Enredo 2017
"Puxe
o Fole Sanfoneiro Que o Show Vai Começar. Bate Palma Minha Gente, Meu Sertão
Vai Desfilar"
Setor 1 - Vixe Maria, que
emoção. Salve as Festas Populares do meu Sertão.
Nossa
Festa começa numa linda noite de São João. Onde o poeta na sua linda inspiração
falou: "Olha pro céu, meu amor. Vê como ele está lindo. Olhe praquele
balão multicor, como no céu vai sumindo" (Luiz Gonzaga). E a Fogueira está
queimando em homenagem a São João, São Pedro e Santo Antônio casamenteiro, e o
sanfoneiro arretado e animado, puxa o fole dizendo: Vamos minha gente, arrasta
pé neste salão, vem dançar xote, xaxado, forró e baião. O local onde ocorre
esses festejos é chamado de arraial, e o Sertão explode em alegria e cores,
decorados com bandeirinhas de papel, balões, flores, palhas... Prestando assim,
esta linda homenagem aos três santos católicos acima citados.
Esta
festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o
período colonial (Época em que o Brasil foi colonizado e governado por
Portugal). Nesta época, havia grande influencia de elementos culturais de
vários países, mas foram ganhando suas próprias características. Da França,
veio a dança marcada, que influenciou muito, as típicas quadrilhas, matuta ou
caipira.
É
uma dança típica das festas juninas, dançada, principalmente, no nordeste do
Brasil. No sertão do nordeste, encontrou um colorido especial, associando-se a
musica, aos fogos de artifícios e a comida da região. Como as coreografias,
eram indicadas em francês, o povo repetindo certas palavras ou frases, levou
também a folclorização das marcações aportuguesadas do francês, ao que deu
origem ao matutês, mistura do linguajar matuto com o francês, que caracteriza a
maioria dos passos da quadrilha junina. O povo nordestino é muito criativo e
logo encarregou-se de acrescentar diversos passos como: Olha a chuva, é
mentira...A Ponte quebrou...Caminho da Roça...
Delícias Típicas da Festa
Como
na Região Nordeste, a Seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as
festividades para agradecer a São Pedro pelas chuvas caídas nas lavouras. Época
da colheita do milho, onde grande parte dos doces, bolos e salgados,
relacionados as festividades, são feitos deste alimento, a exemplo da pamonha,
curau de milho verde, milho cozido, canjica, pipoca, etc...
Festa da Lavagem do Senhor do
Bonfim
Celebração
religiosa que acontece no mês de janeiro em Salvador, iniciou-se em 1773,
chegou a ser proibida a lavagem interna da igreja, devido ao conflito
religioso, porém depois de muita luta e fé foi permitido apenas a lavagem das
escadarias. Atualmente, é considerada a maior festa religiosa da Bahia. Tudo
acontece com a saída pela manhã, do tradicional cortejo de baianas, vestidas de
branco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, da praia, o qual segue a pé cerca
de oito quilômetros, até o alto do Bonfim, para lavar as escadarias da Igreja.
Unindo todo o povo da região do nordeste, católicos e adeptos do candomblé,
para um ritual religioso em comum. Cantando hinos de adoração as duas
divindades da crença, Senhor do Bonfim e Oxalá. Configurando um dos maiores
exemplos brasileiros do fenômeno de fusão de religiões, conhecidos como
sincretismo.
Setor 2 - Lendas, assombrações
e as Festas de Brilho, magia e cor das riquezas folclóricas
Lendas
e assombrações são histórias contadas através dos tempos. Misturam fatos reais
e históricos, com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuram
dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Aqui vamos
destacar algumas lendas e assombrações da região nordeste do país. São elas:
Alamoa, Boitatá, mula sem cabeça, saci-pererê e lobisomem.
Alamoa
- região nordeste - Conta a lenda que Alamoa é vulto de uma mulher loira e
linda que aparece dançando na praia, iluminada por relâmpagos de tempestades
próxima. Quando os pescadores atraídos por sua beleza se aproximam, ela se
transforma numa terrível caveira.
Boitatá
- Região nordeste - Na língua indígena, boitatá quer dizer cobra de fogo, ele é
protetor das matas e florestas.
Mula
sem cabeça - Região nordeste - Lenda do folclore brasileiro, trata-se de uma
mula sem cabeça que solta fogo pelo pescoço. Segundo a lenda, qualquer mulher
que namorasse um padre, seria transformada no monstro.
