segunda-feira, 27 de abril de 2020
domingo, 26 de abril de 2020
sábado, 25 de abril de 2020
sexta-feira, 24 de abril de 2020
GRES UNIDOS DA VILA SANTA TEREZA (RIO DE JANEIRO/RJ)
Sinopse enredo 2021
“Obinrin
Agbara, a Saga das Guerreiras”
Pedimos licença ao berço da humanidade para contar mais uma
vez a história do seu povo.
Terra de riquezas e reinos milenares
Lar de joias negras, filhas do vento
Que sopram do ventre de Mãe África.
Princesas guerreiras, de poderes transformadores.
Sucumbidas a ira do invasor.
Levadas de suas terras rumo ao desconhecido.
Aportam no “novo mundo”, terra de palmeirais
Jogadas ao mercado, onde na fria solidão eram feitas
como mercadorias
Obrigadas pelos seus donos a trabalhar.
Seja na casa grande ou na lavoura, nas minas ou vendendo
quitutes nas ruas.
Protegidas pelas Yabas em meio a um mundo de escravidão.
Senhoras de povos guerreiros que lutam na força e na
raça contra os açoites na senzala.
Forças divinas que sambam sobre os peitos dos homens
fortes e guerreiros que a força querem as conquistar.
Libertas, procuram seu lugar ao lado daqueles que as
seguem e as quilombolas de forças inigualáveis
Exemplos de Igualdade.
Transferem suas essências a mulheres que se negam a
lutar.
Feministas de sangue nagô.
Resgatam seus nomes na história brasileira.
Deixando legado para que no futuro lutem como elas.
Permitindo a Vila Santa Tereza que conte suas histórias
deixando como legado para que no futuro, outras lutem como elas.
GRES CHATUBA DE MESQUITA (MESQUITA/RJ)
Sinopse enredo 2021
Cortejo
aos Reis do Congo
Quem sou eu? Eu sou a festividade do povo negro.
Surgi muitos anos atrás, no reino de Congo, no ceio de
minha mãe África.
Entre paços, cores, sons e batuques me fizeram presente
na pele negra em grandes cortejos.
Presenciei momentos em que os livros muito das vezes não
contam, mais me mantive resistente a tudo e a todos.
Migrei para o outro lado do atlântico, aportando na
América, especialmente em Recife, Ali eu vi com o passar do tempo à luta do
negro por justiça, por respeito e igualdade.
Passei a viver escondido dentro de engenhos de canas de
açúcar e fazendas, mais nos pés da negra eu surgia em meios a seus temperos e
sabores a seus senhores.
Quando o sol caia e a lua subia aos céus eu surgia com
roupas elegantes, cheios de colares a sons de palmas da mão igualando
atabaques.
Um belo dia estava aos pés da Igreja de Nossa Senhora do
Rosário, acompanhei meus irmãos negros em uma grande missa.
Logo depois eu surgi no meio deles, me senti tão feliz,
era tão lindo ver o sorriso estampado no rosto de quem sofria tanto por ali.
Saímos cantando, dançando, pulando pelas ruas de
Pernambuco. Os olhares pelas janelas não entendiam o porquê da nossa
felicidade.
Afinal, somos únicos, somos a força que carrega um país,
somos a garra que se ergue e levanta o grito de uma cultura em um novo país.
Após abolição dos escravos eu tive mais liberdade, em
uma grande festa me juntei com outros meus irmãos festeiros vindos da África
onde criamos um verdadeiro carnaval de cores e fantasias.
Ganhei outros nomes: Rural, Nação, Baque-Virado, eu
sentia que estava sendo valorizados meus passos, agora eu pertencia a pessoas
que me admiravam.
De repente me tornei imortalizado na Cultura Popular
Brasileira, ganhei um monumento em minha homenagem. Quando me deparei estava em
um grande caldeirão cultural Pernambucano com a Congada, Frevo, Samba de Roda,
Afoxé, Catira, Maculelê e o Samba.
Afinal, Eu sou o Maracatu!
Autor da Sinopse: Matheus Rodrigues
GRES ACADÊMICOS DE JACAREPAGUÁ (RIO DE JANEIRO/RJ)
Sinopse enredo 2021
Okê
Caboclo! Salve as Matas do Meu Brasil
“Guerreiro da mata eu sou
a vida me ensina a viver
sou filho de vento da mata
coragem se teus, vem me ver…”
E quem nunca se arrepiou ao escutar o irradiar de um
caboclo!
