G.R.E.S. Difícil é o Nome – Carnaval 2014
“Raio de Luz para os negros – Os tambores africanos clamam os orixás a liberdade”
“Raio de Luz para os negros – Os tambores africanos clamam os orixás a liberdade”
Sinopse
Lá no úmido portão, tristes e solitários, atravessando o mar, em um tumbeiro. Um negro entoava uma súplica e todos começavam a entoar uma cantiga. Era África, era Congo, era Angola, era o negro à implorar, pedindo aos deuses Yorubás a liberdade.
Triste foi ver o negro a morrer, pois a crueldade, a dor e a saudade os abateu, ceifando aquela vida que não suportou a dor. O negro adormeceu.
Mas, confiante nos deuses Yorubás, os negros começaram a rezar, pedindo que chegasse a hora em que fossem libertos, mesmo sem saber o que lhes esperava. A fé pedia calma.
Os brancos senhores portugueses, que os aguardavam nos leilões, já tinham destino certo para nós, os negros. Era o cafezal, o canavial. Viramos mercadoria, fomos escravizados pela covardia. Oh! dias malditos que não conseguimos esquecer.
Rogando para que chegasse a liberdade, um raio de luz, e os deuses Yorubás nos ouviram. Mesmo que tardia, pelas mãos abençoadas, algumas leis surgiram.
Foi o primeiro suspiro. A dor que sai do peito nos permite gritar, viemos de longe, de álem-mar.
Nos quilombos, líderes negros e braços fortes nos permitem respirar, pois chegou a nossa hora, vamos nos libertar! Somos negros, somos raça, viva a liberdade!
E assim, nós, os negros, ganhamos nossa alforria pelas mãos dos abolicionistas. Hoje podemos ser doutor, deputado ou ator. Quem sabe um poeta ou professor. Pois deixamos de ser escravos e passamos a ser “um negro, sim senhor”.
Avante zumbi!
Avante Rainha Ginga!
Avante todos os negros!
Viva a liberdade!
Avante Rainha Ginga!
Avante todos os negros!
Viva a liberdade!
A história do negro não cabe em um dia, mas cabe numa nação.
Luiz Cavalcanthé
Carnavalesco
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