“Teus livros têm páginas belas
Se eu for falar da Portela, hoje não vou terminar...”
(Monarco)
Se eu for falar da Portela, hoje não vou terminar...”
(Monarco)
“Se eu for falar da Portela, hoje não vou terminar”
É! É que a história da Portela não tem fim mesmo...
Mas, como seria bom se pudéssemos passar a vida, ou o infinito de vidas, falando da Portela...
Ah se fosse possível! Jamais terminaria...
Cantaria e dançaria até os dias raiarem, nas festas de bambas, onde tudo começou...
Brincaria, incansáveis vezes, carnavais e carnavais, falando da Portela.
Mesmo, sabendo que essa história não terá fim
É da Portela que vamos falar!
É que temos muitos motivos... Afinal, as duas se encontraram...
A Soberana e a Majestade.
Ah! Melhor não falar! Deixa pra lá...
É da Portela que nós vamos falar!
A Portela que surgiu de outras formas de manifestação, no Rio Antigo, de depois da Abolição da Escravatura. Abolição que fez gente se arrumar como podia.
Em terras, de onde antes brotavam folhas, grãos... Loteadas, passaram a brotar pessoas, barracos, histórias, festas, batuques, samba, sambas, escola de samba
Eram as festas de Dona Esther, de seu Napoleão, que reuniam gente bamba
Forjando, assim, a Grande Portela, em embrião
A Portela de Oswaldo Cruz e Madureira
A Portela do Rio Antigo, que sonhou ser como Paris
Do “Bota Abaixo”, dos sonhos de Pereira Passos
Que ergueu grandes praças e grandes avenidas
Que derrubou cortiços e fez negros e homens pobres subirem os morros
Que levaram consigo as sessões de macumba, os ritos, as bençãos aos espíritos dos caboclos e Pretos Velhos, que acabavam em samba
A Portela, que nasceu de blocos
Blocos que desfilavam alegria e graça, com cheiro do chão batido de Oswaldo Cruz, do tempo que tudo ali se parecia roça, da antes Freguesia do Irajá
Desde o tempo primeiro, do início de Madureira, da época do Bloco “Quem Fala de Nós Come Mosca”, da dissidência que deu origem ao “Baianinhas de Oswaldo Cruz”, e da dissidência que fez nascer o “Conjunto Carnavalesco de Oswaldo Cruz”...
Portela, que já foi “Quem nos Faz é o Capricho” e depois “Vai Como Pode”...
Ah, Praça XI... de tantas batalhas eternizadas.
Portela, Portela...
Das giras de lei, dos batuques e ritmos que originaram o samba-enredo.
Portela, Portela...
De Paulo Benjamin de Oliveira, imortalizado como Paulo da Portela, de Antônio Rufino e Antônio Caetano, baluartes que embalaram a escola que, ao longo de sua história, sagrou-se 21 vezes campeã do carnaval...
Da Águia soberana e da primeira alegoria, no Carnaval de 1935, do enredo “O Samba Dominando o Mundo”, de quando a Portela ainda era a “Vai Como Pode”
Das festas na Central do Brasil, de quando Paulo da Portela comandava a “invasão” dos vagões do trem parador...
Trem que ligava o Centro ao subúrbio e partia, pontualmente, às 18h04, e seguia sua viagem toda tocando samba, o povo do que seria a Portela irmanado com os trabalhadores, na volta pra casa... Era um modo de fugir da Lei da Vadiagem e de se livrar das pancadas da Polícia.
Ah, Portela! Querida Portela...
Portela de São Sebastião, padroeiro da “Tabajara do Samba”
De Nossa Senhora da Conceição, padroeira da própria escola de samba
Das primeiras disputas, com a Mangueira, a Vizinha Faladeira, a Para o Ano Sai Melhor e a A Cada Ano Sai Melhor, no início dos anos 30, às disputas oficiais, a partir de 1935, carnaval marco para a agremiação, que por sugestão de um delegado de polícia, Dulcídio Gonçalves, passou a ter o nome Portela, em referência à Estrada da Portela, ganhando, ali, a Águia, as cores azul e branco e ainda o título de campeã daquele ano.
