Festa
dos Santos Reis
A Folia de Reis é
uma festa religiosa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil
no século XVIII. Em Portugal, em meados do século XVII, tinha
a principal finalidade de divertir o povo, enquanto aqui no
Brasil, passou a ter um caráter mais religioso do que de
diversão.
No período de 24
de dezembro, véspera de Natal, a 6 de janeiro, Dia de Reis, um
grupo de cantadores e instrumentistas percorre a cidade
entoando versos relativos à visita dos Reis Magos ao Menino
Jesus. Passam de porta em porta em busca de oferendas, que podem
variar de um prato de comida a uma simples xícara de café. A
Folia de Reis, herdada dos colonizadores portugueses e
desenvolvida aqui com características próprias, é manifestação
de rara beleza. Os receosos versos são preservados de geração
em geração por tradição oral.
Os instrumentos
utilizados são: viola, violão, sanfona, reco-reco, chocalho,
cavaquinho, triângulo, pandeiro e outros instrumentos.
Os integrantes do grupo trajam roupas bastante coloridas, sendo
eles: Mestre, Contramestre, os Três Reis Magos, Palhaço e
Foliões.
1. O Mestre e
Contramestre: donos de conhecimentos sobre a manifestação, são
aqueles que comandam os foliões;
2. O Palhaço: com
seu jeito cínico e dissimulado, deve proteger o Menino Jesus,
confundindo os soldados de Herodes. O seu jeito alegre e
suas vestimentas coloridas são responsáveis pela distração e
divertimento de quem assiste à apresentação. Representando o
Mal, usa geralmente máscara confeccionada com pele de animal e
vai sempre afastado um pouco da formação normal da Folia,
nunca se adiantando à “bandeira”. Apesar de seu simbolismo,
é personagem alegre, que dança e improvisa versos, criando momentos
de grande descontração;
3. Os Foliões:
grupo composto de homens simples, geralmente de origem rural;
são os participantes da festa que dão exemplo grandioso através de
sua cantoria de fé;
4. Reis Magos: os
Três Reis Magos fazem a viagem da Esperança, certos de encontrarem
sua estrela.
– É importante
salientar que, em diversos grupos de folia de reis, a figura feminina
se encontra através da representação das Pastoras.
Até há pouco,
podia-se ouvir ao longe ou, com sorte, encontrar, vindo de bairro
distante, um grupo especial de músicos e cantadores,
trajando fardamento colorido, entoando versos que anunciam o
nascimento do Menino Jesus e homenageiam os Reis Magos.
Trata-se, naturalmente, da Folia de Reis que, no período de 24
de dezembro a 6 de janeiro, Dia de Reis, peregrina por ruas à
procura de acolhida ou em direção a algum presépio.
Com sanfona,
reco-reco, caixa, pandeiro, chocalho, violão e outros instrumentos,
seguem os foliões pela horas adentro em longas caminhadas, levando
a “bandeira” (estandarte de madeira ornado com motivos
religiosos), a qual tributam especial respeito. Vão liderados
por mestre e contramestre, figuras de relevância dentro da
Folia por conhecerem os versos – são os puxadores do canto.
Os foliões
cumprem promessa de, por sete anos consecutivos, saírem com a
Folia e arrecadar em suas andanças donativos para realizarem
anualmente, no dia 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, festa
com cantorias e ladainhas.
Durante a
caminhada, é carregada a “bandeira” do grupo, um estandarte
de madeira enfeitado com motivos religiosos.
O ponto alto da
festa se dá quando dois grupos se encontram. Juntos, eles caminham
em direção ao presépio da festa, o ponto final da
caminhada. Infelizmente trata-se de uma celebração que vai se
perdendo no tempo.
No Morro Dona
Marta, na comunidade Santa Marta, preserva-se essa tradição a
partir da inciativa e resistência do grupo FOLIA DE REIS PENITENTES
DO SANTA MARTA.
SINOPSE
“Ô de casa, ô
de fora!
Nesta ocasião
tão
excelente
A MOCIDADE UNIDA do
SANTA MARTA
Versa os santos Reis
do Oriente
excelente
A MOCIDADE UNIDA do
SANTA MARTA
Versa os santos Reis
do Oriente
Eis a Folia de
Reis!
