“Darcy
Ribeiro – O Homem
Muito
Além
do Seu
Tempo”
Justificativa
/ Apresentação do Enredo
“Se nossos governantes não fizerem escolas,
em 20 anos faltará dinheiro para construírem presídios”.
“Se nossos governantes não fizerem escolas,
em 20 anos faltará dinheiro para construírem presídios”.
Por
que Darcy Ribeiro?
Começamos
com essa frase não é à toa, hoje acompanhado os acontecimentos,
observamos que os indígenas, negros e pobres marginalizados; os
índios tendo sua cultura, suas terras sendo constantemente objeto de
desejos dos gananciosos fazendeiros e hoje com incentivo do próprio
governo com sua bancada ruralista, estão bem encaminhado para que em
breve além da cultura também tenha tirado todas terras dos índios;
Negros perdendo vario direitos adquiridos e aumentando cade vez a
distância de uma vida digna, como sair do rotulo de marginalização
e os pobres cada vez mais pobres sendo colocado em segundo plano.
Não
podemos fechar os olhos, para falta de uma
dignidade que nossa população se encontra hoje, sem serviços
básicos de saúde e educação.
Por
isso levantamos a bandeira da educação e da igualdade social e
moral e vimos em Darcy Ribeiro o homem que levantou essa bandeira,
quem investe em educação não vai precisar investir em presidio.
A
comunidade do Carmary, orgulhosamente, apresenta o enredo:
“Darcy Ribeiro – O homem muito além do seu tempo”
“Darcy Ribeiro – O homem muito além do seu tempo”
A
educação é um gatilho para um futuro melhor.
A Diretoria
A Diretoria
E
X P L A N A Ç Ã O
DARCY
RIBEIRO
Educador,
sociólogo, etnólogo, poeta, romancista, antropólogo, político: o
multitalentoso Darcy Ribeiro deixou um legado sem parâmetros no
pensamento brasileiro.
Nasceu
em 26 de outubro de 1922 em Montes Claros, Minas Gerais. Depois de
abandonar o curso de Medicina, matriculou em 1944 na Escola de
Sociologia e Política de São Paulo. Entre 1947 e 1957 trabalhou com
o Marechal Rondon no Serviço de Proteção aos Índios (SPI).
Contratado por Anísio Teixeira, assumiu em 1957 a direção da
Divisão de Estudos Sociais do Ministério de Educação e Cultura.
Tornou-se um discípulo de Anísio Teixeira na defesa da escola
pública e juntos influenciaram o processo de elaboração da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1961. Foi o primeiro
reitor da Universidade de Brasília e Ministro da Educação e
Cultura do governo João Goulart. Após o golpe de 1964, exilou-se no
Uruguai, Venezuela, Peru, Chile, entre outros países. Com a anistia,
em 1979, associou-se à Leonel Brizola, para reorganizar o velho
Partido Trabalhista Brasileiro.
Em
1982, como vice-governador do Rio de Janeiro e coordenador do
Programa Especial de Educação, criou os Centros Integrados de
Educação Pública (Cieps) e as Casas da Criança, que integravam o
atendimento de saúde e educação a crianças de 0 a 6 anos. Como
senador em 1990, foi relator do anteprojeto aprovado da nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), que passou a ser
conhecida como Lei Darcy Ribeiro. No segundo mandato de Leonel
Brizola no Rio de Janeiro, coordenou o 2° Programa Especial de
Educação chegando a marca de 500 Cieps, escolas públicas de tempo
integral. Autor de diversos livros, faleceu em 17 de fevereiro de
1997.
Setor
01 –
Filho
de farmacêutico e professora, o jovem Darcy Ribeiro, provavelmente
por influência dos pais, estudou medicina durante três anos – até
ter a convicção de que o interesse dele não era a fisiologia do
corpo humano. A verdadeira motivação desse mineiro, que nasceu e
cresceu testemunhando a crueldade da seca e dos grandes
Latifundiários, era entender porque o Brasil era um país que
teimava em não dar certo.
Quando
trocou a faculdade de Medicina, em Belo Horizonte, pela de Ciências
Sociais, na Escola de Sociologia e Política, em São Paulo, começou
o desenhar uma trajetória que o tornaria conhecido e respeitado em
todo o mundo, em defesa dos indígenas, negros e pobres
marginalizados.
