sexta-feira, 31 de agosto de 2018
GRBC DO BARRIGA (RIO DE JANEIRO/RJ)
“A
COR DO PECADO”
Abertura:
Hoje
eu “tô que tô”, como o diabo gosta. Bicho solto a colorir a
avenida com as cores do pecado de todos nós, ardendo em uma
incontrolável febre de alegria, atraído pelas cores e sabores das
tentações espalhadas no caminho da folia, repleta de prazeres que
tanto nos seduz.
Derramando
malícia, sem censura, sem disfarce, entregamo-nos sem temor a essa
tentação danada, em forma serpente, que nos induz ao sonho, nos
conduz à dança das ilusões, provamos dessa maçã tão desejada,
deixamo-nos seduzir por sua desordem embriagadora, libertamos as
feras que se escondem em cada um de nós, pois pecar é humano, e
somos todos pecadores nesta ciranda de cores que é a vida.
Então
que atire a primeira pedra aquele que nunca pecou, pois nesta folia
somos réus confessos, meu bem.
1°
Pecado: O Orgulho
E
sem falsa modéstia, orgulhoso e envaidecido que sou, afirmo eu me
amo e não conheço ninguém mais bonita que eu.
Sou
charmoso sim, eu sou vaidoso, eu sou mais eu, o meu azul vem enfeitar
a passarela e não tem esta ou aquela que vai conseguir me ofuscar,
sou o pavão desta festa, hoje eu vim pra brilhar.
2°
Pecado: A Inveja
Seu
olho grande não vai me pegar, sai da pra lá seca pimenteira “oju
crecre”, “a quenda”, você sabe sou mandingueiro, carrego
patuá, comigo não se brinca, trago figas de guiné, galhos de
arruda, olho-de-boi, guias, e de tudo mais , para me proteger. Vou
despachar o seu “ebó” para bem longe, não estou de brincadeira.
3°
Pecado: A Avareza
Pois
eu não parto, nem reparto, fico com todas as partes, eu sou assim
assumo, quero tudo pra mim, se é ouro ou prata, eu seguro, não
divido com ninguém, o meu negócio é engordar o “cofrinho”.
Entoando uma famosa marchinha “Ei, você aí, me dá um dinheiro
aí, me dá um dinheiro aí….” lá vou eu na trilha do pecado e
acumular tesouros incalculáveis.
4°
Pecado: A Preguiça
Como
diz a filosofia da malandragem, camarão que dorme a onda leva, então
pode me chamar de otário, de mané, pois sou o amigo do despertador,
não dispenso aquela esticadinha no sono quando nasce o sol, gosto
tanto me enrosco, e sou até professor dessa matéria.
5°
Pecado: A Ira
Irado
com vida estou, enlouquecido, com as coisas desse meu pais, toco
surdo, repique e bato panela, chamando todos para gritarem, contra a
corda que colocaram em nosso pescoço. É a irada braço forte, roxa
de raiva, com nariz de palhaço dizendo que o pau vai comer.
6°
Pecado: A Luxúria
Mas
já é madrugada…, Não tem jeito…, a carne é fraca, e o momento
de “enlouquecer, se entregar ao prazer, amar sem limites”, viver
“Mil e Uma Noites” de amor, à paixão e aos prazeres da carne,
em beijos ardentes e num entrelace de corpos suados, temos a luxúria
se manifestando com todo fulgor.
7°
Pecado: A Gula
Herdeiro
de Momo que sou, quero é mais, poder encher a pança, e de tudo um
pouco degustar, o que vier eu traço, minha fome é por dois. Por
favor, não me tire da mesa, traz logo a sobremesa e um cafezinho
depois.
8°
Pecado: O Carnaval
E
nesta noite de gala, deixo quem quiser julgar. É carnaval, pecado
rasgado, e a massa, o povo sem juízo a cair na folia, com a música
levada na garganta, mantida no ritmo de si mesma, no júbilo de
viver, sob a luz do Redentor, que de braços abertos perdoa todos os
nossos pecados.
Raphael
Ladeira – Carnavalesco
Fernando
Florenço – Presidente Administrativo
GRBC OBA OBA DO RECREIO (RIO DE JANEIRO/RJ)
Sinopse enredo 2019
A PALAVRA
CHAVE É…
1.
