Sinopse Enredo 2016
"Unidos
de Lucas, 50 anos de Glórias... Parabéns aos Bambas e a Força do
Samba!"
Sinopse:
Esta é a
história de uma união que aconteceu a 50 anos no bairro de Parada de Lucas,
subúrbio da Leopoldina, entre um jovem Aprendiz, que tinha como padroeiro São
Sebastião e se vestia em verde e branco, com uma bela devota de Nossa Senhora
da Conceição com seu lindo manto azul e branco.
Este
jovem era muito orgulhoso de seus feitos para o carnaval carioca e teve uma
próspera trajetória se destacando no mundo do samba. Sua qualidade algumas
vezes o fez chegar bem próximo ao primeiro lugar, trazendo do Sul a Festa da
Uva, exaltando o Patriarca da Independência. Cantou em homenagem ao corpo de
bombeiros e enalteceu a grandiosidade de Estados como: São Paulo, Pernambuco e
Rio Grande do Sul.
Assim era
Aprendizes de Lucas, o noivo de um enlace cultural, que marcou o seu nome na
história do samba. Podemos destacar dos Aprendizes, sua ala de compositores com
Élton Medeiros, Manuel Sant´anna, Achiles Medeiros e muitos outros mestres na
arte de compor, inovou na bateria introduzindo a frigideira como instrumento de
ritmo, no tamborim o lendário mestre Gargalhada, além do inesquecível samba de
grande repercussão no mundo artístico: “Se é pecado sambar”.
A noiva
também nascida em Parada de Lucas, sempre valorizou os "Produtos e
costumes de nossa terra", mostrou ao mundo que o samba também podia ser
frequentado por brancos e que não era somente coisa de negros, como dizia a
sociedade da época, foi à pioneira na alfabetização de crianças e adultos, onde
tinha uma escola regular para a educação na redondeza, a escola Nossa Senhora
da Conceição, foi lá, que muitos sambistas começaram a escrever suas primeiras
linhas.
A Bateria
da Unidos da Capela se diferenciava das demais coirmãs, pela sua qualidade
rítmica e definição instrumental, sendo chamada pelos críticos, de: “A Tabajara
do Samba”, em uma alusão a famosa Orquestra Tabajara. Esta bateria aquecia com
um samba composto em sua homenagem, que assim se define: “Oh abre alas, Oh abre
alas, deixa a Capela passar... escuta o rufar de meu tambor, o regimento do
samba chegou...”. A bateria da Capela foi a primeira a receber o título de “A
Tabajara do samba” que contribuiu com inovações, como a introdução do prato
metálico e tacos de madeira.
As alas
de compositores das duas agremiações eram de altíssimo nível, e a fusão entre
elas, nos brindou com composições maravilhosas e inesquecíveis para os
sambistas. Os compositores eram muito criativos, inspirados e conhecedores da
maravilhosa arte de compor. Com tantos atributos de ambas as partes, esta feliz
união fez nascer sob os olhares de bambas, a Unidos de Lucas, que se vestiu de
“Vermelho e Ouro” trazendo em sua bandeira, a garra e o orgulho de uma
comunidade, que, em grande estilo, está presente na história do carnaval
carioca.
Sob as
mãos de Clóvis Bornay, a novata escola já estreou no primeiro grupo de forma
grandiosa, mostrando as “Festas tradicionais do Rio de Janeiro”. No ano
seguinte trouxe um dos mais belos sambas da história, falando de liberdade e
cantando a emocionante “A História do Negro no Brasil” escrevendo um Sublime
Pergaminho, este samba tem em seu refrão, a mais bela síntese que retrata a
saga da libertação do negro no Brasil, ou seja: “Uma voz na varanda do Paço
ecoou, Meu Deus, Meu Deus, está extinta a escravidão”
Homenagens
sempre foram bem sucedidas em nossa escola, Pixinguinha, Donga e João da Baiana
foram exaltados e saudamos a madrinha da Unidos de Lucas, Elizeth Cardoso, com
o enredo “Mulata Maior”. Foi em Parada de Lucas, que Max Lopes, deu seus
primeiros riscos no carnaval, trazendo para a avenida o “Mar Baiano em Noite de
Gala”, assim nascia, “o mago das cores”, que anos depois, se tornaria o único
carnavalesco Supercampeão.
Luiz
Gonzaga o “Rei do Baião”, foi eternizado em “Lua Viajante”, samba com forte
refrão: “Luiz respeita Januário...”, samba premiado com o renomado Estandarte
de Ouro, no ano seguinte, “Senta que o leão é manso” em uma crítica inteligente
a inflação e a todos os impostos da época, trouxe mais um Estandarte de Ouro
para a escola, como melhor samba-enredo do acesso. Nosso eterno poetinha,
Vinicius de Moraes, teve sua obra exaltada com o enredo, ”Olha que coisa mais
linda mais cheia de graça”. “Na ginga do samba” em uma belíssima homenagem ao
cantor e compositor Ataúlfo Alves, surgiu uma talentosa passista,
Selminha Sorriso, que realizou seu sonho de ser porta-bandeira, se
tornando uma das maiores porta-bandeiras de todos os tempos no carnaval.
Arquitetamos
na avenida a história do “Magnífico Niemeyer”, comemoramos o “Centenário de
Paulo da Portela” e numa “Jornada de sucessos“, homenageamos “Bernard do
vôlei”, onde alcançamos o primeiro lugar. No grupo de acesso na Intendente
Magalhães, conquistamos o bicampeonato, apresentando carnavais de grande
interação com público, mostrando a fascinante história do Arlequim, Pierrot e Colombina
e o mundo circense.
Agora
queremos usar dessa maturidade para alçarmos voos mais altos, começar um novo
ciclo, uma nova geração e editar novas páginas de um livro escrito pelas mãos e
“pés” de um povo, que ama incondicionalmente essa escola. Vamos fazer da emoção
e da paixão o nosso combustível, para percorrer a avenida em busca do sonho de
sermos campeões.
E hoje o
Galo de Ouro da Leopoldina, orgulhosamente convida a todos do mundo do samba,
para comemorar o nosso Jubileu de Ouro e também as bodas de ouro de uma feliz
união cultural, que se realizou em um dos mais fecundos pólos de samba
genuinamente carioca. Parabéns, Unidos de Lucas pelo seu Jubileu de Ouro, 50
anos de glórias, parabéns aos bambas, parabéns ao povo do Samba!
Autores
do enredo:
Amauri
Santos
Eduardo
Pinho
José Luis
Davalle
Supervisão
de Carnaval:
Amauri
Santos
Carnavalesco:
Eduardo
Pinho
Bibliografia:
CABRAL,
Sérgio, Escolas de samba do Rio de Janeiro, Lumiar, Rio de Janeiro, 1996.
CABRAL, Sérgio, As Escolas de Samba O Quê, Quem, Como, Quando e Porque,
Fontana, Rio de Janeiro, 1974.
JÓRIO, Amaury, ARAÚJO, Hiram, Escolas de samba em destaque: Vida, paixão
e sorte, Rio de Janeiro, Poligráfica, 1969.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval: Seis milênios de história, Rio de Janeiro,
Editora Gryphus, 2000.
PIMENTEL, João, Marcadas
para viver: A luta de cinco Escolas. Rio de janeiro, Verso Brasil Editora,
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