Grupo Aruanda - Embaixador da Cultura Brasileira
SINOPSE - CARNAVAL 2017
O folclore é a alma de um povo.
É a expressão de sua cultura, de seus saberes, de sua
visão de mundo.
É a impressão digital, a identidade cultural, a
personalidade coletiva.
É o fio ancestral tecido geração após geração.
Patrimônio tão nobre, essencial à compreensão da vida,
deve ser conhecido, vivenciado e defendido.
Com essa missão nasceu o Grupo Aruanda, em meio à
convulsão social dos anos 1960, incendiados pelos gritos das guitarras e da
poética explosiva da juventude em rebeldia.
Nasceu em uma instituição educacional, da mente
visionária de um homem especial, o Professor Paulo César Valle.
Reunindo jovens estudantes, em uma ação pioneira,
abriu-lhes as portas mágicas do folclore brasileiro, revelando-lhes as danças e
os cantos desse povo miscigenado.
Nos livros, estudaram as danças gaúchas, impregnadas
pelo espírito de fidalguia, e reproduziram os bailados dos verdes pampas, com
longos vestidos rodados, bombachas e sapateados que tanto representam o
imaginário do Sul do Brasil.
Mas folclore é vivência, experiência de vida. É preciso
conhecê-lo para saber interpretá-lo.
Viajaram pelas cidades mineiras. Mergulharam nas
profundezas da alma de Minas, em busca de suas mais belas tradições. Em cada
comunidade, uma porta se abria e o legado de índios, brancos e negros era
compartilhado.
Com os olhos brilhando de emoção, descobriram tesouros
reluzentes desfilando sua devoção e alegria pelas ruas das cidades: Folia do
Divino, Congo Penacho Real, Boi-lé, Ciganinhas do Egito, Dança de São Gonçalo e
o Tamboril com suas fitas coloridas bailando livres no ar.
Tudo era objeto de pesquisa, de revelação e
encantamento.
De Minas, na Região Sudeste, seguiram desbravando as
demais regiões do Brasil, como novos bandeirantes em busca de ouro e diamantes
da cultura: as manifestações folclóricas brasileiras.
Ao longo de anos de pesquisas, cortando o país de norte
a sul e de leste a oeste, construíram o maior acervo de danças e cantos
folclóricos brasileiros.
No Centro-Oeste, em meio aos mistérios do Brasil
profundo, encontraram o Cateretê, dançado ao som das violas e marcado por
palmas e sapateados.
Chegando ao Nordeste, os corações foram invadidos por
esfuziante alegria, sintonizados na pulsação da Quadrilha de São João, da
Caninha Verde, da dança dos Orixás, do Frevo, do Boi da Paraíba, do Maracatu e
do Xaxado evocando Lampião e Maria Bonita.
No Norte imponente, com sua floresta tropical e imensos
rios, foram conquistados pela sensualidade e brejeirice do Carimbó e do
Retumbão.
Com um acervo de mais de 100 danças pesquisadas em
todas as regiões do país, o Aruanda ganhou o mundo. Internacionalizou-se. E
cada participação nos mais importantes festivais internacionais de folclore era
uma celebração da cultura brasileira.
França, Japão, Portugal, Canadá, Peru, Espanha, Grécia,
Holanda, Itália, Bélgica e Polônia se encantaram com o folclore brasileiro. O
diálogo entre as culturas aproximou os países e seus povos, refletidos no
espelho multifacetado da humanidade.
Os encontros viraram amizade, a amizade algumas vezes
virou amor, e o amor suplantou barreiras, reduziu distâncias e virou casamento.
Casamento intercultural, respeitando diferenças e promovendo mútuo
enriquecimento.
Mas o Aruanda não é só pesquisa, espetáculo e interação
com os povos. É também ação social. É solidariedade. É educação. Suas oficinas
de folclore resgatam a autoestima de mulheres agredidas, de idosos abandonados,
de crianças e adolescentes em situação de risco e contribuem para aprimorar o
conhecimento de educadores.
É também Ponto de Cultura, lançando luzes sobre a
obscura realidade dos segmentos sociais mais vulneráveis e contribuindo para a
transformação da realidade brasileira.
Essa trajetória, orientada pelo amor à cultura
tradicional, ao Brasil e ao povo brasileiro, tem sido abençoada por Nossa
Senhora do Rosário, a padroeira dos escravos brasileiros. Evocada nos momentos
mais importantes, inspira e fortalece os aruandenses em sua caminhada.
E as conquistas foram se acumulando ao longo do tempo.
Reconhecido como legítimo Embaixador da Cultura Brasileira, o Aruanda recebeu
as maiores honrarias destinadas a uma entidade cultural.
Mas é no carnaval de Belo Horizonte que sua consagração
será completa.
O verde e branco do Canto da Alvorada vai abrir alas
para as cores do folclore brasileiro, tingindo a avenida de esplendor e magia.
E assim, contando a história do Grupo Aruanda, será
celebrada a festa da cultura de um país. Desse país brasileiro. Mestiço,
diverso e feliz.
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