Sentir o corpo todo tremer…
Quem nunca sentiu a cabeça girar ao ouvir assoviar?
Índios guerreiros, o sol e a lua, as estrelas e os
mares, 7 elementos, 7 caminhos, 7 flechas! Caciques, pajés e pajelança!
Pelo seio da floresta ouço assobios que se confundem com
os sons da natureza, uma espécie de comunicação entre eles.
A beira do rio se põe fumo de rolo…
À proa das canoas se esculpem carrancas para afastar
“nego d’água”.
Vou mata a dentro! Sete encruzilhadas… Pela mata, 7
missões.
Vejo tribos. Sinto o cheiro das ervas, a caça, o aroma
do cachimbo, a essência da sagrada Jurema… A cura!
“Sou filho do vento e da mata,
do vento que vem e que vai,
Ossanhe me olhe e me ajude,
Oxossi que é meu pai…”
Os vejo fortes. Cores de jambo. Bravos que lutam contra
o homem branco. Guerreiros, valentes, selvagens e destemidos.
Lindo é ver Caboclos rompendo as matas e Guaranis
fazendo ecoar os sons de seus atabaques pelos sete cantos da floresta.
Cacique, Tupi e Pajés!
Cobra feroz, cobra de paz, cobra da sabedoria, águia
ligeira que voa até a lua em noite da sagrada lua cheia.
Se arranco um toco, faço fogueira para pra aquecer na
beira da ribeira.
Aos pés da Juremeira, linda filha de Tupinambá, mãe
divina encarnada, índia pena dourada.
A beira da cachoeira, me rendo ao canto da Yara, com os
doces lábios de mel de a jandaia.
“Ouvi os tambores a tocar,
Com saiote e flecha na mão, os Caboclos vão dançar,
A beira da fogueira, a magia vai brilhar…”
Vejo as penas dos cocares que se misturam com o colorido
dos pássaros e da flora… Fantástico!
Eu giro o mundo, corro por matas e tremo terras e cada
vez me deslumbro mais, cada vez aprendo mais… Suas culturas, rituais,
tradições, lendas, vitórias, batalhas e conquistas.
Peles de bronze, peito de aço, que vence as demandas,
que emana a força dos grandes espíritos da natureza.
Mensageiros dos Orixás, por irradiação de Oxossi!
Hoje visto meu cocar de penas douradas, saio por aí
pedindo suas sabedorias para caçar.
Sou o orvalho da noite estrelada de uma Pajelança, sou o
sereno da madrugada!
Transmito a missão do amor, da paz e da igualdade.
Que os tambores ecoem e façam dessa passarela minha
aldeia, meu El Dourado!
Sou o Cacique dentro dessa grande academia que se
ergueu.
Sou o ouro que emoldura essa tribo abençoada por Tupã,
chamada Acadêmicos de Jacarepaguá!
“Pego a minha flecha, pego o meu bodoque e o galo já
cantou…
O galo já cantou na Aruanda,Oxalá me chama para sua
banda.”
Texto: Gheorge Giordano
Revisão: Daniel Thompson
GRES ACADÊMICOS DO TATUAPÉ (SÃO PAULO/SP)
Sinopse enredo 2021
“Preto
Velho Canta a Saga do Café num Canto de Fé”
Num cantinho do terreiro, com o congá firmado, velas
acesas, ervas, arruda, guiné e alecrim tomam o ambiente. Tudo preparado pois o
Preto-Velho vai chegar, ogans, yaôs, pais de santo e cambones se preparam para
mais uma linda história que o velho vem contar. Ele vem chegando com seu
rosário e seu patuá, saravá Preto-Velho.
Ê, Preto-Velho chegou! Preto-velho demora, mas chega… Deus
abençoe vocês, meus fios! Zambi, meu pai criador, abençoe esse cazuá!
Preto velho veio cachimbar, vamos prosear e que o tempo
passe bem devagar.
Meus fios, eu sou preto como a noite sem estrelas.
Sou velho porque trago em mim as marcas do tempo… e põe
tempo nisso, meus fios. E essas marcas são que alumia minha alma.
Sou velho e hoje espalho no mundo mensagens de fé,
trazendo esperança com minha humildade, deixando sementes de caridade, secando
a mentira e regando a verdade.
Sou velho e celebro a vida, mas também trago na
lembrança todas as dores que eu passei nesse lugar, nessa Terra de meu Deus que
me criou.
