“Awrè
Bambá Lázaro: O Mensageiro do Oriki de Olodum”
S I N O P S E
Capítulo 1 – A criação
1 No princípio Olodun criou o Òrun. E para que vida
houvesse, criou o Aiyé. Ele mandou que os Orixás zelassem por tudo o que havia
no Aiyé.
2 Os orixás eram dotados de poderes sobre os elementos
da natureza.
3 E houve o homem. E com o passar do tempo o homem
esqueceu-se de sua condição de criatura. , o homem resolve tudo mudar: as
coisas e o sentido das coisas.
4 O Aiyé estava em perigo.
5 Os homens sentem-se mais importantes que as coisas da
Natureza. Os homens matam os homens e tudo mais o que é natural. Poluem os
rios. Matam as plantas e os animais.
Envenenam a terra.
6 Os homens sentem-se mais importantes que seus irmãos e
semelhantes. E discriminam. E oprimem.
7 Olodum resolve interferir.
8 E por um instante, tudo o que é movimento no Aiyé
faz-se a mais total inércia, e para. Por um instante silenciam-se as coisas
naturais. Olodum revelava-se em pleno Aiyé.
9 Exu, sente a energia de seu pai e apresenta-se diante
dele. Exu diz: “Adukpé ô, Babá Mi N’là! Mojubá ô!”
Capítulo 2 – Olodum escolhe o menino Lázaro.
1 A voz do pai supremo é como uma sinfonia que harmoniza
os sons de tudo o que existe e se move. Som de fogo, pedra, terra, vento,
planta, bicho, gente, nuvem, chuva, raio, rio, mar, montanha, e tudo mais o que
há.
2 “O que se fez do homem, meu filho? A sobrevivência do
Aiyé e do homem depende de nossa interferência.
3 E anunciou-se a presença dos Orixás.
4 Tudo floriu, germinou, nasceu: Laroyê Alupo Exu. E
houve o som do fogo derretendo o ferro: Patakori Obé Ogun yé. Ouviu-se o som
dos bichos e suas vozes selvagens: Oke Arole
Bi Odé. Da terra úmida subiu um vapor que banhou o
ambiente: Atoto Ajubero Omolu.
5 O perfume de todas as folhas inebriava quem o
respirasse: Kosi Ewe, Kosi Orixá Assao Ossain. A lama, casamento perfeito do
Orun com o Aiyé, tingiu de marrom tudo o que tocou:
Salubó Nanayo.
6 Ouviu-se o som das águas que seguiam seus cursos, numa
busca incansável pelo mar: Ere Iê Iê Oxun. Ventou forte e um raio rasgou o céu
e explodiu no chão: Eparrei Oyá. Quando o vulcão entrou em erupção uma pedra
rolou do seu topo destruindo o que estava no caminho: Kawô Kabiecile.
7 Sentiu-se a vibração do nado rítmico dos peixes de
todos os mares do Aiyé: Eruya Odoya Yemanjá. Nuvens se aproximaram lentamente,
num mover-se paciente e cobriram, ao seu tempo, todo o céu: Xeu Epa Babá
Oxalufã.
8 E Olodum ergue a voz: “Não há o que a natureza tenha
criado que não devesse existir. Natureza é a infinita sabedoria. E o homem
subestimou o poder da natureza.”
9 “trouxe vocês aqui para que auxiliemos os homens. Os
perdidos carecem de auxílio. Tenho uma mensagem para que o homem volte ao seu
caminho.”
10 “A mensagem chegará aos homens pelos dons de um
Mortal. Lázaro. Filho do Axé. Um legítimo filho do Aiyé. Filho legítimo da
Bahia. Filho do Quilombo ancestral.”
11 “Este homem, nascerá e carregará, por toda a vida, a
responsabilidade de ter que levar minha mensagem a todos os homens.
Instrumento, por um bem maior, Lázaro carregará vossos dons. Um Axé de cada um
de vocês.” Como profetizado por Olodum, em 1 de novembro de 1978, na terra mãe
dos Orixás, na Bahia, nasce o menino Lázaro.
12 Disse Olodun: “Ele se comunicará como Omó-Mi Exu.
Será forte e disciplinado como Omó-Mi Ogum. Será musical como Omó-Mi Odè. Terá
apreço pelas coisas da ancestralidade como OmóIbirim Nanã.” Ator de Talento,
Lázaro logo se destaca em sua arte. Depois de mais de uma dúzia de espetáculos
ao lado de seus companheiros de Bando, Lázaro Ramos emplaca dois sucessos de
projeção nacional: Mamãe não pode saber e A máquina.
13 “Terá muitas faces como Omó-Mi Omolu. Será criativo e
artístico como Omó-Mi Ossanyn. Será adaptável e tempestuoso como Omóibirin Oyá.
Será sábio e justo como Omó-Mi Xangô. Será racional, reflexivo, inteligente
como Omóibirin Yemanjá. “
14 Olodum mantém o silêncio por algum tempo, para a
máxima ansiedade de Oxum, que ainda não havia ouvido seu nome. Ele, então, fala
com a voz doce de sempre.
