Enredo 2017
“ÁFRICA: RELIGIÕES DE LÁ PRA CÁ”
As
religiões tradicionais africanas, também referidas como religiões indígenas
africanas, englobam manifestações culturais, religiosas e espirituais
originárias do continente africano e que continuam sendo praticadas nesse
continente nos dias atuais. Muita gente pensa que o Candomblé é uma religião
africana, mas ele nasceu no Brasil, depois da junção de diversos cultos
africanos que foram trazidos da África para cá na alma dos negros que aqui
chegaram para trabalhar.
Religiões
tradicionais africanas envolvem ensinamentos, práticas e rituais, e visam a
compreender o divino. Como é o caso de todas as religiões praticadas pela
humanidade. As religiões do continente negro possuem grande riqueza filosófica
e simbólica.
Os
africanos quase sempre reconhecem a existência de um Deus Supremo ou Fonte
Criadora que criou o Universo. Para os Africanos ele é Olodumaré ou Olorun,
Mawu, Nzambi ou Zambi… Entre outros nomes. Que designam o mesmo Senhor Criador
do Universo, mudando de acordo com a língua de cada povo.
Muitas
histórias tradicionais africanas falam que Deus, ou seu filho, uma vez viveu
entre os homens, mas que, quando os homens fizeram algo que ofendeu a Deus, o
divino retirou-se para os céus. Religiões tradicionais africanas são definidas
em grande parte por linhagens étnicas e tribais, como a religião Yoruba, Nagô,
Jeje, Banto e Angola… Existem outras, pois cada uma representa em si uma nação.
Estes são os cultos de nação! E estas são as mais famosas e mais praticadas
pelos negros que aqui chegaram.
Na
cosmogonia Africana, basicamente temos a seguinte explicação do universo.
Deus
ou Olorum criou os Orixás que seriam manifestações ou extensões dos seus
poderes criadores. Aqui no Brasil os mais conhecidos sejam: Oxalá, o soberano
senhor da paz e um deus criador. Iemanjá a Mae de todos nós, senhora das águas
salgadas. Oxum, deusa do amor e da beleza, senhora das águas doces e
cachoeiras. Oxumare senhor da transformação e do arco-íris. Omolu, senhor da
terra e da morte. Nana, a vovó dos orixás, curandeira e senhora da lama. Iansã,
senhora dos raios e dos ventos. Obá mãe do conhecimento e também guerreira.
Xangô o rei senhor da Justiça. Ogum o orixá guerreiro e Exú, o mensageiro dos
deuses.
Quando
os negros chegaram no Brasil, trazidos como mão de obra escrava eles promoveram
uma grande revolução cultural e assim além da miscigenação das etnias, ocorreu
uma mescla de religiões, não apenas a mescla de religiões africanas com a
religião dos brancos e índios, mas também a mescla entre as tribos africanas
que aqui chegaram trazendo cada uma suas crenças e culturas espirituais. Assim
surge o que pode ser entendido como uma reunião de cultos afros das diferentes
tribos e que aqui na Bahia convencionou-se chamar Candomblé.
Tempos
depois surgia a Umbanda que é a religião brasileira por excelência. Patrimônio
Cultural do nosso país. Oficialmente surgida no estado do Rio de Janeiro. Ela
reúne e sintetiza em si este amalgama de cultura religiosa ocorrido nos
primeiros tempos da colonização desta terra tropical. Reunindo os cultos católicos,
a pajelança dos índios e os cultos africanos.
Assim
podemos ver que a riqueza cultural e espiritual do povo africano veio para o
Brasil através da dor, mas fez desta dor uma lição ao mundo. Lição de
integração e de beleza de caminho espiritual.
Bill Oliveira – Autor da Sinopse
Wellington da Silva – Carnavalesco
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