segunda-feira, 2 de setembro de 2019

GRES MU DO SANTA MARTA (RIO DE JANEIRO/RJ)

Festa dos Santos Reis


JUSTIFICATIVA
A Folia de Reis é uma festa religiosa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil no século XVIII. Em Portugal, em meados do século XVII, tinha a principal finalidade de divertir o povo, enquanto aqui no Brasil, passou a ter um caráter mais religioso do que de diversão.
No período de 24 de dezembro, véspera de Natal, a 6 de janeiro, Dia de Reis, um grupo de cantadores e instrumentistas percorre a cidade entoando versos relativos à visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. Passam de porta em porta em busca de oferendas, que podem variar de um prato de comida a uma simples xícara de café. A Folia de Reis, herdada dos colonizadores portugueses e desenvolvida aqui com características próprias, é manifestação de rara beleza. Os receosos versos são preservados de geração em geração por tradição oral.
Os instrumentos utilizados são: viola, violão, sanfona, reco-reco, chocalho, cavaquinho, triângulo, pandeiro e outros instrumentos. Os integrantes do grupo trajam roupas bastante coloridas, sendo eles: Mestre, Contramestre, os Três Reis Magos, Palhaço e Foliões.
1. O Mestre e Contramestre: donos de conhecimentos sobre a manifestação, são aqueles que comandam os foliões;
2. O Palhaço: com seu jeito cínico e dissimulado, deve proteger o Menino Jesus, confundindo os soldados de Herodes. O seu jeito alegre e suas vestimentas coloridas são responsáveis pela distração e divertimento de quem assiste à apresentação. Representando o Mal, usa geralmente máscara confeccionada com pele de animal e vai sempre afastado um pouco da formação normal da Folia, nunca se adiantando à “bandeira”. Apesar de seu simbolismo, é personagem alegre, que dança e improvisa versos, criando momentos de grande descontração;
3. Os Foliões: grupo composto de homens simples, geralmente de origem rural; são os participantes da festa que dão exemplo grandioso através de sua cantoria de fé;
4. Reis Magos: os Três Reis Magos fazem a viagem da Esperança, certos de encontrarem sua estrela.
– É importante salientar que, em diversos grupos de folia de reis, a figura feminina se encontra através da representação das Pastoras.
Até há pouco, podia-se ouvir ao longe ou, com sorte, encontrar, vindo de bairro distante, um grupo especial de músicos e cantadores, trajando fardamento colorido, entoando versos que anunciam o nascimento do Menino Jesus e homenageiam os Reis Magos. Trata-se, naturalmente, da Folia de Reis que, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, Dia de Reis, peregrina por ruas à procura de acolhida ou em direção a algum presépio.
Com sanfona, reco-reco, caixa, pandeiro, chocalho, violão e outros instrumentos, seguem os foliões pela horas adentro em longas caminhadas, levando a “bandeira” (estandarte de madeira ornado com motivos religiosos), a qual tributam especial respeito. Vão liderados por mestre e contramestre, figuras de relevância dentro da Folia por conhecerem os versos – são os puxadores do canto.
Os foliões cumprem promessa de, por sete anos consecutivos, saírem com a Folia e arrecadar em suas andanças donativos para realizarem anualmente, no dia 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, festa com cantorias e ladainhas.
Durante a caminhada, é carregada a “bandeira” do grupo, um estandarte de madeira enfeitado com motivos religiosos.
O ponto alto da festa se dá quando dois grupos se encontram. Juntos, eles caminham em direção ao presépio da festa, o ponto final da caminhada. Infelizmente trata-se de uma celebração que vai se perdendo no tempo.
No Morro Dona Marta, na comunidade Santa Marta, preserva-se essa tradição a partir da inciativa e resistência do grupo FOLIA DE REIS PENITENTES DO SANTA MARTA.
SINOPSE
“Ô de casa, ô de fora!
Nesta ocasião tão
excelente
A MOCIDADE UNIDA do
SANTA MARTA
Versa os santos Reis
do Oriente
Eis a Folia de Reis!
Eis a Festa do Reisado!
Que o tempo nos legou
Por milênios validado
Sendo agora
apresentado
No “cortejo” consagrado
Nosso povo desce o
morro
E reúne os foliões
Que vão pra rua “bater”
caixas, pandeiros,
repiques, surdos e
violões
Assim começa a nossa
história
Nas “Boas Festas”
d’ Alegria
Que vos manda
o Rei da Glória
Filho da Virgem Maria
O conto dos três Reis
Magos
Que de terras bem
distantes
Foram guiados por uma
estrela
Cujos raios cintilantes
Os levaram ao Deus
Menino com seu brilho
radiante
O sinal da Santa Cruz
É principio de oração
É o principio desse canto
Desta rica invocação
Ao povo da cidade,
pedimos com emoção:
“Abra” as suas portarias
E “receba” essa nobre
folia
Que com honra conduz
A bandeira do divino
O retrato de Jesus
Deus o salve a luz do dia
Deus o salve a claridade
Deus o salve os
guardiões
Da Santíssima Trindade
Deus te salve o oratório!
É coluna que Ele fez
Deus te salve o oratório!
Tradição do santo Reis
Deus te salve a Lapinha
E as imagens que estão
dentro
Deus te salve a Lapinha
E todo seu ornamento
Povo desta rua
Alegre seu coração!
Receba santo Reis
E o seu grupo folião
Na folia tem palhaço
Que faz verso e
diabruras
Representando o tinhoso
Tentador das criaturas
Por sete anos se repete
Nesse belo ritual
Sempre levando o bem
Em detrimento ao mal
Batendo de porta em
porta
Pra pagar uma promessa
Levam mestre e
contramestre
Pra poder cantar a peça
No dia do Padroeiro
Os penitentes,
em forma de oração
Oferecem uma festinha
Com sanfona, violeiro,
Pastoras e ladainha
Salve os Mestres Luiz,
Dodô e Zé Diniz!
Salve as Pastores,
palhaços e foliões!
que deixaram o povo
feliz
Salve aqueles que hoje
tem como missão
Eternizar a tradição
Salve os santos Reis
Que sempre deixam
Muita saudade
Salve a Onça Negra de
Botafogo
Que roga votos de
muitas bençãos
Para o povo desta
cidade!”
Carnavalesco: Miro Freitas
Texto: Renato Figueiredo

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