Eis a Festa do Reisado!
Que o tempo nos legou
Por milênios validado
Sendo agora
apresentado
No “cortejo” consagrado
Eis a Festa do Reisado!
Que o tempo nos legou
Por milênios validado
Sendo agora
apresentado
No “cortejo” consagrado
Nosso povo desce
o
morro
E reúne os foliões
Que vão pra rua “bater”
caixas, pandeiros,
repiques, surdos e
violões
morro
E reúne os foliões
Que vão pra rua “bater”
caixas, pandeiros,
repiques, surdos e
violões
Assim começa a
nossa
história
Nas “Boas Festas”
d’ Alegria
Que vos manda
o Rei da Glória
Filho da Virgem Maria
história
Nas “Boas Festas”
d’ Alegria
Que vos manda
o Rei da Glória
Filho da Virgem Maria
O conto dos três
Reis
Magos
Que de terras bem
distantes
Foram guiados por uma
estrela
Cujos raios cintilantes
Os levaram ao Deus
Menino com seu brilho
radiante
Magos
Que de terras bem
distantes
Foram guiados por uma
estrela
Cujos raios cintilantes
Os levaram ao Deus
Menino com seu brilho
radiante
O sinal da Santa
Cruz
É principio de oração
É o principio desse canto
Desta rica invocação
É principio de oração
É o principio desse canto
Desta rica invocação
Ao povo da
cidade,
pedimos com emoção:
“Abra” as suas portarias
E “receba” essa nobre
folia
Que com honra conduz
A bandeira do divino
O retrato de Jesus
pedimos com emoção:
“Abra” as suas portarias
E “receba” essa nobre
folia
Que com honra conduz
A bandeira do divino
O retrato de Jesus
Deus o salve a luz
do dia
Deus o salve a claridade
Deus o salve os
guardiões
Da Santíssima Trindade
Deus o salve a claridade
Deus o salve os
guardiões
Da Santíssima Trindade
Deus te salve o
oratório!
É coluna que Ele fez
Deus te salve o oratório!
Tradição do santo Reis
É coluna que Ele fez
Deus te salve o oratório!
Tradição do santo Reis
Deus te salve a
Lapinha
E as imagens que estão
dentro
Deus te salve a Lapinha
E todo seu ornamento
E as imagens que estão
dentro
Deus te salve a Lapinha
E todo seu ornamento
Povo desta
rua
Alegre seu coração!
Receba santo Reis
E o seu grupo folião
Alegre seu coração!
Receba santo Reis
E o seu grupo folião
Na folia tem
palhaço
Que faz verso e
diabruras
Representando o tinhoso
Tentador das criaturas
Que faz verso e
diabruras
Representando o tinhoso
Tentador das criaturas
Por sete anos se
repete
Nesse belo ritual
Sempre levando o bem
Em detrimento ao mal
Nesse belo ritual
Sempre levando o bem
Em detrimento ao mal
Batendo de porta
em
porta
Pra pagar uma promessa
Levam mestre e
contramestre
Pra poder cantar a peça
porta
Pra pagar uma promessa
Levam mestre e
contramestre
Pra poder cantar a peça
No dia do
Padroeiro
Os penitentes,
em forma de oração
Oferecem uma festinha
Com sanfona, violeiro,
Pastoras e ladainha
Os penitentes,
em forma de oração
Oferecem uma festinha
Com sanfona, violeiro,
Pastoras e ladainha
Salve os Mestres
Luiz,
Dodô e Zé Diniz!
Salve as Pastores,
palhaços e foliões!
que deixaram o povo
feliz
Dodô e Zé Diniz!
Salve as Pastores,
palhaços e foliões!
que deixaram o povo
feliz
Salve aqueles que
hoje
tem como missão
Eternizar a tradição
tem como missão
Eternizar a tradição
Salve os santos
Reis
Que sempre deixam
Muita saudade
Salve a Onça Negra de
Botafogo
Que roga votos de
muitas bençãos
Para o povo desta
cidade!”
Que sempre deixam
Muita saudade
Salve a Onça Negra de
Botafogo
Que roga votos de
muitas bençãos
Para o povo desta
cidade!”
Carnavalesco: Miro
Freitas
Texto: Renato
Figueiredo
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