Enredo 2017
O DOM DE WILSON DAS NEVES
Apresentação
Na alegria
da infância aprendi a boa música
Com as
folhas de Ossaim transformei o meu caminho
Nas águas
de Oxum banhei-me... Ora iê iê o minha Mãe!
No vai e
vem da vida, mereci tudo que tenho
Do
atabaque à bateria, vesti minha fantasia
Onde
chego, sou bem recebido
Sem
pretensão conquistei meu ganha-pão
Quero
deixar a minha baqueta, mas não a qualquer João
No verde e
branco de minh’alma,
Trago no
peito o amor mais forte
Muito
prazer, sou Wilson das Neves – Ô sorte!
Justificativa
Dom –
Dádiva, aptidão, dote natural, talento, capacidade...
O GRES
Tupy de Braz de Pina quer dedicar esse enredo àquele que tem o “DOM” de
nos encantar.
Queremos mostrar
a importância desse baterista, compositor, ator e cantor que aos 80 anos
não se arrepende de nada na vida.
Quem o
conhece, compartilha de sua alegria, bom humor, simplicidade e simpatia. Gravou
com mais de 750 artistas, compôs músicas com Chico Buarque, Moacyr Luz,
Paulo Cesar Pinheiro, Martinho da Vila muitos outros.
Não o
conhece? Prepare-se, pois temos certeza que irá se surpreender!
Do menino
que admirava os atabaques nos terreiros de candomblé a referência
na música popular brasileira; do Centro do Rio de
Janeiro a Moscou, de baterista
consagrado a bisavô encantado, Wilson se considera um homem de
sorte.
E com
bordão no qual é sempre reverenciado e faz parte de sua vida, embarcaremos nessa
viagem ao mundo de Wilson das Neves. Ô Sorte!
Sinopse
Fecho os
olhos num mosaico de lembranças e sinto o coração acelerar.
Na alegria
de criança, ainda posso ouvir mamãe reclamar das minhas traquinagens e
instantaneamente me vem o ímpeto de correr para debaixo da saia de minha
bisavó. Como o tempo passa!
Num
lampejo, sinto o cheiro da casa de minha tia no Centro do Rio, ouço as
músicas da Jazz Band daquela época. Parece que foi ontem...Oh época
boa!
Cresci com
as bênçãos de Nossa Senhora e ganhei forças nas folhas de Ossaim e nas
águas de Oxum, Ora iê iê ô minha mãe!
A
curiosidade de menino nos atabaques dos terreiros de candomblé e a
certeza de que “eu sei fazer isso”, só me dava a segurança de que a
música faria parte da minha vida. E esse sentimento se fortaleceu
quando Edgar Rocca, o “Bituca”, que se tornou meu ídolo, me
levou para estudar música na escola Flor do Ritmo no Méier. E
assim meu coração entrou de vez em consonância com a sonoridade ritmada da
percussão, e a bateria se tornou minha paixão e meu ganha pão.
Servi no
Exército, me casei e a música sempre presente. Tudo que tenho
devo a ela: A música!
“Se eu não
fosse músico, seria músico...”
Carioca
de coração rubro negro, amante do samba e da boa
música, aprendi com minha mãe, baiana do Império Serrano, o que é a
força do imperiano. Fui ritmista e até hoje desfilo com muito orgulho.
Imperiano de fé não cansa!
“O samba é
meu dom
Aprendi
dançar samba vendo um samba de pé no chão
No Império
Serrano, a escola da minha paixão
No
terreiro, na rua, no bar, gafieira e salão...”
Ali
conheci meu amigo Roberto que costumava me cumprimentar com o bordão Ô
SORTE! e assim continuei, pois me considero com muita sorte. Salve Roberto
Ribeiro!
Nos palcos
da vida conheci muita gente boa! Gosto de quem gosta de mim!
Viajei o
mundo, fiz música, cinema, amigos... por isso:
“Se me chamar pra
sambar, eu cisco
Se me
chamar pra tocar, balanço
Se me
chamar pra compor, capricho
Se me
chamar pra cantar, não canso...”
Me
reinvento a cada dia!
Meu DOM?
Viver a vida com bom humor e ser feliz! Fazer aquilo que amo por
prazer! Assim aprendi com meu pai. Hoje sou “Anfitrião” dessa festa alviceleste!
E o grande Tupy me faz viajar em minhas memórias... Ô SORTE!
“O samba é
meu axé, meu som sagrado,
Onde dou
meu recado nos versos meus,
Antes do
adeus...”
Texto:
Karla Casagrande e Camila Dias
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