sábado, 20 de agosto de 2016

GRES COROADO DE JACAREPAGUÁ (RIO DE JANEIRO/RJ)

Enredo 2017

“ÁFRICA: RELIGIÕES DE LÁ PRA CÁ”

As religiões tradicionais africanas, também referidas como religiões indígenas africanas, englobam manifestações culturais, religiosas e espirituais originárias do continente africano e que continuam sendo praticadas nesse continente nos dias atuais. Muita gente pensa que o Candomblé é uma religião africana, mas ele nasceu no Brasil, depois da junção de diversos cultos africanos que foram trazidos da África para cá na alma dos negros que aqui chegaram para trabalhar.
Religiões tradicionais africanas envolvem ensinamentos, práticas e rituais, e visam a compreender o divino. Como é o caso de todas as religiões praticadas pela humanidade. As religiões do continente negro possuem grande riqueza filosófica e simbólica.
Os africanos quase sempre reconhecem a existência de um Deus Supremo ou Fonte Criadora que criou o Universo. Para os Africanos ele é Olodumaré ou Olorun, Mawu, Nzambi ou Zambi… Entre outros nomes. Que designam o mesmo Senhor Criador do Universo, mudando de acordo com a língua de cada povo.
Muitas histórias tradicionais africanas falam que Deus, ou seu filho, uma vez viveu entre os homens, mas que, quando os homens fizeram algo que ofendeu a Deus, o divino retirou-se para os céus. Religiões tradicionais africanas são definidas em grande parte por linhagens étnicas e tribais, como a religião Yoruba, Nagô, Jeje, Banto e Angola… Existem outras, pois cada uma representa em si uma nação. Estes são os cultos de nação! E estas são as mais famosas e mais praticadas pelos negros que aqui chegaram.
Na cosmogonia Africana, basicamente temos a seguinte explicação do universo.
Deus ou Olorum criou os Orixás que seriam manifestações ou extensões dos seus poderes criadores. Aqui no Brasil os mais conhecidos sejam: Oxalá, o soberano senhor da paz e um deus criador. Iemanjá a Mae de todos nós, senhora das águas salgadas. Oxum, deusa do amor e da beleza, senhora das águas doces e cachoeiras. Oxumare senhor da transformação e do arco-íris. Omolu, senhor da terra e da morte. Nana, a vovó dos orixás, curandeira e senhora da lama. Iansã, senhora dos raios e dos ventos. Obá mãe do conhecimento e também guerreira. Xangô o rei senhor da Justiça. Ogum o orixá guerreiro e Exú, o mensageiro dos deuses.
Quando os negros chegaram no Brasil, trazidos como mão de obra escrava eles promoveram uma grande revolução cultural e assim além da miscigenação das etnias, ocorreu uma mescla de religiões, não apenas a mescla de religiões africanas com a religião dos brancos e índios, mas também a mescla entre as tribos africanas que aqui chegaram trazendo cada uma suas crenças e culturas espirituais. Assim surge o que pode ser entendido como uma reunião de cultos afros das diferentes tribos e que aqui na Bahia convencionou-se chamar Candomblé.
Tempos depois surgia a Umbanda que é a religião brasileira por excelência. Patrimônio Cultural do nosso país. Oficialmente surgida no estado do Rio de Janeiro. Ela reúne e sintetiza em si este amalgama de cultura religiosa ocorrido nos primeiros tempos da colonização desta terra tropical. Reunindo os cultos católicos, a pajelança dos índios e os cultos africanos.
Assim podemos ver que a riqueza cultural e espiritual do povo africano veio para o Brasil através da dor, mas fez desta dor uma lição ao mundo. Lição de integração e de beleza de caminho espiritual.


Bill Oliveira – Autor da Sinopse
Wellington da Silva – Carnavalesco

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