segunda-feira, 25 de junho de 2012

GRCES UNIDOS DE JUCUTUQUARA (VITÓRIA/ES)

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 Carnaval 2013 » Conheça o Enredo

“MISTÉRIOS E ENCANTOS DA ILHA TUPINAMBARANA” 

Bem vindos a Parintins, a Ilha Encantada! As “gaiolas”, as “chatinhas” e os “vaticanos” 
vão aportando suavemente. Vindos de todos os lugares, os visitantes vão se 
aproximando da proa atraído pela algazarra dos “brincantes”, que dão boas vindas 
com alegres toadas. Estamos no estado do Amazonas, a 420km de Manaus.
A emoção da chegada nos deixa sentir o pulsar do pulmão do mundo. E neste clima 
tomamos conhecimento da figura de DINAHÍ, a “Mãe d’água”: exuberante morena, 
que segundo a lenda emergiu do fundo das águas, trazidas por uma enorme serpente. 
Seu corpo sensual é metade mulher e a outra metade peixe. Ela é a protetora dos rios, 
e também uma suave deusa que abre as portas deste mundo mágico que agora vamos 
penetrar. 
O JARDIM DO PARAÍSO A ilha de Parintins foi chamada primeiramente de Tupinambarana. 
Era habitado pelos guerreiros Parintins, pelos Tupinambás, Maués e Sapupés. Antes do 
descobrimento oficial do Brasil, em 1496, um vendaval obrigou uma pequena caravela 
comandada pelo capitão Armendoriz de Cordoba a procurar abrigo nesta ilha. 
Os botes foram arriados e os marujos remaram ansiosos, atraídos pelos perfumes das 
exóticas flores. Após tanto tempo no mar, esta terra virgem os entorpecia, fazendo-os 
cada vez mais embrenharem-se pela mata: abateram animas que dantes havia visto, 
colheram frutos de raros sabores, se surpreenderam com um fonte cristalina onde 
se banharam supondo ser a fonte da juventude.
De repente o canto das águas foi cortado pela batida dos tambores selvagens. Os 
visitantes logo perceberam que centenas de olhos os observavam. Imediatamente 
guerreiros indígenas surgem contrastando minúsculas tangas e corpos pintados com 
formais vestimentas europeias. 
O encontro foi desprovido de agressividade de ambas as partes. Pôde-se logo 
distinguir o chefe dos índios, que indicou para seguirem em direção dos tambores. 
Por uma alameda ladeada de flores, chegaram a um povoado, onde de pronto avistaram 
rapazes e moças de cabelos negros e sedosos, crianças que riam alegres e velhos 
que socavam em pilos a mandioca ou trabalhavam no tear.
Grandes vasos com pinturas geométricas apresentavam uma estética aos convidados, 
que logo perceberam estarem diante de uma solenidade: era a cerimônia de 
MUIRAQUITÃ, troféu que as CUNHATÃS (mulheres jovens amazonas) entregariam aos 
rapazes perpetuando o amor eterno. Uma cerimônia de rara beleza que emocionou até 
os 
mais rudes marujos ali presentes.
Hoje, depois de muitos séculos, mais uma vez os rituais desta Ilha voltam a encantar 
ao homem branco. LENDAS E MISTÉRIOS DA ILHA O ritmo das toadas continua por 
toda a cidade, engalanada de azul e vermelho. Neste cenário mágico os caboclos vão 
narrando antigas lendas da região.
Com ênfase vão descrevendo CURUPIRAS e CAIPORAS, onças pintadas e botos sedutores. 
Ouvimos adorações a TUPÃ, Deus dos trovões e MONÃ o Deus supremo. Aprendemos a 
origem do guaraná derivada da tribo SATERÉ-MAUÉ, que segundo a lenda, nasceu das 
terras sagradas onde foi enterrado CERRÁ IWATÓ, o guerreiro.
Com convicção nos falam de ervas milagrosas, de serpentes mágicas e nos ARUANÃ, peixe 
que se transformaram em índios, os KARAJÁS. Este mundo de tão rica imagem nos leva a 
sonhar acordado vendo girar ao nosso redor todos esses incríveis personagens.
GARANTIDO E CAPRICHOSO O Boi-bumbá é sem dúvida o folguedo de maior significação 
estética, cultural e social do Brasil, brincado em quase todo o País, variando na forma, ritmo, 
toada, coreografia e nome em cada região. O surgimento dos dois “Bois” Garantido e 
Caprichoso, no início do século, é narrado de diferentes formas.
Qualquer que seja, porém, a origem não desmerece nem um nem outro. Ao final do mês 
de Maio tem início um verdadeiro mutirão, que visa deixar tudo enfeitado de vermelho e 
branco (cores do “Boi” Garantido) e azul e branco (cores de “Boi” Caprichoso).
Desde então a cidade fica dividida em dois “currais”, como é chamado o local onde ensaiam. 
Apesar da competição, o objetivo principal é difundir o folclore Parintinense e a cultura 
Amazônica. Por isto, todo ano uma série de atividades artísticas e culturais engrandece 
cada vez mais a imagem do Amazonas no âmbito nacional e internacional.
A festa do “Boi” tem sua apresentação mais exuberante nos dias 28, 29 e 30 de junho. 
Nestes dias todas as atenções se voltam para os “Bois”, Garantido e Caprichoso, que 
há 80 anos empolgam toda a ilha. A apresentação dos grupos é feita para um público 
de mais de 35 mil espectadores, exultantes com as toadas que contam lendas e tradições 
da região.
O Boi-Bumbá de Parintins ganhou tanta força que foi necessário construir para sua 
apresentação o “Bumbódromo”, como é popularmente conhecido o Centro Cultural e 
Desportivo Amazonino Mendes. Apesar de respeitar tradições e os mitos, o Bumbá está 
sempre em constante evolução. Esta manifestação popular não é o Carnaval, nem Axé, 
nem Maracatu, nem propõe ser uma autêntica dança indígena. 
O certo é que nesta Festa todos tremem de emoção com os “Bois” Garantido e Caprichoso. 
Autor do Enredo: Orlando Júnior 

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