Monarco lança chapa de oposição na Portela e reclama: 'Chega de ser chacota'
Baluarte faz desabafo e arranca aplausos de integrantes da escola durante evento do grupo liderado por Serginho Procópio e Marcos Falcon. Eleição será em maio
POR RAPHAEL AZEVEDO
Falcon (E), Monarco e Serginho Procópio: trio representa oposição ao atual presidente da Portela |Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Procópio: 'O portelense quer vitória'
"Sou portelense desde criança e fico triste porque todo Carnaval só passamos na Avenida, só passamos. Não brigamos pelo título. Isso me fez montar essa chapa. A Portela tem que estar sempre lá em cima, com uma administração limpa e transparente. O portelense quer vitória para alegrar seus corações. Não tem mais esse negócio de o presidente ser dono da escola. Todos são donos da Portela", disse Procópio, que é músico da Velha Guarda Show e filho do lendário Osmar do Cavaco.
Perguntado sobre possíveis renovações nos segmentos em caso de vitória, Procópio evitou polemizar, mas deu a entender que o intérprete Gilsinho e o mestre de bateria Nilo Sérgio estariam assegurados na nova gestão. O candidato a vice, Marcos Falcon, fez coro e, sem citar o nome de Nilo Figueiredo em momento algum, apontou problemas da gestão atual.
"Acreditamos no nosso projeto. A Portela pode mudar e o que vai prevalecer é a competência administrativa e a lealdade. Não queremos fazer críticas, mas a verdade é que a ala das baianas não pode receber sua fantasia faltando meia hora para o desfile. Não pode o componente que ensaia com a escola ir ao barracão e não receber sua fantasia", reclamou, revelando problemas do último desfile.
Falcon: 'A Portela precisa acordar'
Falcon, como é conhecido, também criticou a falta de investimentos no barracão, notória falha da azul e branco nos últimos tempos. "Não pode o poder público ajudar todas as escolas como acontece e todas conseguirem botar seus carnavais na rua e a Portela ficar aguardando o resultado, aguardando para não ser rebaixada. A Portela é a maior potência do Carnaval. É um gigante adormecido que precisa acordar", completou.
Questionado sobre como pretende lidar com eventuais críticas sobre o fato de ter sido preso acusado de envolvimento com milícias em 2011, e depois julgado e inocentado, o ex-PM não titubeou. "Discuto essa questão sem nenhum constrangimento e sem nenhum problema. Fui acusado, preso, julgado e inocentado. Tenho todos os documentos que mostram isso. Não vejo nenhum problema nisso. Não sou miliciano e nunca fui. Fui vítima de uma covardia. A presença da comunidade nesse evento diz tudo. Vivemos numa democracia e tenho todo o direito de disputar a eleição", respondeu.
Lançamento de chapa reuniu portelenses ilustres e sambistas de outras escolas. Eleição será em maio | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Auditoria completa é uma das propostas da chapa
Entre as propostas que foram apresentadas pelo grupo estão auditoria total nas contas feitas por uma empresa externa, saneamento das dívidas, reformulação do estatuto, implantação do projeto de sócio-torcedor, fim da reeleição por mais de três vezes, valorização da ala dos compositores e Velha Guarda e formação de equipe competitiva para o Carnaval.
Para o primeiro evento oficial da chapa, a noite impressionou pela grande adesão de segmentos da azul e branco, integrantes de famílias importantes da Portela, sambistas de outras agremiações e personalidades. Tia Surica, a lendária ex-porta-bandeira Dodô e o compositor David Corrêa foram alguns dos que marcaram presença.
Eliane Faria (filha de Paulinho da Viola), Angela Nogueira (viúva de João Nogueira), Nezio Nascimento e Nozinho (filhos de Natal da Portela) e descendentes do fundador Paulo da Portela também fizeram questão de comparecer. Em 2013, a escola ficou em sétimo lugar. A Portela não conquista sozinha o título desde 1970.
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