quarta-feira, 30 de junho de 2010
TEMA ENREDO 2011 GRES IMPÉRIO PRAIANO (QUINTÃO/RS)
"A Império vai balançar no gingado da capoeira"“
Autor: Rodrigo Boschetti
Apresentação oficial do Tema
Dia 11/07/2010.
Local: SCB Rui Barbosa
Av:Farroupilhar n° 834, Bairro Niterói Canoas RS
terça-feira, 29 de junho de 2010
UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A ESCOLA
* TEREZINHA AZEREDO RIOS
Ao olhar criticamente para a escola, você pode corrigir o que não funciona e aprimorar o que vai bem
No início do livro Ensaio sobre a Cegueira, o escritor português José Saramago traz uma advertência: "Se podes olhar, vê; e se podes ver, repara!" Quantas vezes olhamos as pessoas, as coisas e os acontecimentos sem ver? Com frequência, só atentamos para o que acontece quando alguém nos alerta: "Você já reparou em tal coisa?"
Reparar, na verdade, é ampliar o olhar para aspectos que merecem consideração e não devem passar despercebidos. Com esse propósito, convido os gestores a reparar no trabalho feito na escola, no jeito como ele é desenvolvido pelos professores, alunos e funcionários e como se articula com a comunidade. Isso representa uma tentativa de avaliar constantemente a instituição.
Concordo com os que afirmam que avaliar é difícil. Para muitos, chega a ser mesmo uma pedra no caminho. Gestores confessam ter dificuldade em avaliar o desempenho dos professores - e usam como justificativa o fato de todos serem educadores e, portanto, iguais no contexto em que trabalham. Sem dúvida, enquanto pessoas e profissionais, eles são iguais - cada um na sua individualidade. Porém, na escola, desempenham papéis diferentes. Quando se é diretor, coordenador ou orientador, é preciso reconhecer as responsabilidades que decorrem dessas funções - e avaliar é uma delas.
Talvez a dificuldade atribuída à avaliação se deva ao fato de ela constituir uma atitude crítica. É da natureza desse ato olhar um objeto com a intenção de reparar nele, de vê-lo com profundidade e abrangência, com a intenção de emitir um juízo. E não se avalia sem considerar alguns critérios que, de preferência, devem ser definidos por todos e ter como referência princípios reconhecidos como significativos. Dessa forma, não há que temer a avaliação - nem a que se faz nem aquela a que se submete.
Ao dizer que avaliar é fazer uma crítica, é preciso cuidado para que não fiquemos presos ao sentido que se dá a essa palavra, no senso comum. Aí, a crítica é considerada uma apreciação que aponta apenas o aspecto negativo do objeto enfocado. Diz-se, então, que criticar é "falar mal": "O aluno criticou a professora", "Os pais criticaram a escola", "Os professores criticaram o governo".
Isso leva a pensar que a resistência à avaliação vem da ideia restrita do termo e do ato, que empobrece o sentido do olhar crítico. No avaliar encontram-se os elementos que precisam ser corrigidos, modificados ou superados. Mas é também avaliando que são descobertas as inovações e as práticas bem-sucedidas. Ao olhar criticamente, ao botar reparo no que acontece na escola, temos a possibilidade de ver o que é bom e o que é ruim, o que anda bem e o que está inadequado. Assim, podemos nos esforçar para mudar o que não é satisfatório e aprimorar o que está indo bem.
Fazer com que os colegas da equipe gestora e os professores percebam a importância e abrangência da avaliação no dia a dia é fundamental para que o projeto construído coletivamente se desenvolva na direção pretendida. Se todos repararem no trabalho de todo mundo, há a esperança de que o conjunto ganhe em consistência e qualidade. Afinal, o bom andamento da Educação pública é responsabilidade de todos.
* Artigo publicado na revista Nova Escola/Gestão Escolar Junho/Julho/2010
Ao olhar criticamente para a escola, você pode corrigir o que não funciona e aprimorar o que vai bem
No início do livro Ensaio sobre a Cegueira, o escritor português José Saramago traz uma advertência: "Se podes olhar, vê; e se podes ver, repara!" Quantas vezes olhamos as pessoas, as coisas e os acontecimentos sem ver? Com frequência, só atentamos para o que acontece quando alguém nos alerta: "Você já reparou em tal coisa?"