Saci
Pererê - Região nordeste- Personagem que habita o imaginário popular
brasileiro, ganhou um dia só dele: 31 de Outubro. O saci é um menino negro de
uma perna só, possui um gorro vermelho na cabeça e traz sempre um cachimbo na
boca. É segundo os indígenas, o guardião das florestas, levado o saci
está sempre aprontando travessuras.
Lobisomem
- Região nordeste - A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore
brasileiro, sendo que algumas pessoas, especialmente as mais velhas e que moram
na região rural, de fato, creem na existência do monstro. Reza a lenda, que
quando uma mulher tem sete filhas e depois um homem, este último filho será
lobisomem. E quando adulto, toda sexta feira de lua cheia se transforma no
lobisomem.
Riquezas
Folclóricas (Festas de Brilho, magia e cor do meu sertão)
Frevo
- Região nordeste - Ritmo musical e uma dança brasileira com origem do Estado
de Pernambuco. O Frevo traz um colorido especial, gerando beleza e alegria na
maior e mais esperada festa da região nordeste, o carnaval.
Boi
bumbá - Região nordeste - Importante representação folclórica no nordeste. A
história é bem simples, um certo homem branco, dono de um boi, vê um homem
negro roubar-lhe o animal com o objetivo de retirar sua língua. Por qual razão?
Porque sua esposa está grávida, deseja comer língua de boi. O boi morre ao ter
sua língua retirada. Acontece que esse boi era o predileto do patrão, então o
pajé tenta ressuscitar o animal morto.
Maracatu
- Região Nordeste - É uma manifestação da cultura popular brasileira,
afrodescendente. Prática implantada no Brasil, pelos colonizadores portugueses.
Rei e rainha do maracatu são as figuras mais importantes do cortejo, e é, por
sua coroação que tudo é feito.
Folias
de Reis - Manifestação Cultural religiosa festiva, classificada no Brasil como
folclore, praticada pelos adeptos e simpatizantes do catolicismo no intuito de
rememorar a atitude dos três reis magos que partiram em uma jornada a procura
do esconderijo do prometido Messias (o menino Jesus Cristo).
A
folia acontece entre dezembro e janeiro, os componentes se apresentam com
chapéus ricamente bordados e enfeitados com fitas e espelhos que funcionam como
amuletos para espantar os maus olhados.
Literatura
de cordel - Região nordeste - Poema popular oral e impresso em folhetos, geralmente
expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome.
O nome cordel é originado de Portugal, que tinha tradição de pendurar folhetos
em barbantes. Essa tradição se espalhou pelo nordeste do Brasil. Onde o nome
acabou sendo herdado.
Setor 3 : Fé e fatos históricos
No
centenário da cidade do Juazeiro do Norte, cidade da fé, no Estado do Ceará, o
maior homenageado é você, meu padim Padre Cícero... Mas não podemos esquecer do
nosso capitão, o rei do cangaço, o herói do sertão! O povo do sertão nordestino
carrega consigo a dor, o sofrimento, o trabalho árduo e a fome...
Mas
é um povo que não abandona sua fé, é nela que se segura para se manter de pé,
criar seus filhos, fazendo brotar de uma terra seca e morta, a vida...Por isso,
mantém a chama da fé em seus corações, confiando e pedindo ao seu santo de
devoção chuva, saúde, força e coragem para superar tanto sofrimento. Ai surge
um anjo, um santo milagreiro, um Pai, o protetor da cidade de Juazeiro do
Norte, cidade que amou e fez crescer e que agora completa cem anos... E no seu
centenário o maior homenageado é ele, Padim Ciço, assim chamado carinhosamente
pela nação romeira do nordeste, que segue em procissão exaltando e agradecendo
as graças recebidas e atribuídas ao Santo Padre.
Padre
Cícero, nasceu em Crato, uma cidadezinha no Estado do Ceará, em 24 de Março, de
1844, filho de Joaquim Batista e Joaquina Romana. Com doze anos, fez votos de
castidade influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales. Em 1860,
aos 16 anos, foi estudar em Cajazeiras, Paraíba, onde ficou apenas dois
anos, pois seu pai faleceu em 1862. Isso, o obrigou a parar de estudar e voltar
para ajudar suas mãe. Em 1865, aos 21 anos entrou no seminário em Fortaleza,
foi ordenado no dia 30 de novembro de 1860, com 26 anos. Voltou para o Crato, a
espera de uma paróquia para liderar.
