quinta-feira, 14 de maio de 2020

GRES COROA IMPERIAL (RIO DE JANEIRO/RJ)

Sinopse enredo 2021

Umbanda: Raízes Fortes da Espiritualidade Brasileira


“… E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.”

E confesso que para mim, até então, também não houve. Eu, um filho de fé, humilde brasileiro que trabalha desde antes do amanhecer até depois do crepúsculo, sei que sou abençoado por Oxalá e protegido pelo meu pai, pela minha mãe e pelo meu orixá de cabeça!
A labuta faz o cavalo, aparelho que sou cansar. Mas é na gira que minh’alma tranquiliza. Lá, faço transbordar a caridade e o amor em meu coração. Lá, visto o branco da pureza e meus pés descalços tocam o chão para que as energias atravessem meu corpo. Lá, tudo se sente sem que nada nos cobrem.
Saravá Umbanda!
E hoje é dia de Tenda! E chego lá vendo o defumador aceso queimando ervas para purificar. É saudando o dono da porteira que começaremos os trabalhos: Laroyê Exú, Mojubá!
Patakori Ogum, Ogunhê! É o momento de saudar a Pemba!
Que Oxalá, a nossa bandeira, nos dê as bênçãos para a gira girar!
Toquem os pontos, batam palmas ou dobrem o rum!
Saudemos os Orixás das sete linhas de Umbanda! Saudemos as sete vibrações da natureza criadas por Olorum que estão no Congá!
Saudemos a linha da sagrada geração, linha da vida com Iemanjá e Omolu!
Saudemos a linha do conhecimento, saudemos a floresta de Oxossi e Obá!
Saudemos a linha forte das demandas, a lei, de Iansã e Ogum!
“Saravá pra Lei da Umbanda, Saravá pra lei maior!”
Saudemos a linha da justiça, o equilíbrio, Xangô e Oroiná!
Saudemos a linha da evolução, do saber, com Nanã e Obaluaê!
Saudemos a cachoeira e o arco íris, a linha do amor, Oxum e Oxumaré!
Saudemos a linha da fé! Saudemos Logunã que Pai Rubens nos ensina e saudemos o nosso regente Oxalá! Saudemos as sete cores da coroa de Babá!
Enquanto a gira vai abrindo, a sensação do amor atravessa todo meu corpo e faz-me sentir uma felicidade indescritível! As palmas de minhas mãos tocam minha testa; Acendo as velas. É hora de bater cabeça no Congá!
É no bater das palmas que sinto uma energia fluir! É a paz de Angola! O povo de Aruanda chegou à Tenda! Meu irmão de fé assenta sereno, vovô chegou!
“Me dê sua benção e me ajude, meu avô!”
“Deus te abençoe, meu fio! mande mureque buscá meu cachimbo! Pá vencê demanda é preciso ter muita fé, meu minino! Com fé nêgo ainda sorria mesmo sabendo em como o chicote doía!”
E vovô foi me contando as lendas, as histórias e os mistérios de seu tempo até que meu irmão de fé despertasse!
As palmas continuam enquanto meu corpo formiga, meus olhos fecham, surge a vontade de dançar e a espiritualidade toma conta. Qual será o meu caboclo?
Okê-Arô! de qual falange ele será?
Pele Vermelha, Urubatão, Das sete, Tamoio, Guarani, Cobra-Coral, Juremê e Juremá?
Kaô Kabecilê! Será pedra branca ou pedra preta? Treme Terra, Sol e Lua? Ventania ou Cachoeira? Será Cigana do Oriente? Opatchá! ou Quenguelê?
Eparrei-Oyá! de qual falange ele será? Raios, Ventos, Balês ou Amazonas?
Odoyá! Marinheiros e Caboclas dos Rios e do Mar?
Ogunhê! Rompe Mato, Beira Mar, Iara ou Megê? Malê, Nagô, Naruê?
Aos poucos posso sentir e entender cada vez mais sobre a minha entidade. Meu espírito transborda em sensações e o aparelho que é meu corpo está pronto!
Tem baiana, Eparrei-Oyá! Ogunhê!, o boiadeiro vai laçar!
Epa Babá! Pro Erê é doce e guaraná! Mas para qual santo vou rezar?

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