Reparar, na verdade, é ampliar o olhar para aspectos que merecem consideração e não devem passar despercebidos. Com esse propósito, convido os gestores a reparar no trabalho feito na escola, no jeito como ele é desenvolvido pelos professores, alunos e funcionários e como se articula com a comunidade. Isso representa uma tentativa de avaliar constantemente a instituição.
Concordo com os que afirmam que avaliar é difícil. Para muitos, chega a ser mesmo uma pedra no caminho. Gestores confessam ter dificuldade em avaliar o desempenho dos professores - e usam como justificativa o fato de todos serem educadores e, portanto, iguais no contexto em que trabalham. Sem dúvida, enquanto pessoas e profissionais, eles são iguais - cada um na sua individualidade. Porém, na escola, desempenham papéis diferentes. Quando se é diretor, coordenador ou orientador, é preciso reconhecer as responsabilidades que decorrem dessas funções - e avaliar é uma delas.
Talvez a dificuldade atribuída à avaliação se deva ao fato de ela constituir uma atitude crítica. É da natureza desse ato olhar um objeto com a intenção de reparar nele, de vê-lo com profundidade e abrangência, com a intenção de emitir um juízo. E não se avalia sem considerar alguns critérios que, de preferência, devem ser definidos por todos e ter como referência princípios reconhecidos como significativos. Dessa forma, não há que temer a avaliação - nem a que se faz nem aquela a que se submete.
Ao dizer que avaliar é fazer uma crítica, é preciso cuidado para que não fiquemos presos ao sentido que se dá a essa palavra, no senso comum. Aí, a crítica é considerada uma apreciação que aponta apenas o aspecto negativo do objeto enfocado. Diz-se, então, que criticar é "falar mal": "O aluno criticou a professora", "Os pais criticaram a escola", "Os professores criticaram o governo".
Isso leva a pensar que a resistência à avaliação vem da ideia restrita do termo e do ato, que empobrece o sentido do olhar crítico. No avaliar encontram-se os elementos que precisam ser corrigidos, modificados ou superados. Mas é também avaliando que são descobertas as inovações e as práticas bem-sucedidas. Ao olhar criticamente, ao botar reparo no que acontece na escola, temos a possibilidade de ver o que é bom e o que é ruim, o que anda bem e o que está inadequado. Assim, podemos nos esforçar para mudar o que não é satisfatório e aprimorar o que está indo bem.
Fazer com que os colegas da equipe gestora e os professores percebam a importância e abrangência da avaliação no dia a dia é fundamental para que o projeto construído coletivamente se desenvolva na direção pretendida. Se todos repararem no trabalho de todo mundo, há a esperança de que o conjunto ganhe em consistência e qualidade. Afinal, o bom andamento da Educação pública é responsabilidade de todos.
* Artigo publicado na revista Nova Escola/Gestão Escolar Junho/Julho/2010
O DISCUTÍVEL HUMOR ÉTNICO
* MOACYR SCLIAR
O Ministério Público Federal de Minas Gerais recomendou que a Ambev retirasse do ar o comercial que faz piada, aliás sem muita graça, a respeito da rivalidade entre brasileiros e argentinos. A propaganda da cerveja Skol mostra torcedores com a camisa da seleção argentina que, depois de abrirem uma lata de cerveja, são chamados de “maricón”.
Piadas sobre argentinos são frequentes em nosso país; no Google existem nada menos que 428 mil referências a respeito, superando em número as piadas de português (417 mil). “Curte sacanear os argentinos?”, pergunta um dos sites, para acrescentar, cúmplice: “Nós também.”