Portela de Claudionor Marcelino, que criou e imortalizou os passos e trejeitos que deram origem à figura do passista do carnaval, destacando-se ainda, no mesmo 1935
Portela! Ah, Portela pioneira...
Portela! Ah, Portela! Da primeira comissão de frente
A primeira a separar o cortejo em alas uniformizadas.
Portela de Heitor dos Prazeres, pivô da saída de Paulo da Portela, em 1941, para nunca mais voltar...
Portela que, neste mesmo 1941 mesmo, ainda pelas mãos de Paulo da Portela, seduziu Walt Disney, com o samba de raiz de Oswaldo Cruz e Madureira
Ah! Como é bom falar da Portela...
Portela de Natal
Natalino José do Nascimento, o mito, o homem de um braço só, o homem forte da Portela, condutor dos anos de glória, do período dourado portelense... Dos grandes voos da águia altaneira
Portela... Ah, Portela! É bom lembrar dos sete títulos de Natal, de 1941 a 1947,
Um feito sem igual
Dos carnavais difíceis, em tempos de tensão da Segunda Guerra Mundial
Portela de saudades, da saudade da Praça XI, “berço das nossas fantasias”
Demolida, deu espaço pra abertura da antiga Avenida Presidente Vargas, depois Avenida Central e depois Rio Branco. Palco de grandes carnavais
Quanto mudou!!! Da Praça XI à Rio Branco, depois, à Sapucaí...
Portela de Vilma Nascimento, o Cisne da Passarela
Portela de Candeia, o grande e saudoso Candeia, vencedor de tantos sambas-enredo
Portela, da Estrada da Portela ao Itamaraty e depois até a ONU
Portela de Clara Nunes, de Paulinho da Viola..., do “Rio que Passou em Minha Vida”
Portela da Velha Guarda, de Tia Doca e do compositor Casquinha
Portela dos sambas antológicos...
Do “Lendas e Mistérios da Amazônia”, “Macunaíma, Herói de Nossa Gente”, do grande e mais cantado samba “Das Maravilhas do Mar, Fez-se o Esplendor de uma Noite”, do lendário e místico “Contos de Areia”, até o “Gosto que me Enrosco”, daquele meio ponto que faltou para chegar ao título.
E porque não falar das dissidências? Foram três, ao todo, ao logo dessa história...
A de 1941..., com a saída de Paulo da Portela, após uma briga com o Mestre-Sala valentão, Manuel Bambam, que o impediu de desfilar;
A de 1974..., que se deu por conta do afastamento de vários sambistas, que, puxados por Candeia, que fundaram o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Samba Quilombo, que não disputava carnavais, mas servia para fazer a proposta de um retorno aos saudosos desfiles de outrora
E a de 1984..., do corte de 12 alas da Portela pela diretoria de então, que levou ao afastamento de outros bambas, puxados por Nésio Nascimento, filho de Natal, e que ocasionou a fundação da Sociedade Recreativa e Cultural Portela Tradição, depois, por decisão judicial, apenas Tradição.
Mas dissidência é assim mesmo...
Com palavras dispostas de forma reta, assim, sem poesia
Mas é parte da história da Portela
Da bela história da Portela
E quão bela é a história da Portela
Já chamava a atenção, o seu Monarco
Uma história que não tem mesmo fim
Do feijão da Tia Vicentina ao Feijão da Tia Surica
A Majestade do Samba se mantém firme e forte
E com sua Águia Altaneira, símbolo maior do Carnaval Brasileiro
Faz novos voos, voos para o amanhã...
Como temos visto e como os que virão
Hoje, alcança o coração da Amazônia e...
Como no passado, quando tudo começou...
Faz uma grande festa, festa de bambas
Afinal, são 21 títulos! É!