15 “Oxum, Omóibirin. A companheira de Lázaro será filha
sua. Doará ao menino Lázaro, sua joia mais preciosa, seu coração tornado pepita
de ouro. Os girassóis, flores que tanto gostas, marcarão este encontro.”
Casou-se com a grande estrela do Teatro, Cinema e TV, Taís Araújo,
concretizando a profecia de Olodum. Sob as benções de Oxun Apara, um buquê de
Girassóis, marca o encontro de Lázaro e Taís.
16 “Não me referi a você, Omó-Mi Oxalufã.”
17 Respondeu Oxalufã: “Sei que dom devo ao menino,
Babá-Mi. O dom da vida, da longevidade. De que valem todos os dons sem o dom da
vida?”
Capitulo 3 – Olodum deixa sua mensagem de igualdade aos
homens
1 “Sou Olodumaré. Aquele que caminhou antes e tudo
criou. Mas sou submisso à magnitude da criação. Na criação tudo tem seu lugar.
Todos têm seu lugar. Não existe o maior e o menor.”
2 “Nascido o menino Lázaro, O toque do instrumento, que
cada um carrega, no Ori, o abençoará.
3 “Nascido o menino Lázaro, O toque nos ombros, do
instrumento, que cada um carrega, representará a responsabilidade que carregará
por toda a vida.”
4 Todos os olhos o verão. Todos os ouvidos o ouvirão.
Sua missão será extirpar a marca da ganância e da arrogância que o homem
carrega”. Em 2002, impressiona com sua interpretação inesquecível do(a)
lendário(a) Madame Satã. Depois deste grande sucesso, Lázaro se torna um dos
nomes mais importantes do Cinema Brasileiro.
Em 2006, já em sua primeira novela, Lázaro recebe uma
indicação para um prêmio internacional, o Oscar da TV americana, o Emmy, com
sua genial performance como o brasileiríssimo Foguinho da novela Cobras &
Lagartos.
5 “Lázaro entrará em todos os lares. E tudo começará,
quando ele adentrar a casa que carrega o meu nome.”
Em 1993, como profetizado por Olodum, Lázaro entra para
o Bando de Teatro Olodun. Casa que carrega o nome de Olodun. Casa onde Lázaro
inicia sua jornada e onde seus dons o destacam.
6 “Lázaro lutará pelos seus. Pelo seu solo sagrado. Por
sua Iylé Ifé. Pelas suas coisas ancestrais.”
Em 2016 dirigiu e atuou, ao lado de sua esposa Taís Araújo
o espetáculo teatral O topo da montanha, sobre o ativista, americano, Martin
Luther King.
7 “Os oprimidos verão no exemplo de Lázaro a salvação
para a opressão que os aniquila. A partir dele, tudo será possível a todos. E
pouco a pouco o homem aprenderá a viver em harmonia, como é no Orún, e como há
de ser no Aiyé.” Lázaro atuou em dezenas de filmes, peças, novelas, séries.
Trabalhou com os mais importantes dramaturgos e cineastas. Acumula dezenas
prêmios, nacionais e internacionais, entre aos que foi indicado e aos que levou
para casa, por seu trabalho no Teatro, Cinema e TV.
8 Cada um dos filhos de Olodum erguem a voz: “Como é no
Orún e como há de ser no Aiyé.”
Lázaro Ramos escreveu e dirigiu espetáculos teatrais.
Apresenta, no Canal Brasil, o programa de entrevista Espelho, onde mostra, além
de seus dotes como apresentador, inteligência e cultura impressionantes. Desde
o nascimento do primeiro filho, escreve livros infantis, como A velha sentada e
O caderno de rimas de João.
Numa nova parceria com o cineasta gaúcho (com quem
trabalhou antes em O homem que copiava, Meu tio matou um cara, Saneamento
Básico – O filme, etc.) escreve e estrela (também ao lado de sua esposa Taís
Araújo) uma série, onde representa um cantor de muito sucesso, e onde canta,
dança e toca de verdade.
9 E numa noite mágica, anunciada pela música e pelo
batuque dos ancestrais negros, a vida do menino Lázaro será celebrada e a
comunidade humilhada vestir-se-á de luxo e viverá seu dia de Império.
Em 2018, Lázaro dá ao G.R.E.S. Império Ricardense a
honra de ser seu porta voz juntamente com as comunidade de Ricardo de
Albuquerque, Anchieta, Chapadão, Nilópolis, Pavuna…
Concretizando as profecias de Olodum, se empodera e
dignifica. Agora, nossa sofrida região, dos limites da zona norte e baixada
fluminense, não vê limite para seus sonhos e pode bater no peito: Império
Ricardense é Lázaro Ramos: Do Axé dos Orixás, à conquista da plena igualdade.
Jefferson Kim é o modelo adulto, que vem na imagem
representando Olodum. Jefferson faz parte de nossa comunidade, e virá de
destaque em nosso carnaval. Thalysson César é o bebê de 10 meses, que
representa na imagem o menino Lázaro. Filho da passista da escola Deborah
Valeska.
Fotógrafo: Fernando Campos
Crédito – Criação da logo: Will C Carlos
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