ENREDO 2011 GRES UNIDOS DE VILA ZIMBRA (SESIMBRA/PORTUGAL)

Tema/Enredo: “Como será ....hã?”

Autoria do Enredo: Ana Cruz

     
      O que o futuro nos reserva? Ninguém quer saber?! Mas quem passa indiferente ao Zodíaco, quem salta a página do jornal para não o ler?
      Os mais ousados, gostariam de se cruzar com uma cigana que prevê o futuro e lê na mão as linhas da vida, isto sem falar na bola de cristal que desde a Antiguidade está intimamente ligada às previsões futuristas, para além da enorme diversidade de baralhos, para as cartomantes, que lêem nas cartas o que o futuro nos reserva.
Hoje em dia muitos anseiam o que estará para vir, acreditando vivamente no lançamento dos búzios, ou naquele Pai de Santo, que tanta gente consultou.
      Desde sempre que o homem consulta e acredita em Divindades para explicar o que a ciência não encontra justificação, se analisarmos na história o Povo Africano, foi desde sempre o mais místico, levando entre os Séculos XVII e XIX, estes ensinamentos para o Brasil, com os Descobrimentos e repovoações.
      Mais tarde com as novelas, deu-se a conhecer o Camdomblé e Umbanda, religiões baseadas no culto de Dinvidades da natureza, os Orixás.
      Os Portugueses reprimiam os cultos africanos no Brasil, porém os Escravos conseguiram preservar seus mitos e ritos ocultando-os sob uma fachada aparentemente católica. Era o fenómeno do Sincretismo Religioso, que alargou também à Capoeira, uma luta disfarçada de dança, para que pudesse ser treinada sem, ser proibida.
      Frequentemente se utiliza a expressão "Oxalá...o tempo continue bom", e não é mais que um pedido ao orixá da criação, de acordo com o sincretismo religioso, o Deus maior, Jesus Cristo assim como a utilização da expressão "Axé", cada vez mais utilizada entre nós. No estado da Bahia, o Cristianismo convive em pé de igualdade com os orixás e uma religião não invalida a outra.
      Tem os orixás da força maior, Exu, Nanã, Obá, Logun-Edé, Ibejis, Ogum, Oxum, Oxóssi, Xangõ, Iansã, Omolu, Iemanjá, Oxalá, Ossain, existindo orixás menores que estão directamente ligados a fenómenos da natureza. De acordo com o povo ioruba, estas Divindades foram criadas por Olorum, o Deus supremo, de onde advém o conhecido Bloco Afoxé Filhos de Gandhy, que trazem ao Carnaval cânticos de ijexá, nação de Candomblé, trazendo e desejando muita Paz para o Carnaval e para o povo.
      Para além dos orixás serem associados ao "adivinho", estas Divindades procuram explicar as complexidades e as nuanças da vida humana sobre a terra, de modo a equilibrar psicologicamente as pessoas, trazendo para a rua neste enredo, de acordo com o Candomblé de Rua, o Afoxé, O ENUNCIADO QUE FAZ ACONTECER.