Sinopse Enredo 2016
"Arte à Flor da Pele. A
Minha História Vai Marcar Você!"
Introdução:
Memória da pele! Tatuagem, obra de arte viva, e atemporal
tanto quanto a vida. Traçado delineado outrora pelos dentes animais, pelas
lascas e pontas das pedras que marcaram os nômades, Neandertais.
Na África distante berço da humanidade, o homem e seus
rituais, lavam a alma com sangue das veias ancestrais, escarificam
o corpo, entronizam suas divindades naturais. Desenhos e linhas
que consagram o ser e diferenciam os tribais.
Criando suas cicatrizes sobre a pele e nela os reflexos
dos pigmentos demonstram orgulho, força, proteção, amuleto,
amor, transe espiritual, devoção, vaidade, sexo. Sob o corpo as
marcas sedutoras, refletem no olhar do outro sua mensagem sem som
e sem palavras!
Marcas que transpassaram o véu da eternidade e tinha um
papel social, religioso, místico... Ritos de passagens. Designa um
amor absoluto, geralmente infinito, que não se enquadra nas
limitações do tempo.
Onipresente, floresceu em todos os continentes, do norte, ao
sul, leste e oeste, esboçando a vida de povos antigos, cravados
na derme!
Historicamente a tatuagem revela hábitos e costumes que constroem o
saber do homem sobre si mesmo e sobre o outro, produzindo sentido de
identificação, estilos diversificados, "identidade da pele".
Objeto de contemplação!
Em sua trajetória também foi marca do medo, de
infâmia, criminalidade... Preconceito! Mesmo com a intolerância
da sociedade humana, ela sobreviveu!
O homem. Dos nativos, aborígenes ao moderno, através da inserção de
pigmentos sob a pele ou pela criação de cicatrizes, escreve seu próprio
testamento.
Hoje se desenha arte. O maior órgão do corpo humano é a tela
do artista, que nela imortaliza sua obra-prima, seu talento divinal!
No Carnaval 2016, a Sociedade Rosas de Ouro mostrará
seus pigmentos, suas marcas encravadas na pele de seus
componentes, artistas da folia que vislumbram há 44 anos a
TATUAGEM delineada, traçada em seus corações pelo eterno Presidente Eduardo
Basílio com a sua emblemática frase: "Serás eterna como o tempo e
reflorescerás a cada Carnaval.
Uma linda homenagem, em "flashes" e estêncil, agulhas e
tintas. Cores, brilho, canto, encanto e a magia do maior espetáculo a
céu aberto da Terra.
Sinopse:
Um tema tão vasto, com inicio há mais de cinco mil anos, precisa muito
mais que algumas linhas para ser vislumbrado. O ato de marcar o corpo é
tão antigo quanto à humanidade.
Em séculos de existência, marcas criadas ou conquistadas evoluíram como
o próprio homem. Exposta como insígnia, a Tatuagem venceu feras com
bravura (caça e defesa - idade da pedra), esculpiu corpos
(escarificações), consagrou rituais (nativos - aborígenes- tribos), lutou
em batalhas e virou troféu. Desbravou os mares, e migrou com navegantes
entre as antigas civilizações. Do Egito ao Japão se desenvolveu em estilos
e técnicas permanentes ou não.
Mas nem sempre, Tatuagem e religião conviveram em paz, diferentemente
da postura dos primitivos, máquinas de repetir tradição, as civilizações
ocidentais eram volúveis diante do corpo, o mesmo povo que condenava a
marca a ser instrumento de prisão perpétua no rosto de seus escravos, os
imitavam sem medidas, a ponto tal que foi preciso a intervenção da igreja
mais de uma vez. Perseguida, a Tatuagem foi proibida no ano 787 d.C., pelo
Papa Adriano I. Hiato que durou 982 anos, até que rostos Maoris delineados
em traços finos surgem na Europa, levados pelo capitão James Cook, que ao
aportar na Nova Zelândia, redescobriu a prática. James Cook é o pai do
termo Tattoo. (Termo originário do som da batida do ancinho tatau,
instrumento usado para desenhar na pele).
A Tattoo se espalhou com a velocidade da luz, deixando dentes, pontas, e
o tatau "para trás" e a energia elétrica seduziu. Forjada em
metal surge a Máquina de Tatuar em 1891 - O Tatuógrafo - reproduzida a
partir da invenção de Tomas Edison, foi o imigrante irlandês, Samuel
O’Reilly tatuador estabelecido em Nova York quem mudou o curso da
Tattoo-trajetória, entre inspirações e adaptações, capta a intenção
original da invenção, e usa as engrenagens para a nova geração. Com
eletricidade, agulha e tinta, tatuadores crivam a derme e concluem a arte
com rapidez e perfeição.
As peles camufladas viraram atração em espetáculos circenses. Com o passar
do tempo picadeiros europeus mostravam inusitados, arrepiantes e bizarros
homens e mulheres que se expunham, deixando o respeitável público em
êxtase, no circo das ilusões.
Entre traços e pigmentos a Tatuagem percorreu cartas náuticas, embarcou
com marujos e seus cachimbos entre os dentes! Viagens fantásticas por
todos os povos do mundo, até guerras retratou!
A jornada marítima continua. Nos portos, braços dos valentes homens do
mar, tatuados com ancoras, sereias, tridentes, carpas, flores, andorinhas,
também a saudade eloquente, exibida na pele em forma de corações
flechados, nomes apaixonados, enfim, todo corpo era marcado. Em cada pele
um festival de traços e cores. Idolatrada entre minorias, periferias e
artistas com autonomia. O marinheiro Lucky chega ao Brasil em 1959!
