quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

GRES CANTO DA ALVORADA (BELO HORIZONTE/MG)

Grupo Aruanda - Embaixador da Cultura Brasileira

SINOPSE - CARNAVAL 2017


O folclore é a alma de um povo.
É a expressão de sua cultura, de seus saberes, de sua visão de mundo.
É a impressão digital, a identidade cultural, a personalidade coletiva.
É o fio ancestral tecido geração após geração.
Patrimônio tão nobre, essencial à compreensão da vida, deve ser conhecido, vivenciado e defendido.
Com essa missão nasceu o Grupo Aruanda, em meio à convulsão social dos anos 1960, incendiados pelos gritos das guitarras e da poética explosiva da juventude em rebeldia.
Nasceu em uma instituição educacional, da mente visionária de um homem especial, o Professor Paulo César Valle.
Reunindo jovens estudantes, em uma ação pioneira, abriu-lhes as portas mágicas do folclore brasileiro, revelando-lhes as danças e os cantos desse povo miscigenado.
Nos livros, estudaram as danças gaúchas, impregnadas pelo espírito de fidalguia, e reproduziram os bailados dos verdes pampas, com longos vestidos rodados, bombachas e sapateados que tanto representam o imaginário do Sul do Brasil.
Mas folclore é vivência, experiência de vida. É preciso conhecê-lo para saber interpretá-lo.
Viajaram pelas cidades mineiras. Mergulharam nas profundezas da alma de Minas, em busca de suas mais belas tradições. Em cada comunidade, uma porta se abria e o legado de índios, brancos e negros era compartilhado.
Com os olhos brilhando de emoção, descobriram tesouros reluzentes desfilando sua devoção e alegria pelas ruas das cidades: Folia do Divino, Congo Penacho Real, Boi-lé, Ciganinhas do Egito, Dança de São Gonçalo e o Tamboril com suas fitas coloridas bailando livres no ar.
Tudo era objeto de pesquisa, de revelação e encantamento.
De Minas, na Região Sudeste, seguiram desbravando as demais regiões do Brasil, como novos bandeirantes em busca de ouro e diamantes da cultura: as manifestações folclóricas brasileiras.
Ao longo de anos de pesquisas, cortando o país de norte a sul e de leste a oeste, construíram o maior acervo de danças e cantos folclóricos brasileiros.
No Centro-Oeste, em meio aos mistérios do Brasil profundo, encontraram o Cateretê, dançado ao som das violas e marcado por palmas e sapateados.
Chegando ao Nordeste, os corações foram invadidos por esfuziante alegria, sintonizados na pulsação da Quadrilha de São João, da Caninha Verde, da dança dos Orixás, do Frevo, do Boi da Paraíba, do Maracatu e do Xaxado evocando Lampião e Maria Bonita.
No Norte imponente, com sua floresta tropical e imensos rios, foram conquistados pela sensualidade e brejeirice do Carimbó e do Retumbão.
Com um acervo de mais de 100 danças pesquisadas em todas as regiões do país, o Aruanda ganhou o mundo. Internacionalizou-se. E cada participação nos mais importantes festivais internacionais de folclore era uma celebração da cultura brasileira.
França, Japão, Portugal, Canadá, Peru, Espanha, Grécia, Holanda, Itália, Bélgica e Polônia se encantaram com o folclore brasileiro. O diálogo entre as culturas aproximou os países e seus povos, refletidos no espelho multifacetado da humanidade.
Os encontros viraram amizade, a amizade algumas vezes virou amor, e o amor suplantou barreiras, reduziu distâncias e virou casamento. Casamento intercultural, respeitando diferenças e promovendo mútuo enriquecimento.
Mas o Aruanda não é só pesquisa, espetáculo e interação com os povos. É também ação social. É solidariedade. É educação. Suas oficinas de folclore resgatam a autoestima de mulheres agredidas, de idosos abandonados, de crianças e adolescentes em situação de risco e contribuem para aprimorar o conhecimento de educadores.
É também Ponto de Cultura, lançando luzes sobre a obscura realidade dos segmentos sociais mais vulneráveis e contribuindo para a transformação da realidade brasileira.
Essa trajetória, orientada pelo amor à cultura tradicional, ao Brasil e ao povo brasileiro, tem sido abençoada por Nossa Senhora do Rosário, a padroeira dos escravos brasileiros. Evocada nos momentos mais importantes, inspira e fortalece os aruandenses em sua caminhada.
E as conquistas foram se acumulando ao longo do tempo. Reconhecido como legítimo Embaixador da Cultura Brasileira, o Aruanda recebeu as maiores honrarias destinadas a uma entidade cultural.
Mas é no carnaval de Belo Horizonte que sua consagração será completa.
O verde e branco do Canto da Alvorada vai abrir alas para as cores do folclore brasileiro, tingindo a avenida de esplendor e magia.

E assim, contando a história do Grupo Aruanda, será celebrada a festa da cultura de um país. Desse país brasileiro. Mestiço, diverso e feliz.

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