Há tempos, o termo bullying ocupa espaço na mídia. Há muito mais tempo (milênios talvez), tem seu lugar nas relações humanas. Sinteticamente, trata-se do fenômeno através do qual um ser humano é psicologicamente violentado por outro. Em tempos atuais, o bullying está associado ao cenário escolar e à prática, por uns, de atitudes hostis e agressivas contra outros ou contra seus próprios mestres.
O bullying surge onde existam seres humanos interagindo e, por isto, a escola não é seu lugar de excelência ou de exceção. Como decorre do descontrole dos descompassos e diferenças de personalidade (normais à espécie humana, afinal não há uma pessoa igual a outra), tal descontrole, observando-se os envolvidos, pode já vir de berço (uma família na qual as relações tenham por tônica a dominação, o medo e o terror), agravando-se à medida que as relações sociais vão se tornando mais intensas, complexas e plurais (como sói ser natural na evolução das pessoas). Ocorre que no seio familiar é mais difícil identificá-lo (e atacá-lo), em face do natural segredo que o envolve e, até mesmo, da relativa confusão emocional que, via de regra, envolve os protagonistas, que, com o tempo, já não conseguem estabelecer as fronteiras entre a hostilização e o amor, entre o saudável e o prejudicial.
Assim, a escola é o primeiro cenário extrafamiliar em que se o vai identificar. Ocorre que, dado o grau de violência com que se o tem identificado na fase pueril-escolar, pode-se presumir o grau de violência de sua matriz familiar, quando estejam ali fincadas suas raízes. Esta reflexão faz com que se volte ao lugar-comum, ao chavão, de que a família é a base de tudo, inclusive das pessoas. O ritmo frenético da atualidade, somado à intensa “tecnologização” das relações, faz com que se esteja distantemente junto dos outros. Conversa-se via “msn” com o colega de mesa, manda-se um “torpedo” ao vizinho de porta para convidá-lo para chimarrear, passa-se o dia ao lado de alguém e não se o vê, tão fixa a atenção nos programas televisivos. Parece natural, então, que os humanos busquem na tecnologia a afetividade perdida das relações presenciais. E um mundo paralelo se cria. Nele, muita gente se conhece, faz amizades, trabalha, estuda, namora e se casa. Mas nele também muita gente furta, engana, agride. É o lado “b” do mundo virtual, o lado mau do avatar. Nestes novos tempos, está difícil dizer o que é somente virtual face ao tradicionalmente tido como real. Certo é que tudo o que se faz no dito virtual tem gerado efeitos no real. Da alegria à tristeza, do ódio ao amor, tudo pode acontecer no “cyber”, inclusive o bullying. Os jovens, cada vez mais cedo, estão aprendendo o caminho do portal que os levará a um mundo onde tudo é possível, onde são poderosos, belos e amados. O meio ambiente virtual também precisa ser equilibrado e saudável e isto não é apenas um dever do Estado, como preconiza a Constituição Federal, mas de toda a sociedade. Já que o virtual é real, que pelo menos se aproxime de um paraíso e, para tal, cada qual deve assumir seu papel, no mundo real e no mundo virtual, com responsabilidade, respeito e humanidade.
O bullying surge onde existam seres humanos interagindo e, por isto, a escola não é seu lugar de excelência ou de exceção. Como decorre do descontrole dos descompassos e diferenças de personalidade (normais à espécie humana, afinal não há uma pessoa igual a outra), tal descontrole, observando-se os envolvidos, pode já vir de berço (uma família na qual as relações tenham por tônica a dominação, o medo e o terror), agravando-se à medida que as relações sociais vão se tornando mais intensas, complexas e plurais (como sói ser natural na evolução das pessoas). Ocorre que no seio familiar é mais difícil identificá-lo (e atacá-lo), em face do natural segredo que o envolve e, até mesmo, da relativa confusão emocional que, via de regra, envolve os protagonistas, que, com o tempo, já não conseguem estabelecer as fronteiras entre a hostilização e o amor, entre o saudável e o prejudicial.
Assim, a escola é o primeiro cenário extrafamiliar em que se o vai identificar. Ocorre que, dado o grau de violência com que se o tem identificado na fase pueril-escolar, pode-se presumir o grau de violência de sua matriz familiar, quando estejam ali fincadas suas raízes. Esta reflexão faz com que se volte ao lugar-comum, ao chavão, de que a família é a base de tudo, inclusive das pessoas. O ritmo frenético da atualidade, somado à intensa “tecnologização” das relações, faz com que se esteja distantemente junto dos outros. Conversa-se via “msn” com o colega de mesa, manda-se um “torpedo” ao vizinho de porta para convidá-lo para chimarrear, passa-se o dia ao lado de alguém e não se o vê, tão fixa a atenção nos programas televisivos. Parece natural, então, que os humanos busquem na tecnologia a afetividade perdida das relações presenciais. E um mundo paralelo se cria. Nele, muita gente se conhece, faz amizades, trabalha, estuda, namora e se casa. Mas nele também muita gente furta, engana, agride. É o lado “b” do mundo virtual, o lado mau do avatar. Nestes novos tempos, está difícil dizer o que é somente virtual face ao tradicionalmente tido como real. Certo é que tudo o que se faz no dito virtual tem gerado efeitos no real. Da alegria à tristeza, do ódio ao amor, tudo pode acontecer no “cyber”, inclusive o bullying. Os jovens, cada vez mais cedo, estão aprendendo o caminho do portal que os levará a um mundo onde tudo é possível, onde são poderosos, belos e amados. O meio ambiente virtual também precisa ser equilibrado e saudável e isto não é apenas um dever do Estado, como preconiza a Constituição Federal, mas de toda a sociedade. Já que o virtual é real, que pelo menos se aproxime de um paraíso e, para tal, cada qual deve assumir seu papel, no mundo real e no mundo virtual, com responsabilidade, respeito e humanidade.
*ADVOGADA, PROFESSORA DA PUCRS
Artigo publicado no jornal Zero Hora (04/09) de Porto Alegre/RS
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