“Seria
Injusto Não Falar de Você, Beth Carvalho. Esse É o Botafogo Que Eu
Gosto!”
SINOPSE
Carnavalesco:
Rodrigo Marques
♫ Coisinha do Pai…
“Você vale ouro
todo o meu tesouro
Tão formosa da
cabeça aos pés
Vou lhe amando lhe
adorando
Digo mais uma vez
Agradeço a Deus por
que lhe fez…” 1♫
Apesar de possuir
uma extensa lista de prêmios recebidos dentro do Brasil e no
exterior aliado a uma carreira recheada de prestígio, Beth Carvalho
jamais poderia esperar que teria sua música levada para fora do
planeta Terra. Este fato ocorrera em idos dos anos 90, quando sua
música “Coisinha do Pai”, composta pelos sambistas Jorge Aragão,
Almir Guineto e Luiz Carlos foi acionada por engenheira brasileira da
NASA, em uma missão para acordar um robô em Marte. A partir daí,
podemos dizer que Beth se tornou uma cantora interplanetária, feito
este inédito para um artista brasileiro.
♫ Andança…
“Vim, tanta areia
andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa
Vagando em verso eu
vim
Vestido de cetim
Na mão direita,
rosas
Vou levar…” 2♫
O primeiro contato
de Beth Carvalho com a música começou cedo, tendo sua família
papel fundamental para tal. Aos 8 anos, teve como inspiração
canções de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida,
grandes amigos de seu pai, que a levava com frequência aos ensaios
das escolas de samba. Já sua mãe, tocava piano. Portanto, agregado
a essas inspirações paternas, Beth viria a despertar futuramente
sua veia artística, tornando-se sambista.
Na adolescência,
inspirada pela bossa nova, começou a tocar violão e acabou virando
professora de música. Beth começava a respirar o samba e, rompendo
barreiras acabou dando voz a gênios esquecidos. Passou então a
gravar sambas-enredo numa época em que apenas homens o fazia,
tornando assim pioneira no segmento.
♫ As rosas não
falam…
“Bate outra vez
Com esperanças o
meu coração
Pois já vai
terminando o verão
Enfim…” 3♫
Embaixo do pé de
uma tamarineira conheceu o tradicional bloco carnavalesco Grêmio
Recreativo Cacique de Ramos, local frequentado por ela durante sua
infância. Sendo uma grande admiradora do bloco carnavalesco, Beth
ajudou a dar fama internacional ao Cacique de Ramos, através de
“Caciqueando”.
Outro reduto da
música que teve grande relevância em sua formação pessoal e
profissional foi a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.
Foi lá que Beth Carvalho cantou uma vez e se encantou para sempre.
Daí, acabou se aproximando de Cartola e Nelson Cavaquinho, dois
grandes gênios, assumindo assim o papel de madrinha do samba desde
então.
Anos depois, quando
já era uma sambista batizada, crismada e torcedora da mangueira,
Beth seria evidenciada na rival Portela, que reconheceu nela a
importância da união e amizade por através da música, recebendo
esta homenagem das mãos da Velha Guarda portelense. Foi um
reconhecimento pelo fato de ela ser a cantora que mais gravou canções
dos compositores da tradicional agremiação de Madureira.
E por falar em
Carnaval, agremiações como Unidos do Cabuçu e Alegria da Zona Sul
já dedicaram desfiles a Madrinha do Samba.
♫ Camarão que
Dorme a Onda Leva…
“Não pense que
meu coração
Não pense que meu
coração é de papel
Não brinque com o
meu interior
Camarão que dorme a
onda leva
Hoje é o dia da
caça, amanhã do caçador
E camarão que dorme
Camarão que dorme a
onda leva
Hoje é dia da caça,
amanhã do caçador…” 4♫
Com todas essas
referências culturais, Beth atingiria o ápice de sua carreira sendo
agraciada com o Grammy Latino, anos depois. Dona de uma voz única e
interpretações memoráveis, imortalizou clássicos do samba de
diversas épocas, entre os quais Andança (de Danilo Caymmi, Edmundo
Souto e Paulinho Tapajós), Folhas Secas (de Nelson Cavaquinho e
Guilherme de Brito), O Mundo é um Moinho e As Rosas não Falam
(ambas de Cartola).
Seu sucesso era
tanto que rompia fronteiras. E independentemente da barreira
linguística, Beth se apresentava em vários palcos do exterior,
alegrando o público com um bom samba e empolgando nações.
Exibiu-se em importantes cidades do continente
americano, bem como
na Europa e na África.
O dom de Beth de
resgatar e revelar inúmeros músicos e compositores é sempre
lembrado. Entre seus muitos afilhados estão Zeca Pagodinho, o grupo
Fundo de Quintal, Arlindo Cruz e Jorge Aragão.
♫ Esse é o
Botafogo que eu gosto…
“Esse é o
Botafogo que eu gosto
Esse é o Botafogo
que eu conheço
Tanto tempo
esperando esse momento, meu Deus
Deixa eu festejar
que eu mereço…” 5♫
Se por um lado seu
coração passou a bater mais forte pelo verde e rosa da Mangueira,
por outro já batia preto e branco no futebol desde o berço. Foi
dentro de casa que Beth aprendeu a carregar no peito a Estrela
Solitária. Fã confessa da habilidade e classe de Nilton Santos,
soube, quando o conheceu, que era ídolo do ídolo. Mas foi com a
folha-seca de Didi e com os dribles de Garrincha que acabou se
empolgando. Anos depois, quando já cantora, jogadores como
Jairzinho, Paulo Cesar Caju, Marinho Bruxa, Afonsinho tornaram seus
amigos nos encontros no Cacique de Ramos. Bem depois, em 1995, teve
com Túlio Maravilha seu momento inesquecível como torcedora do
clube que se sagraria campeão brasileiro naquele mesmo ano.
Sua paixão por
futebol era tão grande que ela acabou se casando com um jogador de
futebol, tendo gerado sua única filha, Luana.
Beth Carvalho dizia:
“Não existe no mundo nada mais emocionante do que ser enredo de
uma escola de samba. É a maior consagração que um artista pode
ter”. Sendo assim, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Botafogo
Samba Clube levará para 2020 o enredo “Seria injusto não falar de
você, Beth Carvalho. Esse é o Botafogo que eu gosto!”
Festejaremos lá!
Uma homenagem à
Beth Carvalho.
Trecho 1: Música –
Coisinha do Pai
Trecho 2: Música –
Andança
Trecho 3: Música –
As Rosas não Falam
Trecho 4: Música –
Camarão que Dorme a Onda Leva
Trecho 5: Música –
Esse é o Botafogo que eu gosto
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