Sou preto, mas a fumaça que sai do meu cachimbo, forma
nuvens brancas quando encontra o céu, e pra ajudar vocês meus fios, com muita
fé, trago comigo axé e arruda, guiné e café…
EU sou Velho, eu sou preto, eu sou escuro como o ventre
da Mãe África, origem de toda a minha ancestralidade.
Lá é a fonte de tudo, é o início do mundo! Salve, Zambi,
meu “ Pai Maior” e Deus da criação.
Num sopro de Zambi, o continente se criou e dele
nasceram as árvores, os animais, os mares e o Ayê.
Ayê é Terra. África é Ayê.
Terra de montes e vales, rios e mares, de danças e
mitos, cheia de herança. Terra dos animais selvagens, onde na savana, leões,
búfalos, elefantes e outros mais, ensinaram meus irmãos guerreiros a arte da
luta e da sobrevivência, da amizade e lealdade.
Eu sou velho como as vidas de meus irmãos antepassados
lá da África, lugar que Deus escolheu pra humanidade crescer e o café nascer.
Ah, sou preto igual ao café… Ah, o café…
Meus fios, esse café que hoje vocês oferecem pra esse
velho preto, surgiu lá no chifre da Mãe África, na Etiópia, e de grão em grão,
se espalhou pelo mundo. E pra isso acontecer, Deus Pai Zambi guiou Kaldi, um
pastor de cabras até as montanhas de Kaffa, lugar bonito demais e onde nascia
umas frutinhas vermelhas nos arbustos selvagens.
Ao perceber que as cabras ficavam mais alegres e
motivadas ao comerem esse fruto avermelhado foi correndo chamar um monge para
conferir a novidade e este julgou que os frutos fossem coisa do demônio. Vê se
pode! Levou-os consigo e os atirou no fogo para exorcizá-los. Um aroma
delicioso encheu o monastério. O monge teria interrompido a combustão e, como
as frutas estavam quentes, derramado água sobre elas. Estava preparado o primeiro
cafezinho, meus fios.
Logo o monge se convenceu de que algo tão delicioso só
podia ser divino. Tomou uma dose e rezou a noite toda, sem sentir sono.
E nas tribos desse meu paraíso, do café logo nasceu um
ritual. As Senhoras do Café secavam, torravam e faziam pasta com os grãos para
que seus guerreiros africanos, meus irmãos, tivessem mais força física e
espiritual.
Tão sentindo o cheirinho de café no ar, meus fios?
Pois logo esse aroma pegou fama e viajou para outras
terras desse mundo.
Na Arábia virou bebida sagrada e, com carinho, foi
chamada de vinho.
Na Turquia o sucesso foi tanto que lá nasceu o Kiva Kan,
a primeira cafeteria.
E no Egito, não foi diferente, o café conquistou muita
gente.
Na Holanda, nasceu o primeiro cafezal em terras europeias
e o café virou fonte de inspirações e idéias.
Na Inglaterra, terra da realeza, o café roubou o trono
do chá, com toda sutileza.
E assim, meus fios, o café vai seguindo o seu caminho,
porque a vida melhora depois de um cafezinho, não é verdade?
Mas foi na França, lugar de rara beleza, que o Café se
tornou uma proeza. O Rei Luís XIV ganha de presente algumas mudas de café de um
nobre holandês e, depois desse cultivo, a prosperidade se faz cada vez mais
presente na realeza. E tempos depois, meus fios, Paris já tinha as cafeterias
mais charmosas da Europa e elas viraram lugar das reuniões de gente que iriam
mudar a política e a vida do povo no país. Viva o Café né meus fios?
E como chegou o café no Brasil?
O café por aqui é igual preto velho. A estrada é longa e
velho caminha devagar. É devagar, é devagarinho, mas quem anda com Preto Velho
nunca ficou no caminho.
Pelas mãos de um fio chamado Francisco de Melo Palheta o
café chegou nessa terra sagrada. Mirongueiro igual Preto Velho, ele encantou a
mulher do Governador da Guiana Francesa e trouxe pra Belém do Pará, sem
pudores, preciosas sementes de café escondidas num ramalhete de flores.
Mas foi no Rio de Janeiro que o café vingou e a
prosperidade por esse país se espalhou. Brasil ainda era colônia e os ricos
fazendeiros ganhavam do Imperador, por causa do cultivo do grão, o título de
Barão.
E rapidinho a produção cafeeira superou a açucareira e,
com a exportação, o café rompeu fronteira.
