Da
Mãe África aos Filhos do Brasil, a Força Ancestral Que Atravessa Gerações
Nesta noite de folia, o som do batuque dos tambores
sagrados e dos atabaques africanos vai ecoar anunciando a chegada, na avenida,
do nosso símbolo maior: O “Leão de Xangô”, o “Rei da Selva”.
Abençoado pelo axé dos orixás, o Grêmio Recreativo
Escola de Samba Acadêmicos do Jardim Bangu vai cruzar as águas de Iemanjá, na
proteção de Obatalá, até a África, mãe dos primeiros Seres, e nos guiando por
uma viagem, no tempo, por este continente onde todos os caminhos nos levam às
fontes da terra e às origens do mundo, resgatando nossas origens, trazendo para
o nosso carnaval uma história de ancestralidade, de tradição e de preservação
das raízes culturais.
Chegando ao Brasil, nação mais africana fora da África,
vamos até a Bahia onde todos os seus herdeiros plantaram suas raízes, cultuaram
suas divindades e preservaram sua cultura. Vamos prestar uma homenagem a grande
dama da cultura afro-brasileira, Olga do Alaketu. Uma descendente direta da
fundadora do terreiro de candomblé “Ilê Maroialaji”, o famoso “Terreiro do
Alaketu”. Um terreiro cuja sucessão de liderança obedece à linhagem sanguínea
feminina da família real Arô. As gerações passam e as árvores sagradas permanecem
assistindo tudo.
A África é um continente com rica diversidade cultural,
além disso, a sua história tem forte ligação com a história do nosso país,
afinal, muitos africanos desembarcaram aqui no Brasil e trouxeram junto às suas
danças, rituais religiosos e costumes. Parte desta cultura africana e desta
história está no Brasil. Esta cultura faz parte do nosso país e ajudou a formar
uma parcela considerável de nossa sociedade.
A principal influência da música africana no Brasil é,
sem dúvida, o samba. O estilo hoje é o cartão-postal musical do país e está
envolvido na maioria das ações culturais da atualidade. Gerou também diversos
subgêneros e dita o ritmo da maior festa popular brasileira, o Carnaval.
Mas os tambores de África trouxeram também sons e ritmos
que percorrem e conquistam o Brasil de ponta a ponta. Além do samba, a
influência negra na cultura musical brasileira vai do Maracatu à Congada,
Maculelê, Jongo, entre outros.
Como brasileiros, devemos ser conscientes de que a
história da África e a história do Brasil são intimamente ligadas, e o resgate
histórico do continente africano se faz presente neste carnaval.
O Atlântico comum nos banha,
Herança comum herdamos,
Sendo filhos, também da mãe África,
Somos todos irmãos!
Axé Brasil!
Axé África!
Carnavalescos
Ismael Costa e André Araujo
Nenhum comentário:
Postar um comentário