Okê
Caboclo! Salve as Matas do Meu Brasil
“Guerreiro da mata eu sou
a vida me ensina a viver
sou filho de vento da mata
coragem se teus, vem me ver…”
E quem nunca se arrepiou ao escutar o irradiar de um
caboclo!
Sentir o corpo todo tremer…
Quem nunca sentiu a cabeça girar ao ouvir assoviar?
Índios guerreiros, o sol e a lua, as estrelas e os
mares, 7 elementos, 7 caminhos, 7 flechas! Caciques, pajés e pajelança!
Pelo seio da floresta ouço assobios que se confundem com
os sons da natureza, uma espécie de comunicação entre eles.
A beira do rio se põe fumo de rolo…
À proa das canoas se esculpem carrancas para afastar
“nego d’água”.
Vou mata a dentro! Sete encruzilhadas… Pela mata, 7
missões.
Vejo tribos. Sinto o cheiro das ervas, a caça, o aroma
do cachimbo, a essência da sagrada Jurema… A cura!
“Sou filho do vento e da mata,
do vento que vem e que vai,
Ossanhe me olhe e me ajude,
Oxossi que é meu pai…”
Os vejo fortes. Cores de jambo. Bravos que lutam contra
o homem branco. Guerreiros, valentes, selvagens e destemidos.
Lindo é ver Caboclos rompendo as matas e Guaranis
fazendo ecoar os sons de seus atabaques pelos sete cantos da floresta.
Cacique, Tupi e Pajés!
Cobra feroz, cobra de paz, cobra da sabedoria, águia
ligeira que voa até a lua em noite da sagrada lua cheia.
Se arranco um toco, faço fogueira para pra aquecer na
beira da ribeira.
Aos pés da Juremeira, linda filha de Tupinambá, mãe
divina encarnada, índia pena dourada.
A beira da cachoeira, me rendo ao canto da Yara, com os
doces lábios de mel de a jandaia.
“Ouvi os tambores a tocar,
Com saiote e flecha na mão, os Caboclos vão dançar,
A beira da fogueira, a magia vai brilhar…”
Vejo as penas dos cocares que se misturam com o colorido
dos pássaros e da flora… Fantástico!
Eu giro o mundo, corro por matas e tremo terras e cada
vez me deslumbro mais, cada vez aprendo mais… Suas culturas, rituais,
tradições, lendas, vitórias, batalhas e conquistas.
Peles de bronze, peito de aço, que vence as demandas,
que emana a força dos grandes espíritos da natureza.
Mensageiros dos Orixás, por irradiação de Oxossi!
Hoje visto meu cocar de penas douradas, saio por aí
pedindo suas sabedorias para caçar.
Sou o orvalho da noite estrelada de uma Pajelança, sou o
sereno da madrugada!
Transmito a missão do amor, da paz e da igualdade.
Que os tambores ecoem e façam dessa passarela minha
aldeia, meu El Dourado!
Sou o Cacique dentro dessa grande academia que se
ergueu.
Sou o ouro que emoldura essa tribo abençoada por Tupã,
chamada Acadêmicos de Jacarepaguá!
“Pego a minha flecha, pego o meu bodoque e o galo já
cantou…
O galo já cantou na Aruanda,Oxalá me chama para sua
banda.”
Texto: Gheorge Giordano
Revisão: Daniel Thompson
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