sábado, 21 de agosto de 2010

ENREDO 2011 GRES ARAME DO RICARDO (RIO DE JANEIRO/RJ)

Enredo: "O Arame é Fogo!"
Carnavalesco: Ney Júnior
Uma das maiores conquistas da humanidade foi, sem dúvida, o fogo. O homem aprendeu a utilizar esse elemento, interferindo na natureza em seu benefício. O fogo servia de iluminação, de arma para afastar predadores, usava-se também para se aquecer em épocas frias. Mais tarde, o fogo passou a ser empregado nos processos de cozimento do alimento, o tornando mais saudável e saboroso.
Embora, nessa época, o poder químico e físico do fogo ainda fosse desconhecido, um conhecimento empírico em relação a esse elemento começa a ser traçado. Esse conhecimento vai inspirar os alquimistas na Idade Média, que acreditavam no poder de transformação da matéria que o fogo tinha. Chegaram até a acreditar que o fogo poderia transformar minérios de ferro sem valor em ouro.
Infelizmente, nem sempre esse elemento foi utilizado apenas para a sobrevivência. O fogo permitiu que o homem tivesse controle sobre a natureza, utilizando técnicas rudimentares de agricultura prejudiciais, como as queimadas. A destruição do meio ambiente e a poluição são efeitos dessa prática, e ruins especialmente para nós. Armas de fogo passaram a ser produzidas e dessa vez o homem passa a ser refém de sua própria descoberta, assim como o grande Gigante Prometeu, que segundo a lenda roubou o fogo dos Deuses e por isso recebeu uma grande tortura.
Na antiguidade o fogo também teve suas utilidades. A exemplo da ingestão de alimentos cozidos, melhorando sua saúde e mudando o formato do seu rosto. Com o convívio à volta da fogueira criou-se na antiguidade um forte sentimento de união entre os elementos do grupo, contribuindo para o desenvolvimento de sua própria linguagem.
Mas nem tudo foi flores em tempos remotos. Povos foram dizimados em busca do fogo. Naquela época, a tribo que tivesse maior poder e conhecimento sobre o fogo, era o povo que dominava a região. Muitas batalhas foram travadas mediante a posse do fogo, resultando em muitas mortes.
O Fogo chega até a Idade Média, onde a principal vítima se torna a maior biblioteca que o mundo já conheceu: A biblioteca de Alexandria, que foi destruída misteriosamente por um incêndio.
No Egito Antigo não era diferente. Enormes chamas de fogo seriam lançadas para arrebatar as almas dos faraós após a sua morte, e isso criou certo pavor na região.
Assim como, Hefesto na mitologia romana fabricou os raios de Zeus, o tridente de Poseidon, a couraça de Heracles, os Deuses e a mitologia afro brasileira não ficam de fora. Xangô, Yansã e Exu são representados na cultura africana como Deuses ligados diretamente ao fogo.
A pira olímpica, o fogo sagrado dos jogos olímpicos, os bombeiros e as festas de São João, são alguns elementos que constituem o tema.
Chegando ao seu final, o fogo do amor. Fogo que arde sem doer. Fogo que acalma, esquenta, anima, produz e transforma tudo o que é antigo, em novas possibilidades.
O Arame é fogo. O Arame é vida, esquentando a avenida.


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