Até apelido ganhou: Ouro Negro, todo mundo assim chamou.
Ah, meus fios, mas aí que o caldo entornou. Os barões
cada vez mais ricos e a escravidão dos pretos cada vez mais se enraizou.
Valei-me, meu Pai!
Nasci e morri na Fazenda, no interior de Minas Gerais.
Lá, o café era ouro que meu patrão transformava em anel, às custas do trabalho
do meu povo, um trabalho muito cruel. Em troca de tanto esforço, nada recebia,
apenas vestia uns trapos no corpo e só pão embolorado comia. E assim, vi muito
suor e sangue dos meus irmãos no cafezal. Mãos calejadas da enxada e suja de
terra, que sempre exigia mais de nossos corpos suados, de nossos corpos
cansados.
Era a senzala, era o tronco, era o chicote que arrancava
nosso couro, era a lida, era a colheita, que para nós era estafa, mas para o
senhor, era Ouro.
Quantas vezes, depois que o sol se escondia, lá no fundo
da senzala, com os mais velhos aprendia, que o nosso destino no fim, não seria
sempre assim…
E eu só conseguia suplicar: “Meus orixás, livrai-nos de
todo esse mal”.
Com o passar do tempo, das ervas eu fazia remédio e, de
mironga em mironga, curava as feridas das chibatadas que meus irmãos levavam
dos “homi” sem coração. Até os fios das Sinhazinhas (Ê iá iá), eu fazia curador
quando eles não tinham mais jeito nas mãos do doutor. E com as folhas do café,
eu fazia defumação na nossa senzala, no nosso cativerá, com muita fé.
Os brancos me chamavam de negro fedido benzedeiro e nem
obrigado diziam, mas meus irmãos agradeciam : “Viva preto velho mirongueiro,
viva velho preto curandeiro”.
Mas era na Senzala que meu povo negro se aliviava da dor
da escravidão. Da Casa Grande se ouvia o som do tambor que contagiava e, com fé
e alegria, o nosso povo dançava. Banzé e jongo era o que todo mundo mais
gostava. Nossas danças, nossos sons… e isso ninguém escravizava. Ao som do
tambor, um canto forte ecoava! Sou preto jongueiro e meu povo eu alegrava! Auê,
meu cativeiro! Auê, meu CATIVERÁ!
E era a fé que nos mantinham em pé. Enquanto a senzala
dormia, minha oração eu fazia. Ajoelhado pedia clemência, Oh, São Benedito, que
meu povo seja bendito! Então, meus fios, sempre que vocês tomarem um golinho de
café se lembrem que a semente desse grão tem o ciclo da vida que nossos
sofridos irmãos escravos plantaram um dia.
Chegou a modernização, o café trouxe muitas benfeitorias
pra esse chão. Meus fios, nunca vou esquecer da emoção em ver o trem na
ferrovia e a luz elétrica que alumiava meu caminho na estrada fria. E bota
estrada nisso, meus fios. Eram tantas que a gente até se perdia e tudo pra
escoar até os portos o volume de tanto café que a gente produzia.
Era tanto trabalho que os barões do café tiveram que
importar mão-de-obra de outros lugares desse mundo e com isso os imigrantes
italianos aqui chegaram e trabalharam para que o café continuasse sendo a
riqueza do Brasil.
Era tanta riqueza que até um ramo de café, depois de
tanta súplica, foi parar na bandeira do Brasil quando este virou República.
E na política, na briga de quem podia mais entre São
Paulo e Minas Gerais, ora fazendeiro do café ora fazendeiro do leite, indicava
ou se tornava Presidente e isso ficou conhecido como “Política do Café com
Leite”.
O tempo passou e a economia do mundo levou um choque, a
bolsa de Nova York quebrou e o café no Brasil virou estoque, era a chegada da
crise de 29.
Meus fios, vocês sabiam que o café foi fonte de inspiração
pra muitos artistas?
Na tela ou no papel, na partitura ou no pincel, é aí que
faz parte a coisa mais profunda da vida: a ARTE.
A Arte é o que nos tira da realidade e nos leva pra um
caminho mais bonito, encantador e cheio de liberdade.
Num cafezal nasci e muitas vezes, torrado pelo sol,
pisando na terra vermelha fervente, eu descansava embaixo de um pé de café e de
repente a inspiração chegava e eu criava muita cantiga e nem percebia a fadiga.
O café era meu irmão! Auê, meu irmão café!