Essas piadas se enquadram no chamado humor étnico, extremamente difundido em nosso mundo. Nos Estados Unidos são alvos preferenciais os poloneses, considerados pouco inteligentes, os chineses (comem cachorro), os mexicanos, que usam carros caindo aos pedaços. Em muitos outros países, existem ditos e anedotas similares. O humor étnico corresponde a um estereótipo, em geral agressivo. O sociólogo americano Gordon Allport criou uma escala sobre a agressividade intergrupal, com cinco graus. Assim, um grupo pode ser ignorado ou evitado, pode ser francamente discriminado (“Negros não entram”), pode ser fisicamente atacado ou pode ser exterminado: o Holocausto, negado pelo presidente do Irã. Mas tudo, diz Allport, começa com palavras: frases insultuosas, anedotas, que constituem o primeiro grau da agressão.
Pergunta: tem o humor étnico alguma base na realidade? Pode ter. Os chineses comiam cachorro por falta de outras fontes de proteína. Os mexicanos compravam carros velhos porque eram pobres. Os judeus, na Idade Média, tornaram-se usurários porque outros ramos da atividade econômica lhes foram proibidos. Tomem, no Brasil, o caso dos portugueses. Os primeiros que aqui chegaram, os donatários por exemplo, não eram objeto de gozação. No século 19, vieram portugueses pobres, incultos, que sobreviviam graças ao trabalho físico; daí as anedotas. Mas depois Portugal entrou no Mercado Comum Europeu, prosperou – e as piadas se foram, substituídas pelas de baiano (também sumiram, felizmente). O fato de alguns argentinos classificarem os brasileiros como “macaquitos” alude, de maneira grosseira e ofensiva, à presença dos negros em nossa população. A crua observação pode gerar perigoso preconceito – quando as pessoas começam a acreditar que o característico “está no sangue”, que é inevitável, e que, no caso extremo chega ao extermínio.
Humor é para ser engraçado, para provocar riso, mas pode ser uma coisa problemática. O limite é tênue. O humor judaico baseia-se em piadas sobre judeus; mas só é humor se estas são contadas pelos próprios judeus; contadas por outros, e dependendo do tom e das circunstâncias, pode ser antissemitismo.
Conclusão: na dúvida, é melhor evitar esse tipo de anedotas ou de ditos, e neste sentido fez muito bem o MPF de Minas. Propaganda de cerveja já é coisa muito duvidosa; associada a uma piada ofensiva fica ainda pior. Piadas sobre argentinos podem ser engraçadas. Desde que contadas, ou endossadas, pelos próprios argentinos.
* Artigo publicado no jornal Zero Hora (29/06) de Porto Alegre/RS
O Ministério Público Federal de Minas Gerais recomendou que a Ambev retirasse do ar o comercial que faz piada, aliás sem muita graça, a respeito da rivalidade entre brasileiros e argentinos. A propaganda da cerveja Skol mostra torcedores com a camisa da seleção argentina que, depois de abrirem uma lata de cerveja, são chamados de “maricón”.
Piadas sobre argentinos são frequentes em nosso país; no Google existem nada menos que 428 mil referências a respeito, superando em número as piadas de português (417 mil). “Curte sacanear os argentinos?”, pergunta um dos sites, para acrescentar, cúmplice: “Nós também.”
Essas piadas se enquadram no chamado humor étnico, extremamente difundido em nosso mundo. Nos Estados Unidos são alvos preferenciais os poloneses, considerados pouco inteligentes, os chineses (comem cachorro), os mexicanos, que usam carros caindo aos pedaços. Em muitos outros países, existem ditos e anedotas similares. O humor étnico corresponde a um estereótipo, em geral agressivo. O sociólogo americano Gordon Allport criou uma escala sobre a agressividade intergrupal, com cinco graus. Assim, um grupo pode ser ignorado ou evitado, pode ser francamente discriminado (“Negros não entram”), pode ser fisicamente atacado ou pode ser exterminado: o Holocausto, negado pelo presidente do Irã. Mas tudo, diz Allport, começa com palavras: frases insultuosas, anedotas, que constituem o primeiro grau da agressão.
