Sinopse enredo 2019
"Eu Sou o Tempo. Tempo É Vida”
Apresentação
Mais um carnaval se apresenta. É o tempo que passa e
novamente estamos aqui, carregando no peito a estrela da Mocidade Independente
de Padre Miguel, que leva em seu nome a eterna juventude. Para a Mocidade, que
será sempre jovem, o tempo é fonte de inspiração no carnaval de 2019. Eu sou o
tempo, nós somos o tempo. Já pensou nisso? Todos construímos os nossos momentos
e embalamos as nossas histórias nos braços de algo intocável, incontrolável e,
por vezes, imensurável. Passa rápido, devagar, não volta, não perdoa e queremos
sempre mais. Tempo é vida; a vida é o tempo. Por isso, relaxe e embarque nesse
sonho com a gente. Venha aproveitar esses momentos e monte o quebra-cabeças da
sua própria história. Deixe a sua mente bailar, no ar, em novos tempos. É tempo
de Mocidade!
Sinopse do Enredo
Eu sou o Tempo. Tempo é Vida.
Tempo, tempo, tempo, tempo…
As batidas do meu coração marcam o compasso no tambor do
samba, quando ecoa o apito da partida do trem da vida, nos trilhos do tempo,
caminho infinito, riscado no espaço pela cauda de luz da estrela-guia, que cria
um vácuo de sonho que a ciência desafia e que invade a morada de Cronos, a
antimatéria que brilha, magia, e que se comprime e se expande, se dobra,
retrocede e avança, num vai e vem que se esvai e se lança numa viagem louca, do
presente ao passado e, numa reviravolta, de volta para o futuro.
Tempo que aqui se define ou que nasce indefinido, num
tempo quando o tempo sequer existia no mundo, fruto do Caos, num dado momento,
quando o Céu se encontrou com a Terra e concebeu o titã implacável, senhor da
razão e do destino, o tempo que se mede desmedindo.
Tempo que a humanidade buscou entender acompanhando a
dança dos astros, bailando entre a luz e a treva, dia e noite se repetindo e se
reinventado constantemente, luas e marés mutantes, pois nada é igual ao que era
antes, antes de tudo mudar. Tempo de florescer, de plantar e de colher, tempo
de hibernar e de buscar onde se aquecer, tempo a brotar em épocas, ritos em
profusão, oferendas, estações, declarações de fé em solstícios e equinócios,
sagrações da primavera em cada alvorecer.
Tempo de descobrir, marcar, calcular. Quanto tempo o
tempo tem? Tempos remotos de se observar o Sol a riscar de sombra a haste sobre
a terra, horas que se desenham, nas gotas da clepsidra, tempo que orna e
transborda. Tempo que ocioso passeia, de cima para baixo, e que se revira nas
ampulhetas – o tempo que desliza nas areias, vira-virando o mistério.
Tempos idos medidos em calendários antigos, civilizações
e impérios – apogeu e queda. Tempo que do universo é o regente e que em ciclos
se divide no lado de cá do ocidente, envolto em enigmas entre o povo Maia,
tempo que se faz serpente. Tempo viril, “yang”, que fecunda as terras do
oriente, regando de chuva o seu chão. Tempo que se faz festejado, tão
aguardado, tempo mítico dragão.
Tempo que gira perverso: eis que é tempo de inventar o
tempo e de se aprisionar dentro dele. Engrenagens em movimento, tic-tac,
relógios, máquinas do tempo pra lá e pra cá em um pêndulo. Som das horas a
despertar, o galo que já cantou. Tempo que urge, a pressa, é cedo, é tarde, é
hora de trabalhar, tempo que corre, dispara, tempo que é dinheiro, aposta,
notícia, tempo de vida, o tempo que de fato não para.
Tempo que jaz no tempo, repousado nas camadas de tempos
passados. O tempo redescoberto, preservado em museus e livros, frases então
reveladas, arquivo do tempo. Tempo que brilha em mentes a frente do próprio
tempo e, tal qual uma equação, viaja anos-luz na imensidão. Ciência equilibrada
em teorias que em dobras do tempo, faz o longe quase perto e se teletransporta.
Ou não? Tempo virtual, memória atemporal que a tecnologia armazena no ar, nas
nuvens. O que antes era ficção científica, hoje é realidade. Tempo que se
congela estéril na ilha glacial, Aíon, guardião da eternidade, faz da grande
geladeira a nossa herança, a esperança de preservação.
Tempo, indomável tempo, de Kairós, o fragmento, único
como o sopro divino, tempo de Deus que não é medido, tempo para ser vivido, sem
pressa, sem medo, vida que segue, tempo indesvendável, tempo que é segredo e
árvore sagrada.
O toque da inspiração vem num estalo de tempo: a arte se
faz imortal e se eterniza na memória, de geração a geração, de voltas e
reviravoltas, na tela do carnaval ou em uma explosão de cor no meio desse povo,
assim como a nossa escola, que atravessou os trilhos do tempo e se imortalizou
na história. Tempos de glórias, descritos por seus poetas nos seus lindos
sambas, das paradinhas inesquecíveis, dos seus gênios artistas que lançaram
tantas cores nos seus tantos carnavais. Ela, a eterna juventude, Mocidade
Independente, que carrega a estrela, que é o cosmo, como emblema, o verde da
brotação que se renova e o branco da paz de espírito. É possível parar o tempo
na síncope do batuqueiro. Hoje o trem que transporta o futuro, que recuperou o
tempo perdido, na vanguarda, redemoinho, acelera e retorna orgulhoso, na
certeza de novas conquistas – e conduz a sua gente à mais infinita alegria!
Vira-tempo no templo do samba, eis que chega o nosso
momento. Uma voz ecoa na noite: “Vamos lá! A hora é essa!” Coloque a fantasia,
ouça o som da bateria.
É tempo de desfilar!
Alexandre Louzada
Nenhum comentário:
Postar um comentário