E por falar em cantiga, o café foi até tema de ópera na
era antiga. Bach, o gênio da música clássica, compôs uma cantata cheia de
alegria e beleza e, por aqui, Roberto Carlos, o Rei da nossa música popular,
cantou “Café da Manhã” e fez todo mundo suspirar.
E teve um pintor que retratou o café com muito amor! Seu
nome era Cândido, numa fazenda de café nasceu e seus quadros sobre o grão e a
escravidão o mundo conheceu. Até prêmio na Europa Portinari recebeu.
Pois é, meus fios. Café é inspiração e os poetas sabem
disso. Nos livros, num poema, numa canção, não importa se com amor ou na dor, o
café sempre vai ser o melhor amigo do poeta e do escritor. É o líquido da
tempestade que gera emoções, não importa a idade.
Um gole de café gera poesia: a bebida satisfaz e te leva
a um mundo de amor e sonhos enquanto um verso se faz.
Um gole de café estimula a sabedoria, pois hoje em dia,
em grupo ou solitário, quem nunca aprendeu alguma coisa num café filosófico ou
literário?
Do grão ou do filtro, do pó ou do líquido, nas mãos do
artesão, nato ou não, o café vira artesanato.
E viva a Arte com café, né meus fios?
E quem nunca ouviu a frase: “Aceita um café?” ou nunca
falou “Um cafezinho, por favor?” pois com café, gente minha, a vida caminha. Um
bom café ajuda quem acorda acreditando que tudo vai dar certo e o dia já começa
te deixando esperto.
Puro é bom demais, sabor inconfundível, com leite vira
pingado, “eita” bebida irresistível.
Melhor coisa não há do que numa tarde fria de inverno,
você ver descer o café quente no bule reluzente.
É bom pra saúde, já disse o doutor. Afasta o sono, põe o
sangue em movimento, a digestão acelera e faz toda a diferença, então o café é,
de fato, uma potência. Delícias se faz com café também: Bolos, tortas, pudim,
biscoitos, pães, sorvete, balas e tudo que dele provém.
Seja na roça ou na cidade, de manhã ou de tarde, a moda
antiga ou da modernidade, de máquina ou de bule, seja expresso ou de pano
coador, o que importa é que o café sempre nos preenche de amor.
É por tudo isso, meus fios, que esse Preto Velho gosta
de café. E se tiver um bolo de fubá, aí é que esse véio vai mais se alegrar.
E vocês querem saber mais? Com o café até o futuro se
prevê. Os desenhos da borra no fundo da xícara tem significado e aí você
escolhe se vai seguir o caminho indicado.
Mas meus fios, não adianta procurar um caminho novo se
não mudar o jeito de caminhar.
E pra isso, sempre que precisar, é só chamar os pretos
velhos que a gente vem aqui ajudar.
Nossa missão é ajudar vocês, porque não há mal que crie
raiz onde o amor é plantado.
E na energia do café, acreditem, todo mal é retirado,
com as folhas de café basta um banho para vocês receberem muito axé.
Sentir nas mãos uns grãos de café ajuda muito a concentração
na hora da meditação.
E pra defumação não existe coisa melhor. O cheiro do
café clarifica sua mente e a fumaça limpa toda a energia ruim do ambiente. Que
as Pretas Velhas minhas companheiras de vida e de espiritualidade, continuem
preparando esse grande Jakutá sem faltar a principal oferenda o café e o Bolo
de Fubá, preparando a volta para Aruanda nossa morada Divina.
Tudo isso a gente aprende na Aruanda, meus fios. Aruanda
é lugar de paz, é o paraíso espiritual, paraíso dos pretos.
Lá na Aruanda, atravessando a calunga, o mar de Iemanjá,
todo negro encontrou a sua liberdade nos braços de Obatalá.
Que todos os orixás sempre estejam ao meu lado para que
eu possa continuar fazendo caridade e ajudando meus fios a seguir na estrada da
verdade e com muita humildade.
E pra vocês meus fios, eu visto meu branco, sim senhor!
Eu me visto de paz, muito amor e caridade! Mas esse meu branco é o branco de
todo dia. É a roupa da minha alma que me dá essa alegria!
Saravá, povo do samba! Pai Velho vai embora, a sineta do
céu de Aruanda tá tocando, Obatalá já diz que é hora!
Não fiquem tristes, preto velho volta, tenham fé!
Tenho muito ainda pra prosear com vocês meus fios da
Tatuapé!
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