Pergunta: tem o humor étnico alguma base na realidade? Pode ter. Os chineses comiam cachorro por falta de outras fontes de proteína. Os mexicanos compravam carros velhos porque eram pobres. Os judeus, na Idade Média, tornaram-se usurários porque outros ramos da atividade econômica lhes foram proibidos. Tomem, no Brasil, o caso dos portugueses. Os primeiros que aqui chegaram, os donatários por exemplo, não eram objeto de gozação. No século 19, vieram portugueses pobres, incultos, que sobreviviam graças ao trabalho físico; daí as anedotas. Mas depois Portugal entrou no Mercado Comum Europeu, prosperou – e as piadas se foram, substituídas pelas de baiano (também sumiram, felizmente). O fato de alguns argentinos classificarem os brasileiros como “macaquitos” alude, de maneira grosseira e ofensiva, à presença dos negros em nossa população. A crua observação pode gerar perigoso preconceito – quando as pessoas começam a acreditar que o característico “está no sangue”, que é inevitável, e que, no caso extremo chega ao extermínio.
Humor é para ser engraçado, para provocar riso, mas pode ser uma coisa problemática. O limite é tênue. O humor judaico baseia-se em piadas sobre judeus; mas só é humor se estas são contadas pelos próprios judeus; contadas por outros, e dependendo do tom e das circunstâncias, pode ser antissemitismo.
Conclusão: na dúvida, é melhor evitar esse tipo de anedotas ou de ditos, e neste sentido fez muito bem o MPF de Minas. Propaganda de cerveja já é coisa muito duvidosa; associada a uma piada ofensiva fica ainda pior. Piadas sobre argentinos podem ser engraçadas. Desde que contadas, ou endossadas, pelos próprios argentinos.
* Artigo publicado no jornal Zero Hora (29/06) de Porto Alegre/RS
O GUARANI E A INQUISÇÃO, POR AUGUSTO FRANKE BIER*
Depois de séculos da demolição contínua e sistemática de prédios históricos em toda a área dos 30 povos guaranis, um caso emblemático da violência do colonizador branco sobre o nativo surgiu recentemente na missão de San Ángel Custodio, o mais recente dos sete povos erguidos do lado brasileiro.
A grande polêmica se dava em torno de uma pintura em que aparecia uma índia de seio desnudo. A figura estava inserida numa cena pueril em que jesuítas e nativos se misturavam durante a catequese. Nada mais adequado ao sétimo povo missioneiro, que tivesse dentro de sua catedral – réplica da igreja de São Miguel – a marca maior de sua obra, numa referência à evangelização dos índios guaranis. Justamente pela fidelidade histórico-artística dessa representação, em que os verdadeiros donos desta terra aparecem em estado puro, despreocupados de pudor. No entanto, uma parte da comunidade não só exigiu que se retirasse uma obra de arte, como também reproduziu o preconceito do colonizador para com as culturas diferentes.
Na tarefa cruel de submeter povos gentios à tutela do deus cristão – que se desenvolvia paralelamente na busca por ouro e territórios –, muito sangue nativo foi derramado. Levou tempo até que os guaranis tivessem que optar entre cair nas mãos dos bandeirantes escravizadores e se deixar “domesticar” no aldeamento das missões jesuíticas. Mas a glória da experiência missioneira, sempre evocada na arquitetura monumental e nas artes remanescentes, tem nos nativos uma história de resistência que a própria Santa Madre Igreja evoca com desconforto – quando o faz! E isso vem à baila quando perguntamos o seguinte: por que, em quase século e meio de dominação, as reduções não produziram um único padre índio?
A resposta, ironicamente, vem de um jesuíta paraguaio, padre Bartolomeu Meliá, talvez a maior autoridade em estudos missioneiros ainda viva. Escreve ele que a religiosidade dos índios não reconhecia o pecado. Logo, desprovidos de culpa, não teriam como ser submetidos pelos padres, porque o maior instrumento de coerção da cristandade – a ameaça do castigo eterno – não surtia efeito. Essa pureza ainda pode ser observada por aqueles que convivem com os atuais guaranis da região missioneira. No entanto, os esforços pela descaracterização dessa cultura hoje prosseguem quando autoridades mal-intencionadas ou ignorantes estendem luz elétrica e televisão até os acampamentos. Perdendo o status de índios, que ainda os protege um pouco, e isolados de sua identidade, tornam-se párias a esmolar na porta do templo.