A
mudança de Padre Cícero para Juazeiro - em 11 de abril de 1872, mudou-se para
Juazeiro acompanhado de sua família por causa de um sonho onde viu Jesus Cristo
e os doze apóstolos. De repente, uma multidão de pessoas, carregando seus
próprios pertences invadiu o local. Então, Jesus virou-se e disse: "E
você Padre Cícero, tome conta deles. Padre Cícero obedeceu sem
pestanejar".
Apostolado-
Juazeiro, cidade pacata, onde ele começou um intenso trabalho pastoral... E
logo ganhou a simpatia do povo, tornando-se uma grande liderança na comunidade.
Padre
Cícero Milagreiro - Em 1889, durante a missa, quando a beata Maria de Araujo
recebeu a comunhão das mãos de Padre Cícero, a hóstia consagrada transformou-se
em sangue na boca da beata. Prudente, Padre Cícero pediu que dois médicos
estudasse o caso. Estes analisaram e atestaram que o fato era inexplicável a
luz da ciência. O atestado reforçou a fé no milagre. O Bispo de Fortaleza pediu
esclarecimentos a Padre Cícero e mandou investigar o caso oficialmente. A
comissão nomeada pelo Bispo examinou e assistiu as transformações e concluiu
que realmente era de origem divina.
Mas
o Bispo influenciado por clérigos que rejeitavam o milagre mandou outra comissão.
Que foi a Juazeiro, convocou a beata, dando-lhe a comunhão e nada aconteceu.
Então, foi concluído que não houve milagre. Padre Cícero, o povo e todos os
padres que acreditavam no milagre protestaram. Visto como um ato rebelde, o
bispo enviou um relatório a Santa Sé, e esta confirmou a decisão do bispo
contrária ao milagre e Padre Cícero foi suspenso de Ordem, acusado de
manipulador da fé.
A
vida política de Padre Cícero - Proibido de celebrar missas, Padre Cícero
entrou para a política para ajudar seu povo, foi quando Juazeiro começou a
lutar por emancipação política, o que ocorreu em 22 de julho de 1911, Padre
Cícero foi nomeado prefeito do novo município. Ele fez crescer transformando a
pequena Juazeiro do Norte na mais importante cidade do interior, do Estado do
Ceará, tornando-se um grande benfeitor e a figura mais importante de Juazeiro.
Devoção
ao Padre Cícero Padre Cícero faleceu dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos,
depois disso, Juazeiro prosperou e a devoção a ele só cresceu. Padre Cícero é
uma das figuras mais biografadas no mundo. Não foi canonizado, porém é tido
como um santo pela nação romeira, espalhada pelo Brasil. Atualmente, a
reconciliação com a Igreja, a pedido do Papa Francisco, colabora para a
beatificação ou canonização de Padre Cícero e a nação romeira espera
ansiosamente por esse momento.
Vixe
Maria, que emoção, o encontro de Padre Cícero com o Lampião. Um defensor da fé
e o outro justiceiro do sertão. Em 1926, oito anos antes da sua morte, Padre
Cícero encontrou-se com o justiceiro do nordeste, cabra da peste, o capitão Virgulino
Ferreira, o rei do cangaço lampião, que por Padre Cícero tinha respeito e
devoção. Na ocasião, o Padim Ciço pediu a Lampião que abandonasse o cangaço... Mas
foi um pedido em vão. Após o encontro, Lampião acompanhado de seu bando e sua
fiel escudeira, Maria Bonita, com quem viveu uma linda história de amor, seguia
indignado com as injustiças sociais na época, fazendo justiça com as próprias
mãos, roubando dos ricos para dar aos pobres.
O
fim do Cangaço, o Presidente Getúlio Vargas, durante o Estado Novo, decidiu
acabar com todos e qualquer foco de desordem sobre o território nacional.
Incluindo lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas... A sentença
passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem. No dia 28 de
julho de 1938, na cidade de Angicos, no Estado do Sergipe, Lampião foi vítima
de uma emboscada, onde foi morto junto com sua mulher Maria Bonita e mais nove
cangaceiros. Com a morte de lampião o Cangaço chega ao fim. Assim, o rei do
cangaço, o senhor do Sertão virou um mito da cultura popular, um herói para
sempre do povo do Sertão nordestino.
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