APRESENTAÇÃO:
A simbologia deste
interessante objeto, frequentemente usada na literatura, seja ela
Fantástica ou não, pode compreender vários significados. Um deles
é como explica o Dicionário
de Símbolos, o da
iniciação e do saber. A chave abre portas. E poderá abrir caminhos
para o conhecimento ou para a morte. Aqui entra já, associada, a
simbologia da porta,
como um veículo de passagem, de mudança, de um espaço para outro.
E assim, nossa escola de samba, faz esta passagem pela avenida
desfilando em busca da chave da felicidade.
2.
JUSTIFICATIVA:
Continuando na
literatura temos vários significados e sentidos para a chave: Pode
ser um objeto usado para abrir e fechar uma fechadura; também a
chave pode ser um sinal (junto com colchetes e parênteses) usado
para agrupar elementos matemáticos em operações; Na música, a
chave é uma clave musical; Na Arte Marcial é um golpe usado para
imobilizar o adversário. Enfim, este enredo é um “molho” de
chaves de significados e simbologias que cercam esta palavra.
3.
OBJETIVO:
Compreender os
significados da palavra chave.
Entender as
simbologias da palavra chave.
Demonstrar a
diversidade da língua portuguesa.
Perceber as
semelhanças entre o erudito e o popular da palavra chave.
Realizar um
desfile “chave de ouro” cuja “palavra chave” é ser campeão.
4.
SINOPSE:
Nas escolas
cristãs tradicionais antigas, a chave continha significação muito
importante: recordava, aos candidatos à iniciação, a obrigação
do silêncio, e prometia aos profanos a revelação de mistérios
profundos e quase impenetráveis. A chave representa a habilidade que
o iniciado possui para abrir e se deslocar por entre diferentes
níveis da realidade. É por esse motivo que figuras como o São
Pedro cristão ou o Janus da mitologia romana são representados como
portadores da chave.
No
Cristianismo, ela é o emblema de São Pedro como o guardião da
Porta do Céu, e a chave pode tanto confinar quando libertar. São
Pedro, Vosso nome era Simão, que Jesus Cristo mudou para
Pedro, a fim de ser a pedra sobre a qual o Senhor iria construir
o templo da Fé. E lhe deu as chaves do reino dos céus; “e tudo o
que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus”.
Ainda no Cristianismo, o
símbolo da bandeira do Vaticano é duas chaves cruzadas. A
mitologia Greco-Romana nos conta que existiu, em um passado muito
remoto, um deus chamado “JANUS” e foi conhecido como o deus
da “dualidade”, o deus da dupla face. Para a luz e as trevas,
para o amor e o ódio, para o bem e o mal, para a felicidade e a
infelicidade, para a sinceridade e a falsidade. Janus tinha duas
faces, uma olhando para frente e outra para trás. Ele foi o
inventor das guirlandas, dos botes, e dos navios, e
foi o primeiro a cunhar moedas de bronze. Na mão direita ele segura
uma chave. A chave do destino.
Na época dos reis
de Israel era escolhido um homem para cuidar das finanças do
reinado, e a este homem escolhido era dado uma figura simbólica que
representava a sua posição, era uma enorme chave que era colocada
sobre seu ombro chamada de “Chave de Davi”. Esta chave de Davi
era o sinal de autoridade e confiança que o rei tinha pelo seu
tesoureiro mor. Assim,
hoje entregar uma chave simboliza entregar o controle de alguma
situação ou responsabilidade. Nesta época, chaves prateadas
normalmente se referem a um poder temporal, com o poder de desligar;
enquanto uma chave Dourada se refere a um poder espiritual, com
o poder de ligar. Entre
os ciganos, sonhar com um molho de chaves é sinal de que várias
oportunidades surgirão para o sonhador quando colocado diante da
necessidade de escolher entre duas portas. Na maçonaria a chave é
o símbolo da fidelidade e da discrição e, como tal, emblema
do Tesoureiro de todas as lojas e ritos. Sonhar
com chaves simboliza o desejo de encontrar uma forma para abrir, de
sair, de achar soluções para os problemas. Se você perde uma chave
nos sonhos, é indício de que as portas estão se fechando para
você. Encontrar uma chave no sonho significa que você encontrou uma
solução para um problema. Já uma chave quebrada no sonho
significa muitas brigas e possibilidades de rompimento.
Continuando na
literatura temos vários significados e sentidos para a chave: Pode
ser um objeto usado para abrir e fechar uma fechadura; tem
ainda o sentido fálico quando ela é inserida em uma fechadura.
