quinta-feira, 22 de agosto de 2019

GRES ACADÊMICOS DE SANTA CRUZ (RIO DE JANEIRO/RJ)

Santa Cruz de Barbalha – Um Conto Popular no Cariri Cearense

 
Meus olhos arranha o céu
Desse império que ajudei a construir
Mas o coração dói de saudade
Da minha Barbalha…
Lá no meu Cariri…

Cariris eram os índios da região
Que perderam as terras,
Crenças e religião,
Branco deixou o medo
Do papafigo, pai-da-mata,
Rasga-mortalha e
Assombração…

Ê, Barbalha…

Seu nome vem da medalha
De quem nela residia
A primeira moradora
Que o nome não dizia
Vinha da família Barbalha
Era tudo que o povo sabia

Você já foi a Barbalha?
Pois, então, vá…
Sabe quem já andou por lá, seu menino?
Capitão Virgulino,
Meu Padim Padi Ciço
O Príncipe Regente, sinhá!
E um horror de muié
Querendo casá!
Até o Rei do Baião passou por lá…

Santo Antônio padroeiro
É quem manda no lugar
Arranja emprego, cura doença
Manda chuva
Faz a roça prosperar
É santo casamenteiro
E passa o dia inteiro
Ouvindo promessa
De quem quer desencalhar

Você precisa ver
A festa do padroeiro
São duas semanas inteiras
De muita fé e brincadeira
Noite das Solteironas
Cantigas de roda
Dança de coco
Versos de feira
Romeiros e carpideiras
Aos pés do pau da bandeira
Erguida pelo povo de lá

Barbalha fica pr’aquelas banda
Dos Verde Canaviá
Dos engenhos de rapadura
Das belas igrejas
Ai, saudade que dá…
Terra santa, terra boa
Das águas medicinais
A saúde jorra em fontes
E na rede de hospitais

Terra de cordelista,
Repentista e forrozeiro
Poeta e versador
E tem um passarinho prosador,
O Soldadinho do Araripe,
Que canta e encanta por amor…

Barbalha tá assim de folia!
Tem lapinha, reisado e ladainha
Feira de tudo que é vendedor,
É um verdadeiro Carnavá
A Santa Cruz descobriu Barbalha
A terra da fé e alegria
E vai levar ocê pra lá!

Você já foi à Barbalha?
Pois, então, vá…
Feche os olhos,
Faça um pedido
E comece a sonhar!
(Quero vê ocê voltá…)

Ê, Barbalha!!!

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