Sinopse enredo 2019
“Contos e Histórias Embaladas Pelo Balanço das Ondas do Mar”
Que mistérios escondem as profundezas do Mar?
Quais histórias, contos e lendas são entoados a cada vez que uma onda arrebenta na areia?
Vamos com o Balanço do Fonseca revelar os mistérios desse mundo submerso.
O oceano carrega em sua imensidão grandes segredos, que o homem sequer é capaz de mensurar. Suas correntes balançam, se enroscam e se misturam transformando seus elementos em personagens fantásticos, cheios de mistérios e enaltecendo as lendas, contos e ditos dos que se arriscam em desbravá-lo, os pescadores.
Nas profundezas desse mundo intocado, acredita-se que há uma vasta cidade, que faz parte de um imenso reino submerso, governada por Netuno, o Deus dos Mares. É um lugar onde habitam nereidas, nereides, sereias, peixes, crustáceos, seu filho Tritão e muitos outros seres do meio oceânico. Sua Fortaleza é protegida por um exército de cavalos marinhos, que são os guardiões do rei, e estão sempre em guarda para defender os portões de invasores. Segundo os pescadores mais antigos, em noites de lua cheia, quando a maré está alta, as sereias passeiam pela superfície e encantam aos desavisados com suas vozes melodiosas, seduzem e hipnotizam principalmente aqueles que não têm a bondade em seu coração e os leva para o fundo do mar.
Em terra firme, alguns bravos navegantes em busca de riquezas e novas terras a conquistar, se propuseram a cruzar essas águas desconhecidas, levando suas caravelas em por um destino tão incerto, quanto às profundezas do oceano. Os navios e seus tripulantes sentiram a fúria dessas águas em dias e noites de tormenta infindáveis, que levaram muitos a naufragar, tornando-se navios fantasmas e monstros marinhos que assombram o imaginário dos contadores de histórias e de seus ouvintes encantados.
Os navegantes piratas surgiram com os mesmos objetivos, mas com o diferencial de serem saqueadores de outros navios. Eles também foram grandes desbravadores dos oceanos em busca de tesouros perdidos e terras a conquistar. Bravos homens enfrentaram esse mundo desconhecido, e como a saudosa Clementina de Jesus também buscamos compreender: ...”Ô, marinheiro, marinheiro, marinheiro só / Ô, quem te ensinou a nadar, marinheiro só / Ou foi o tombo do navio, marinheiro só / Ou foi o balanço do mar, marinheiro só...”.
Muitos desses marinheiros traziam, e alguns ainda trazem tatuados em sua pele seu amor pelas águas, pelos mistérios da navegação, pela aventura e pelos prazeres encontrados em cada novo porto.
O mar fornece alimento ao homem, sem cobrar nenhum valor por tal. Os pescadores saem em seus grandes ou pequenos barcos pesqueiros em busca de peixes e frutos do mar, tomando a benção da santa padroeira dos navegantes: Nossa Senhora dos Navegantes, título dado a Maria mãe de Jesus, no início no século XV, com a navegação dos europeus, especialmente com os portugueses, que pediam proteção a Nossa Senhora para retornarem aos seus lares. Maria era vista como protetora das tempestades e demais perigos que o oceano poderia apresentar.
Com a evolução da tecnologia da navegação a ganância criou os navios negreiros que fizeram o oceano sangrar. Sequestram pessoas inocentes de suas terras e os levaram para outros continentes. Foram açoitados em porões de navios, torturados pelos sequestradores e vendidos como mercadoria. Dos porões das grandes embarcações ecoavam rezas e cantos de lamentos, gritos desesperados de proteção à Iemanjá, a Rainha do Mar, para que pudessem chegar vivos, ao lugar que estavam sendo levados. Em solo firme, foram proibidos de propagar a sua fé, e obrigados a reconhecer Nossa Senhora dos Navegantes como a verdadeira Rainha do Mar. O tempo não para, como as ondas do Mar...
Hoje através de nossos antepassados, de nossa história contada e documentada, aprendemos a respeitar o mar e os deuses que ele representa. Para Nossa Senhora dos Navegantes realizamos uma festa em sua homenagem no dia 2 de fevereiro, com missas e procissões, e para Iemanjá, seus devotos a cultuam diariamente, mas a maior manifestação ocorre na virada do ano, quando muitas pessoas vão até as praias para depositar flores e presentes, agradecem pelas dádivas concedidas e pedem proteção para o novo ano que se inicia.
O Balanço do Fonseca desembarca nessa avenida, pedindo proteção à Iemanjá e a Nossa Senhora dos Navegantes, para esse grande mergulho nas profundezas misteriosas e encantadoras desse Mar de alegria chamado carnaval!
Renato Rosa
carnavalesco
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