“A Soberana Encontra a Majestade
E nesta passarela, 'eu nunca vi coisa mais bela'”
É! É que a história da Portela não tem fim mesmo...
Mas, como seria bom se pudéssemos passar a vida, ou o infinito de vidas, falando da Portela...
Ah se fosse possível! Jamais terminaria...
Cantaria e dançaria até os dias raiarem, nas festas de bambas, onde tudo começou...
Brincaria, incansáveis vezes, carnavais e carnavais, falando da Portela.
Mesmo, sabendo que essa história não terá fim
É da Portela que vamos falar!
É que temos muitos motivos... Afinal, as duas se encontraram...
A Soberana e a Majestade.
Ah! Melhor não falar! Deixa pra lá...
É da Portela que nós vamos falar!
A Portela que surgiu de outras formas de manifestação, no Rio Antigo, de depois da Abolição da Escravatura. Abolição que fez gente se arrumar como podia.
Em terras, de onde antes brotavam folhas, grãos... Loteadas, passaram a brotar pessoas, barracos, histórias, festas, batuques, samba, sambas, escola de samba
Eram as festas de Dona Esther, de seu Napoleão, que reuniam gente bamba
Forjando, assim, a Grande Portela, em embrião
A Portela de Oswaldo Cruz e Madureira
A Portela do Rio Antigo, que sonhou ser como Paris
Do “Bota Abaixo”, dos sonhos de Pereira Passos
Que ergueu grandes praças e grandes avenidas
Que derrubou cortiços e fez negros e homens pobres subirem os morros
Que levaram consigo as sessões de macumba, os ritos, as bençãos aos espíritos dos caboclos e Pretos Velhos, que acabavam em samba
A Portela, que nasceu de blocos
Blocos que desfilavam alegria e graça, com cheiro do chão batido de Oswaldo Cruz, do tempo que tudo ali se parecia roça, da antes Freguesia do Irajá
Desde o tempo primeiro, do início de Madureira, da época do Bloco “Quem Fala de Nós Come Mosca”, da dissidência que deu origem ao “Baianinhas de Oswaldo Cruz”, e da dissidência que fez nascer o “Conjunto Carnavalesco de Oswaldo Cruz”...
Portela, que já foi “Quem nos Faz é o Capricho” e depois “Vai Como Pode”...
Ah, Praça XI... de tantas batalhas eternizadas.
Portela, Portela...
Das giras de lei, dos batuques e ritmos que originaram o samba-enredo.
Portela, Portela...
De Paulo Benjamin de Oliveira, imortalizado como Paulo da Portela, de Antônio Rufino e Antônio Caetano, baluartes que embalaram a escola que, ao longo de sua história, sagrou-se 21 vezes campeã do carnaval...
Da Águia soberana e da primeira alegoria, no Carnaval de 1935, do enredo “O Samba Dominando o Mundo”, de quando a Portela ainda era a “Vai Como Pode”
Das festas na Central do Brasil, de quando Paulo da Portela comandava a “invasão” dos vagões do trem parador...
Trem que ligava o Centro ao subúrbio e partia, pontualmente, às 18h04, e seguia sua viagem toda tocando samba, o povo do que seria a Portela irmanado com os trabalhadores, na volta pra casa... Era um modo de fugir da Lei da Vadiagem e de se livrar das pancadas da Polícia.
Ah, Portela! Querida Portela...
Portela de São Sebastião, padroeiro da “Tabajara do Samba”
De Nossa Senhora da Conceição, padroeira da própria escola de samba
Das primeiras disputas, com a Mangueira, a Vizinha Faladeira, a Para o Ano Sai Melhor e a A Cada Ano Sai Melhor, no início dos anos 30, às disputas oficiais, a partir de 1935, carnaval marco para a agremiação, que por sugestão de um delegado de polícia, Dulcídio Gonçalves, passou a ter o nome Portela, em referência à Estrada da Portela, ganhando, ali, a Águia, as cores azul e branco e ainda o título de campeã daquele ano.
