sábado, 26 de julho de 2014

GRES IMPÉRIO SERRANO (RIO DE JANEIRO/RJ)

“POEMA AOS PEREGRINOS DA FÉ”












JUSTIFICATIVA
Andar com fé eu vou!
A peregrinação amplia e enriquece com uma experiência intensa, festiva e emotiva, os limites da nossa habitual visão do mundo. Toda religião possui locais de especial significado e a visita a estes lugares, muitas vezes é reconhecidamente um meio legítimo de acumular méritos espirituais. Peregrinar pode transformar a vida de uma pessoa. E caminhar na direção de um determinado lugar, movido por algo muito importante, determinante para a vida do peregrino é reforçar os laços de afetividade e amor à sua religião.
Com toda devoção, hoje nossa Escola ganha a Avenida fazendo dela seu caminho de romaria e peregrinação, o qual será percorrido com alegria e enorme satisfação em agradecimento aos nossos santos padroeiros, por tantas graças alcançadas. 
Minha gente nordestina chega aos solavancos nos paus-de-arara, comendo poeira por estradas de terra vermelha rachada. Trajando chapéu de palha e roupa de domingo, trazem na bagagem a barriga vazia e o coração cheio de esperança.
Em procissão de ladainhas, os devotos se unem em tocante cantoria, elevando o espírito, expurgando os pecados pelo direito a um quinhão no céu. Purificação da alma conseguida com muito sacrifício do corpo e total abnegação.
Vamos todos em louvação percorrer recantos sagrados deste país: Aparecida, Bom Jesus da Lapa, Canindé, Juazeiro do Norte e Santa Maria. Na boleia de um caminhão, no lombo de um jumento, ou mesmo a pé, pagando promessas atendidas, o combustível é nossa fé.
Abençoados pela misericórdia divina, nos entregamos em celebrações espirituais Brasil afora, em grandes festas religiosas, em pequenas paróquias, em singelos altares domésticos. Assim, rogamos proteção, saúde e felicidade em altas cantilenas, nos coros das igrejas ou em preces solitárias e silenciosas no refúgio de nossos lares.
Irmanados em sublime reverência, glorificamos Nossa Senhora, Padim Padre Cícero, Senhor do Bonfim, São Jorge, Oxalá, Irmandade da Boa Morte, Rainha das Taieiras, Frei Damião e todos os cultuados santos, pois hoje nosso samba será cantado em forma de oração. Nosso altar é a Passarela; os componentes, nossos dedicados fieis; nosso desfile, o cortejo de adoração, e a nossa Escola, nossa fervorosa religião. O romeiro é um religioso que caminha em busca de dias melhores e assim como o sambista faz do samba sua fé e do carnaval a sua religião. O sambista é um peregrino que caminha por quadras, barracões e passa na avenida do samba com o sorriso aberto. Seu manto é a fantasia e o batuque é a sua oração. Temos assim no carnaval o cortejo dos romeiros da folia.
No coração a certeza de que toda essa fé vale a pena, pois carrega a certeza de que jamais vai deixar o samba acabar. Assim como cada um dos imperianos de fé. O tradicional manto de fé verde e branco estampa os sorrisos de alegria daqueles que sempre confiam na lança do santo guerreiro e na herança deixada por seus baluartes. Com orgulho transforma o amor em oração e a devoção em samba. 
Para andar com fé e para que a fé nunca falte, a peregrinação do carnaval do Império Serrano é um poema que pede passagem, para que essa fé se renove em cada coração apaixonado pela coroa imperial do carnaval.
Avante peregrinos de fé! 
Avante imperianos de Madureira!
Chegou a hora de andar com fé!

Carnavalesco: Severo Luzardo Filho
Pesquisa: Jeferson Pedro

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