Também a chave pode
ser um sinal (junto com colchetes e parênteses) usado para agrupar
elementos matemáticos em operações diversas; Na música, a chave é
uma clave musical; Na Arte Marcial é um golpe usado para imobilizar
o adversário. Enfim, a chave está presente em diversos momentos de
nossa vida. Principalmente no dia a dia quando necessitamos de
ferramentas para consertar nossa rotina e procuramos as chaves de
grifo, de fenda, de boca, etc.. Está presente também em todos os
momentos de quem tem esta palavra em seu nome ou sobrenome. Um dos
personagens infanto juvenil que faz sucesso até hoje, despontou com
o nome de Chaves, uma espécie de “chave de cadeia” do cortiço
onde morava. Isso, isso, isso, fazemos um carnaval “chave de ouro”
e com uma “chave-mestra” abrimos esse enredo fechado “a sete
chaves”. A nossa escola de samba entrega esse “desfile-chave”
ao Rei Momo e ao povo, desfilando na avenida a “chave do sucesso”
para mostrar que nossa “palavra-chave” é ser campeão,
encontrando nossa “chave da felicidade”.
Laerte
Gulini
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
GRES TRADIÇÃO (RIO DE JANEIRO/RJ)
Sinopse enredo 2019
"Gira,
Baiana.
Salve as Mães
do Samba!"
Minha mãe nasceu na Bahia.
Terra de todos os Santos e São Salvador
Vida sofrida, mas repleta de amor
Com seus quitutes alimentava quem mais precisava
Era um canto de acalanto e muita dor
Mãe negra, pobre e de bom coração
Saiu de sua terra por conta da exploração
Emigração era a única solução
Filhos de escravos não tem chance, não senhor!
Ou vai para a capital fazer faxina
Ou morre de fome sem nenhum valor
Mãe baiana no Rio de Janeiro aportou
Capital da república
Lugar de gente importante, patrão e feitor
Mas não veio só
Veio paramentada com o canto da senzala, o batuque da cozinha e o pano da Costa das yamis
Nas casas simples do centro da cidade
Mãe preta fazia seu batuque para contemplar seus orixás
Nós, netos de escravo, fazíamos samba para no rancho sambar
Antes era corso, depois cadência de rancho
Mas, a polícia não gostava não, meu senhor
Batuque era contra as leis de doutor
Gente graúda e fina que não nos aceitava
Arte excluída
Arte de gueto
Arte marginalizada
Mas, mãe preta sabia do nosso valor
E em noites de lua cheia saldava nosso fervor
Era samba de raiz e samba para preto se orgulhar
E na casa de mãe baiana, o batuque tinha seu lugar
Mas, a polícia batia
Querendo investigar
E caçava a gente
Para samba não sambar
Era então quando mãe baiana protegia todos nós
Dizia que era culto religioso
Era canto de uma só voz
Era saudação para os orixás, seu moço
Aqui não tem bagunça
A polícia ia embora
Mãe preta protetora
Salvou nossas vidas e de nossa memória
Memória de senzala
Memória de axé
Que deu origem ao batuque e partido alto, com as bênçãos do candomblé
Mãe também era tia
Tia também era mãe
Todos unidos numa só família
Em proteção de geração para geração
Mas, o tempo passou
E o samba ganhou seu lugar
Ah, seu moço
Como me orgulho em falar
Os ranchos viraram escolas de samba
E ganhamos as ruas para sambar
E não tinha como ter samba sem ter a mãe no altar
Nossa mãe do samba tinha que presente estar
Juntas, eram nossas defensoras
E agora a rua era nosso lugar
Fomos aplaudidos pelo povo
E arrastamos multidões
Nosso estandarte virou bandeira
Fundamos as agremiações
Mãe preta abençoou
E fomos fomos desfilar
Todos orgulhosos
O samba agora tinha seu lugar
O povo queria sambar
O tempo passou
A modernidade chegou
Mas, nunca deixamos de lembrar
Que mãe preta baiana é essência
Cultura popular
E que uma escola sem baiana
Não pode desfilar
Obrigado, senhor
Mãe baiana está viva
E nunca morrerá
De geração para geração elas não param de girar
E com o amor de uma grande mãe
Hoje, tem o seu lugar
A Tradição está de joelhos
Para essa história reverenciar Tu, mãezinha, és nosso enredo
Mães do samba: nossos aplausos!
Saravá!
terça-feira, 28 de agosto de 2018
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