Setor
02 –
Entre
1947 e 1957 trabalhou com o Marechal Rondon no Serviço de Proteção
aos Índios; Na relação de feitos do antropólogo Darcy Ribeiro
estão as criações do Museu do Índio e do Parque Nacional do
Xingu. Todos esses anos de convívio e estudo da cultura indígena e
dezenas de livros acabaram resultando em uma das publicações mais
importantes do etnólogo Darcy Ribeiro: O Povo Brasileiro. O autor
consumiu 30 anos de trabalho até terminar esse que é um dos mais
fiéis retratos da formação do povo brasileiro.
Setor
03 –
Em
Darcy Ribeiro, o educador sempre andou lado a lado com o político.
Bom exemplo disso foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – um de seus grandes sonhos, concretizado quando se tornou
senador.
O
educador-político, durante o governo de Juscelino Kubitschek, foi o
responsável pela criação da UNB, a Universidade de Brasília, até
hoje referência de qualidade entre as universidades do país. Darcy
Ribeiro foi seu primeiro reitor até assumir, no governo
parlamentarista de João Goulart, a pasta de ministro da Educação.
No
exílio, depois de ter seus direitos políticos cassados pela
ditadura militar (Golpe militar), em 1964, ajudou a criar escolas e
universidades nos países latino-americanos onde buscou refúgio até
poder voltar ao Brasil, com a Lei da Anistia; Nas primeiras eleições
livres para governo de Estado, depois da ditadura, em 1982, foi
eleito vice-governador do Rio de Janeiro, na chapa encabeçada por
Leonel Brizola. E foi ocupando mais esse cargo político que o
educador realizou uma das suas obras mais polêmicas e
revolucionárias: os Cieps, que, na definição de Darcy,
representavam o ponto mais expressivo de sua crença no ensino básico
para os segmentos historicamente marginalizados.
Os
Cieps eram escolas públicas, de período integral, onde as crianças
cursavam disciplinas curriculares e recebiam alimentação de
qualidade e acompanhamento médico-odontológico, além de praticarem
atividades esportivas. Para abrigar essa “nova escola” foram
construídos prédios próprios, projetados por Oscar Niemeyer, o
grande arquiteto de Brasília e amigo de Darcy.
Ativo
defensor da democratização do ensino público gratuito, foi também
o idealizador da universidade Norte Fluminense, concebida quando era
vice-governador do Rio e concretizada no governo seguinte.
Setor
04 –
Celebrado
com o título de doutor “Honoris Causa”, pela Universidade
Francesa de Sorbonne, dedicou-o às suas “derrotas”. Afirmava,
com lucidez e coragem: “Somei mais fracassos que vitórias em
minhas lutas, mas detestaria estar no lugar de quem venceu”.
Academia
Brasileira de Letras, Em 8 de outubro de 1992 Darcy foi eleito para
ocupar a Cadeira nº 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua
posse aconteceu em 15 de abril de 1993.
“A
lição mais clara que tiro de minha vida de lutas é que,
aparentemente generoso e altruísta, na verdade, fui e sou um
egoísta. Delas é que me vieram os louvores e gratidões que mais me
esquentaram o coração. Delas, principalmente, é que vem o decoro e
a dignidade que minha vida tenha. Sou o beneficiário verdadeiro de
minha benemerência. A vida me deu muito. Graças, têm valido as
penas. Hoje, aqui me tenho contente, frente a meus pares, neste alto
pouso acadêmico. Nunca supus que o alcançasse. Temendo o contrário,
o desmerecia, invejoso. Me veio, porém, na hora certa dessa velhice
em que ingresso, inda não trôpego, para consolar-me dela. Juntos,
aqui viveremos, como a aspirada imortalidade, nossos aos conclusivos.
Convivendo cordiais naquilo que somos: uma amostra fiel da
inteligência brasileira, tão variada como ela mesma. Isto é tudo.
Muito Obrigado.” (Discurso de posse).
O
intelectual Darcy Ribeiro não se restringiu apenas à academia.
Autor de vasta e rica literatura científica, foi além e se mostrou
um competente literato. Ao todo, foram cinco romances, um ainda
inédito, contra mais de duas dezenas de livros e ensaios voltados
para o mundo do conhecimento.
Ao
publicar em 1995 sua obra prima “O Povo Brasileiro- a formação e
o sentido do Brasil”, Darcy aborda sobre a formação étnica do
povo brasileiro.
“Todos
nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios
supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa
que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui
se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos
e a gente insensível e brutal, que também somos. Descendentes de
escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da
malignidade destilada e instalada em nós, tanto pelo sentimento da
dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício
da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças
convertidas em pasto de nossa fúria. A mais terrível de nossas
heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador
impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e
classista.”