Portela de Claudionor Marcelino, que criou e imortalizou os passos e trejeitos que deram origem à figura do passista do carnaval, destacando-se ainda, no mesmo 1935
Portela! Ah, Portela pioneira...
Portela! Ah, Portela! Da primeira comissão de frente
A primeira a separar o cortejo em alas uniformizadas.
Portela de Heitor dos Prazeres, pivô da saída de Paulo da Portela, em 1941, para nunca mais voltar...
Portela que, neste mesmo 1941 mesmo, ainda pelas mãos de Paulo da Portela, seduziu Walt Disney, com o samba de raiz de Oswaldo Cruz e Madureira
Ah! Como é bom falar da Portela...
Portela de Natal
Natalino José do Nascimento, o mito, o homem de um braço só, o homem forte da Portela, condutor dos anos de glória, do período dourado portelense... Dos grandes voos da águia altaneira
Portela... Ah, Portela! É bom lembrar dos sete títulos de Natal, de 1941 a 1947,
Um feito sem igual
Dos carnavais difíceis, em tempos de tensão da Segunda Guerra Mundial
Portela de saudades, da saudade da Praça XI, “berço das nossas fantasias”
Demolida, deu espaço pra abertura da antiga Avenida Presidente Vargas, depois Avenida Central e depois Rio Branco. Palco de grandes carnavais
Quanto mudou!!! Da Praça XI à Rio Branco, depois, à Sapucaí...
Portela de Vilma Nascimento, o Cisne da Passarela
Portela de Candeia, o grande e saudoso Candeia, vencedor de tantos sambas-enredo
Portela, da Estrada da Portela ao Itamaraty e depois até a ONU
Portela de Clara Nunes, de Paulinho da Viola..., do “Rio que Passou em Minha Vida”
Portela da Velha Guarda, de Tia Doca e do compositor Casquinha
Portela dos sambas antológicos...
Do “Lendas e Mistérios da Amazônia”, “Macunaíma, Herói de Nossa Gente”, do grande e mais cantado samba “Das Maravilhas do Mar, Fez-se o Esplendor de uma Noite”, do lendário e místico “Contos de Areia”, até o “Gosto que me Enrosco”, daquele meio ponto que faltou para chegar ao título.
E porque não falar das dissidências? Foram três, ao todo, ao logo dessa história...
A de 1941..., com a saída de Paulo da Portela, após uma briga com o Mestre-Sala valentão, Manuel Bambam, que o impediu de desfilar;
A de 1974..., que se deu por conta do afastamento de vários sambistas, que, puxados por Candeia, que fundaram o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Samba Quilombo, que não disputava carnavais, mas servia para fazer a proposta de um retorno aos saudosos desfiles de outrora
E a de 1984..., do corte de 12 alas da Portela pela diretoria de então, que levou ao afastamento de outros bambas, puxados por Nésio Nascimento, filho de Natal, e que ocasionou a fundação da Sociedade Recreativa e Cultural Portela Tradição, depois, por decisão judicial, apenas Tradição.
Mas dissidência é assim mesmo...
Com palavras dispostas de forma reta, assim, sem poesia
Mas é parte da história da Portela
Da bela história da Portela
E quão bela é a história da Portela
Já chamava a atenção, o seu Monarco
Uma história que não tem mesmo fim
Do feijão da Tia Vicentina ao Feijão da Tia Surica
A Majestade do Samba se mantém firme e forte
E com sua Águia Altaneira, símbolo maior do Carnaval Brasileiro
Faz novos voos, voos para o amanhã...
Como temos visto e como os que virão
Hoje, alcança o coração da Amazônia e...
Como no passado, quando tudo começou...
Faz uma grande festa, festa de bambas
Afinal, são 21 títulos! É!
“A Soberana Encontra a Majestade
E nesta passarela, 'eu nunca vi coisa mais bela'”
Texto
e pesquisa: Saulo Borges
Colaboração: Gilson Souza (Gilson Poeta)
Colaboração: Gilson Souza (Gilson Poeta)
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