E neste solo fértil, onde floresce a roseira e canta o sabiá, Lucky
Tattoo fixou seu olhar dinamarquês. Socializou sua arte na margem do cais
transformando em profissão o que desenvolveu durante suas navegações,
encontrou suas primeiras telas brasileiras entre as mulheres de vida
fácil, e na malemolência dos malandros, nos guetos, nos becos e nas vielas
de Santos.
Fez fama, virou mestre! Com a arte ocupou seu lugar na sociedade, status
que o levou a tatuar pessoas de todo Brasil. Paralelo ao Flower Power
na década de 60, Lucky usou também os símbolos do Movimento Hippie na
psicodélica tribo da paz e amor. Sua arte despertou a atenção dos cariocas
que disputaram seu traço, que tatuou o dragão no braço do (José Artur Machado,
o Petit,) Menino do Rio. Mistura de sotaques e tintas nos corpos
já tatuados/dourados pelo astro-Rei (sol) que também penetra a pele e faz
brotar o pigmento natural.
O crescimento da tatuagem moderna integrou
festivais de musica internacionais e
nacionais, ganhou as ruas e se transformou em galerias vivas de arte permanente. Lucky Tattoo é o rei da Tatuagem no Brasil!
nacionais, ganhou as ruas e se transformou em galerias vivas de arte permanente. Lucky Tattoo é o rei da Tatuagem no Brasil!
E há cinco milênios depois, as tatuagens se modificaram muito, mas não
saíram de cena. Nos jovens dos anos 70, era um dos meios de expressar
rebeldia social, o sentido estigmatizador do uso da tatuagem começa a
mudar a partir do final dos anos 80, quando se tornou até brincadeira de
criança, nas areias das praias, nas figurinhas de chiclete. A partir dos
anos 90, a opção por se tatuar converteu-se em prática
crescentemente visível, e forte característica das culturas jovens
urbanas. Motoqueiros e suas caveiras e abutres tatuados, skatistas,
surfistas, skinheads, aventureiros e artistas da musica desde Woodstock,
do Heave Metal, do Rock in Rio, e do Pop, do Punk, e do Rap. Este último,
utiliza o grafite e o Tattoo, aliados ao talento musical nas denúncias sociais,
e na deflagração das condições carcerárias, prisionais.
Entre às grades e incautos, a flor nasce. Em cadeias e casas de
detenção, códigos, dialetos, separação, ritualização, conversão e saudade!
Buscando com criatividade executar a arte, detentos e seus apetrechos
mostram seus símbolos. O cinema e Televisão exibiram a atuação da
"flor do presídio" em títulos diversos, como exemplo, o filme
Carandiru.
O estigma associado às tatuagens diminuiu, o mundo
se abriu! A indústria cresceu
exponencialmente, e o mercado continuou a florescer. Apontada como obra de arte a pele!
exponencialmente, e o mercado continuou a florescer. Apontada como obra de arte a pele!
A Tatuagem virou o jogo, continuou a inspirar e também no esporte venceu
a partida. Disseminada nos campos, nas quadras e nas torcidas.
A sociedade aderiu e aceitou sua evolução. Tratada
como identidade, conectada
virou expressão, chegou às feiras e convenções, liderando o discurso da autenticidade, personalidade e superação. Reconhecida em todas as peles, sem distinção. Hoje a marca esta encravada também nas pessoas tradicionais, famílias normais onde mães e pais, trazem no corpo a lembrança de seus filhos, eternizando os laços na memória da pele.
virou expressão, chegou às feiras e convenções, liderando o discurso da autenticidade, personalidade e superação. Reconhecida em todas as peles, sem distinção. Hoje a marca esta encravada também nas pessoas tradicionais, famílias normais onde mães e pais, trazem no corpo a lembrança de seus filhos, eternizando os laços na memória da pele.
Presente no Rap, Pop e no Rock, no Samba não foi diferente. Virou marca
de gente bamba, que não passa a vida em branco, tinge com as cores do seu manto,
o corpo, a pele, o símbolo do seu pavilhão.
Como agulhas, os saltos finos das passistas tatuam a passarela. Os
tatuadores são: A Presidente, sua Diretoria, seus artistas, cantores,
compositores, ritmistas, baianas, velha-guarda... Sambistas! E o Carnavalesco.
A Comunidade é a Máquina. A Pele é o Samba, que arrepia! O Estêncil é o
Figurino. O Enredo são os Flashes. O Pigmento são as Cores da Agremiação.
O sentimento é o Pavilhão desfraldado pelos casais de mestre-sala e
porta-bandeira, que riscam o chão de poesia e espalham o perfume da nossa
Roseira.
No Carnaval 2016, a Sociedade Rosas de Ouro mostrará seus pigmentos,
suas pétalas e marcas encravadas na pele de seus componentes, artistas da
folia que vislumbram com alegrias as profecias de seu eterno Presidente
Eduardo Basílio, que há 44 anos tatuou em seus corações a frase que
reescrevemos com amor e respeito a quem plantou está semente, e gerou
rosas do metal mais precioso, Rosas de Ouro:
"Serás eterna como o tempo, assim como a
tatuagem que a partir de agora
reflorescerá a cada Carnaval".
André Cezarireflorescerá a cada Carnaval".
Carnavalesco
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