A nudez daquela índia na pintura foi acusada de ofender a sacralidade do altar 2 mil anos depois de Cristo. Há uma moral putrefata flutuando pelas naves da catedral de San Ángel Custodio, emitida pelos porões ancestrais da Inquisição. Nem estamos evocando o bom selvagem idealizado por Rousseau, mas um povo verdadeiro a cuja sabedoria a Igreja deveria se curvar. No entanto, aquele preconceito doentio deixa seus herdeiros. E Jesus Cristo, que, numa metáfora pela inocência, pedia que deixassem ir a ele os pequeninos, vê a representação dos seus indiozinhos apartada de sua companhia justamente por obra de um religioso cristão e suas beatas. Não é uma incoerência?
* Jornalista e chargista
Artigo publicado no jornal Zero Hora (29/06) de Porto Alegre/RS
A grande polêmica se dava em torno de uma pintura em que aparecia uma índia de seio desnudo. A figura estava inserida numa cena pueril em que jesuítas e nativos se misturavam durante a catequese. Nada mais adequado ao sétimo povo missioneiro, que tivesse dentro de sua catedral – réplica da igreja de São Miguel – a marca maior de sua obra, numa referência à evangelização dos índios guaranis. Justamente pela fidelidade histórico-artística dessa representação, em que os verdadeiros donos desta terra aparecem em estado puro, despreocupados de pudor. No entanto, uma parte da comunidade não só exigiu que se retirasse uma obra de arte, como também reproduziu o preconceito do colonizador para com as culturas diferentes.
Na tarefa cruel de submeter povos gentios à tutela do deus cristão – que se desenvolvia paralelamente na busca por ouro e territórios –, muito sangue nativo foi derramado. Levou tempo até que os guaranis tivessem que optar entre cair nas mãos dos bandeirantes escravizadores e se deixar “domesticar” no aldeamento das missões jesuíticas. Mas a glória da experiência missioneira, sempre evocada na arquitetura monumental e nas artes remanescentes, tem nos nativos uma história de resistência que a própria Santa Madre Igreja evoca com desconforto – quando o faz! E isso vem à baila quando perguntamos o seguinte: por que, em quase século e meio de dominação, as reduções não produziram um único padre índio?
A resposta, ironicamente, vem de um jesuíta paraguaio, padre Bartolomeu Meliá, talvez a maior autoridade em estudos missioneiros ainda viva. Escreve ele que a religiosidade dos índios não reconhecia o pecado. Logo, desprovidos de culpa, não teriam como ser submetidos pelos padres, porque o maior instrumento de coerção da cristandade – a ameaça do castigo eterno – não surtia efeito. Essa pureza ainda pode ser observada por aqueles que convivem com os atuais guaranis da região missioneira. No entanto, os esforços pela descaracterização dessa cultura hoje prosseguem quando autoridades mal-intencionadas ou ignorantes estendem luz elétrica e televisão até os acampamentos. Perdendo o status de índios, que ainda os protege um pouco, e isolados de sua identidade, tornam-se párias a esmolar na porta do templo.
A nudez daquela índia na pintura foi acusada de ofender a sacralidade do altar 2 mil anos depois de Cristo. Há uma moral putrefata flutuando pelas naves da catedral de San Ángel Custodio, emitida pelos porões ancestrais da Inquisição. Nem estamos evocando o bom selvagem idealizado por Rousseau, mas um povo verdadeiro a cuja sabedoria a Igreja deveria se curvar. No entanto, aquele preconceito doentio deixa seus herdeiros. E Jesus Cristo, que, numa metáfora pela inocência, pedia que deixassem ir a ele os pequeninos, vê a representação dos seus indiozinhos apartada de sua companhia justamente por obra de um religioso cristão e suas beatas. Não é uma incoerência?
* Jornalista e chargista
Artigo publicado no jornal Zero Hora (29/06) de Porto Alegre/RS
segunda-feira, 28 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
GRCES VILA MATIAS (SANTOS/SP)
Arraia da Vila 2010
Aberto, qualquer pessoa pode ver e participar
Data: 25/06/10
Hora: 19h
Onde: rua Comendador Martins 261
Aberto, qualquer pessoa pode ver e participar
Data: 25/06/10
Hora: 19h
Onde: rua Comendador Martins 261
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)