura/noticia/2015/10/06/1132076/4-motivos-entender-relevancia-historica-obras-frida-kahlo.html).
PORTAL
FAHRENHEIT. Por qué Frida Kahlo es tan importante? (http://fahrenheitmagazine.com/arte/por-que-frida-kahlo-es-tan-importante/).
SOUTER,
Gerry. (2010), Frida Kahlo: Detrás del Espejo. Ed. Numen, Mexico. 2014
ALGUMAS
OBRAS REFERENCIAIS
Auto-retrato
em um vestido de veludo (1926)
Retrato
de Miguel N. Lira (1927)
Retrato
de Alicia Galant (1927)
Retrato
de minha irmã Cristina (1928)
O
ônibus (1929)
Frida
e a cesárea (1931)
Meu
nascimento (1932)
Hospital
Henry Ford (1932)
As
duas Fridas (1939)
Diego
em meu pensamento (1943)
Auto-retrato
de cabelos soltos (1944)
A
Coluna Partida (1944)
Auto-retrato
com Macaco (1945)
Retrato
do meu pai Wilhem Kahlo (1952)
Viva a Vida (1954)
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