Arame faz reverências a Hiram Araújo
O próximo ano será o segundo carnaval de Ney Júnior como carnavalesco e em sua primeira experiência deu o sexto lugar do Grupo E para o Arame de Ricardo, que há algum tempo não conseguia uma colocação expressiva nos desfiles da Intendente Magalhães. O novo ânimo fez a escola topar a ideia de homenagear em 2012 uma grande personalidade. O médico de formação, pesquisador e carnavalesco Hiram Araújo é talvez uma das figuras que mais entende de carnaval hoje em dia. Autor de enredos históricos da Portela como “Macunaíma” e “O Mundo Melhor de Pixinguinha”, Hiram é hoje Diretor Cultural da LIESA e idealizador do Centro de Memória do Carnaval e terá sua vida e sua contribuição para o carnaval retratadas na avenida. O Bancada do Samba conversou com o carnavalesco Ney Júnior sobre a sua carreira e de como será a abordagem do enredo em homenagem a esse grande nome da nossa cultura e do nosso carnaval.
Bancada do Samba – A ideia de fazer enredo pro Hiram é uma sacada ótima. Queria saber como foi que você teve a ideia e como foi o primeiro contato com ele?
Ney Júnior- Bom, já queriamos homenagear alguma personalidade esse ano. Há mto tempo o arame não faz nenhuma homenagem e o Hiram Araujo é uma grande personalidade do samba. Dizemos que esse enredo é inédito. Quando tive contato com ele, ele ficou muito emocionado pelo convite. Ele realmente é uma pessoa muito humilde e muito carinhosa.
BS- O Hiram tem uma contribuição muito importante pra história da Portela, idealizando enredos clássicos como “Macunaíma” e “O Mundo Melhor de Pixinguinha”. Como vc pretende abordar essa fase da vida dele no desfile?
NJ- Divdimos o enredo em 3 partes: o “médico”, o “idealizador” e o carnavalesco. Começamos o enredo contando um pouco sobre a criação; o início. Posteriormente passamos ao contato com a medicina, política e o mundo do carnaval. Falar de Hiram Araújo como um dos grandes gênios da Portela é uma honra. O setor que retratamos o carnaval será uma grande festa, pois foi através desse mundo que Hiram se tornou essa grande personalidade.
BS – Dentro das possibilidades da escola, tem algo diferente que você queira levar pro seu desfile?
NJ - Gosto muito da teatralização no desfile. Adoro alas coreografadas. Acho que o novo assusta, motiva. Paulo Barros chegou aonde está pelas suas inovações, mesmo em escolas pequenas. É isso que o povo quer ver, novidades. Acho que não importa a possibilidade da escola , e sim a criatividade da equipe.
BS – Nessa etapa, como está o desenvolvimento do carnaval?
NJ- A todo vapor. Já desenvolvemos o enredo e os figurinos. Como as condições não são muito favoráveis nessa parte do ano, trabalhamos com o que temos. Esperamos que esse ano não tenhamos correria.
BS – Vc chegou como no Arame, veio de onde?
NJ- Sempre fui apaixonado por carnaval. Por toda a minha vida respirei escola de samba, mas sabia que não conseguiria realizar meu sonho com 13, 14 anos. Durante esse tempo, fui me especializando fazendo cursos, visitando barracões. Quando me formei, senti que era a hora de começar efetivamente a realizar meu sonho. Fui atrás de carnavalescos, presidentes e pessoas influentes nesse meio. Muitos me deram as costas, mas muitos me ajudaram. Não vou citar nomes pois posso esquecer de algum. Mas pessoas como Cláudio Fontes (ex -Vila Kenedy), Orlando Junior foram importantes nesse meu começo. Cheguei no Arame através do Orlandinho. Fui apresentado ao presidente e começamos a idealizar o carnaval de 2011. Graças a Deus está dando certo.
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