Por Fábio Silva
Em 30 dias, 12 escolas de samba - incluindo a atual campeã do Acesso A e que agora faz parte de elite do Carnaval carioca, a Renascer de Jacarepaguá - que têm barracões ou quadra no terreno da antiga Rede Ferroviária Federal (RFF), na Praça Marechal Hermes, no Santo Cristo, terão que deixar o local e 'abrir alas' ao Porto Maravilha. A reintegração de posse à União, prevista para ontem, foi adiada devido à quantidade de carros alegóricos.
O espaço, conhecido como Carandiru, vai abrigar construções para os Jogos de 2016. Também serão remanejados comerciantes e 38 famílias que vivem nos antigos prédios da RFF.
Ontem cedo, policiais e agentes da Guarda Municipal, acompanhados de oficial de Justiça e representantes da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto, chegaram ao local. Mas, ainda sem destino, as escolas ganharam mais um mês.
"A Riotur estuda custear aluguéis em imóveis próximos. Já vimos alguma coisa na Avenida Brasil e no Caju", disse o presidente da Lesga, Reginaldo Gomes, representante de 6 agremiações dos grupos de Acesso A e B. A Associação das Escolas de Samba do Rio, que responde por 5 escolas dos grupos C, D e E, também negocia.
Já a Renascer depende da entrega de seu novo barracão na Cidade do Samba. "Por conta do incêndio (um mês antes do Carnaval passado), o espaço só deve estar disponível no fim de julho, mas não teremos problemas em desocupar nosso atual barracão", ponderou o presidente da escola, Antônio Carlos Salomão.
Região vai abrigar vilas, centro de convenções e hotel cinco estrelas
Na Praia Formosa, na área conhecida como Carandiru, e ao longo da Avenida Francisco Bicalho - áreas importantes nos planos olímpicos do Rio -, serão erguidas as vilas de mídia e árbitros, com cerca de 11 mil quartos; o centro de convenções, que terá cerca de 50 mil metros quadrados; um hotel cinco estrelas com 500 quartos; e ainda instalações olímpicas temporárias, como centros de mídia, de operações e de credenciamento.
Hoje será divulgado o resultado do concurso Porto Olímpico, em parceria com o IAB, que selecionou um entre 83 projetos para a região. Três outros ficaram no 'banco de reserva'.
Diretor de escola e moradores da área estão apreensivos
Situada há mais de 15 anos no bloco A do nº 63 da Praça Marechal Hermes, a quadra da Vizinha Faladeira, que completará 79 anos em dezembro, será desativada. "Não temos corpo jurídico para reverter a situação, então temos que conversar com a prefeitura para encontrar um local", disse o diretor social, Robson Fortuna.
Moradores também estão apreensivos. A ambulante Luzmaia Jesus Silva, 38, que vive com companheiro e quatro filhos em imóvel do Carandiru, não tinha retirado nada de casa. A Secretaria Municipal de Habitação afirma que a fase de diálogos está aberta para resolver, o quanto antes, a situação de famílias como a de Luzmaia.
* As informações são do Jornal O Dia
http://www.galeriadosamba.com.br/V41/NI.asp?DJKLG74
Nenhum comentário:
Postar um comentário