Darcy
produziu diversas obras e ensaios nas áreas de antropologia,
sociologia e educação. Além disso, ele escreveu alguns romances.
Obras
* Culturas e línguas indígenas do Brasil (1957)
* A política indigenista brasileira (1962)
* A Universidade necessária (1969)
* Os índios e a civilização (1970)
* Os brasileiros – Teoria do Brasil (1972)
* Configurações histórico-culturais dos povos americanos (1975)
* O dilema da América Latina (1978)
* Nossa escola é uma calamidade (1984)
* América Latina: a pátria grande (1986)
* O povo brasileiro (1995)
* Culturas e línguas indígenas do Brasil (1957)
* A política indigenista brasileira (1962)
* A Universidade necessária (1969)
* Os índios e a civilização (1970)
* Os brasileiros – Teoria do Brasil (1972)
* Configurações histórico-culturais dos povos americanos (1975)
* O dilema da América Latina (1978)
* Nossa escola é uma calamidade (1984)
* América Latina: a pátria grande (1986)
* O povo brasileiro (1995)
Romances
* Maíra (1976)
* O Mulo (1981)
* Utopia Selvagem (1982)
* Migo (1988)
* Maíra (1976)
* O Mulo (1981)
* Utopia Selvagem (1982)
* Migo (1988)
Fonte:
Revista Educação (nº 34)
Fonte (biografia): Fontes de Educação:
Guia para Jornalistas. Fórum Mídia & Educação, 2001
Coordenação e Edição (biografia): Denise Carreira
Textos (biografia): Adriano Quadrado, Denise Carreira e Iracema Nascimento
Maria Isabel Moura Nascimento. GT;
Campos Gerias-PR Universidade Estadual de Ponta GROSSA-PR
Fonte (biografia): Fontes de Educação:
Guia para Jornalistas. Fórum Mídia & Educação, 2001
Coordenação e Edição (biografia): Denise Carreira
Textos (biografia): Adriano Quadrado, Denise Carreira e Iracema Nascimento
Maria Isabel Moura Nascimento. GT;
Campos Gerias-PR Universidade Estadual de Ponta GROSSA-PR
Créditos
/ Referências Bibliográficas
Supervisão Artística: Silvio Cesar Ribeiro
Supervisão Artística: Silvio Cesar Ribeiro
S
I N O P S E
Nasci
nas Minas Gerais do meu Brasil, testemunhei a crueldade da seca e a
ganância dos grandes latifundiários, queria entender porque o
brasil teimava em não dar certo.
Sempre
estive ligado as questões humanitárias, comecei a minha vida
pensando em ser médico, cheguei a cursar a faculdade de medicina,
tive a honra de trabalhar com Marechal Rondon, me apaixonei pela
causa indígena e pelos meus irmãos índios, participei das criações
do Museu do Índio e do Parque Nacional do Xingu.
Logo
após fui trabalhar com o grande educador Anísio
Teixeira, junto com professor Anisio participei de grande projetos
educacionais, fui responsável pela lei de diretrizes e bases da
educação nacional e a UNB (Universidade de Brasília,
com ninguém menos que Oscar Niemeyer, fui o primeiro reitor da
universidade, cheguei a Ministro da Educação;
Após
o golpe de 1964, exile-me no Uruguai, Venezuela, Peru, Chile entre
outros países, fui condecorado como doutor “honoris causa” pela
Faculdade de Sorbone na França, voltei ao meu Brasil em 1979, fui
vice-governador no governo Brizola e fui mentor e executor da
construção de 500 Cieps em todo estado do RJ, um novo modelo de
educação, meu lema é lugar de criança é na escola, investir na
construção de escola é deixar de investir no futuro na construção
de presídios.
Em
8/10/1992 fui eleito e tomei posse em 15/04/1993 com imortal da
Academia Brasileira de Letras (ABL); fui senador e onde a minha luz
se apagou.
Mais
aonde eu estiver e por mais que eu viva não me afastarei dos meus
ideais que é lutar por uma vida melhor para meus irmãos e olhar
pelas crianças, negros, índios, isso é minha vida. Não podemos
pensar numa nação justa, onde os índios são perseguidos, as
crianças não tem condições e oportunidade iguais, e os negros e
pobres sejam descriminados.
Quem
cuida das crianças cuida do futuro.
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