quinta-feira, 2 de maio de 2013

GRES UNIÃO DE JACAREPAGUÁ (RIO DE JANEIRO/RJ)

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Foto: Rodrigo Borges Ferreira
Muito samba, harmonia e grandes expectativas. O G.R.E.S. União de Jacarepaguá, com sua quadra lotada, lançou em grande estilo seu enredo para o Carnaval 2014, na noite do último domingo (28).
“Os Iorubás – A história do povo nagô”, foi o tema escolhido pelo carnavalesco Jorge Caribé.
- “Vamos colocar na avenida a majestosa vida do negro africano em sua terra. Iremos retratar e falar sobre Oyó, Abel, Ocutá e sobre lugares maravilhosos onde o negro exerceu sua prática e sua crença, sem nenhum tipo de preconceito. Em uma fase muito triste da história, esses negros vieram para o Brasil em forma desumana. Mostraremos que mesmo assim eles nunca perderam sua fé; mesmo arrancados de sua terra natal, com a roupa do corpo, com os nomes trocados, tendo que deixar seus nomes de origem para trás, sendo batizados com novos nomes perante a igreja católica: Pedro, Manoel, João…
Apesar disso trouxeram no coração e na mente, a fé e o respeito pelos seus orixás, mesmo num momento de dor. Aqui no Brasil, como a história já cansou de mostrar, são os responsáveis por grande parte do crescimento da nossa história, no Brasil não há uma raça pura. No Brasil nós somos mestiços, somos misturados, temos sangre negro na veia.
Conta a história, que os primeiros negros aos serem alforriados juntaram dinheiro para libertar as negras africanas que eram rainhas e sacerdotisas na África, conhecidas como Adetá, Kalá e Iyá Nassô, foram as três primeiras negras africanas libertas e que fundaram em Salvador a primeira casa de culto religioso africano no Brasil, também conhecida como casa branca ou engenho velho da Bahia, fundando assim o candomblé que é uma religião única do nosso país, não existe em outro lugar do mundo.
É uma religião reinventada somente pro nosso povo, nem na África tem o Candomblé, essa palavra não existe por lá. Dali surgiram todas as casas de santo como a gente costuma dizer, todos os axés e todas as raizes religiosas até chegar aos dias de hoje.
Esse é um resumo muito breve. Não vamos mostrar o sofrimento e a escravidão, nós vamos mostrar o negro soberano, o negro rei, o negro sacerdote, até chegar no final do nosso tema que são os dias de hoje onde poderemos exercer livremente a nossa prática religiosa; em todas as religiões afrodescendentes e com isso levantar a bandeira da intolerância religiosa; das opções sexuais, nem brancos, nem amarelos, nem índios, nem mulçumanos, gays, heteros, ricos ou pobres.
Nosso enredo, nosso carnaval quer mostrar que nós da União de Jacarepaguá, pelo menos nesse dia de carnaval vamos defender com um grito muito forte quem nós somos, sem ter a vergonha de mostrar que nós somos negros de alma e coração e que a nossa religião é a religião dos orixás, esse é o nosso objetivo.
Resgatando a maravilhosa cultura Iorubá, também usaremos cores agressivas e quentes, muito laranja e coral; também utilizaremos cores cítricas, marrom, preto, bege e pastéis misturadas no verde. Vamos começar cedo nosso carnaval, inclusive na próxima semana já entregaremos os figurinos, fato inédito numa escola de samba.
Este ano fizemos um carnaval muito bonito e conseguimos alcançar o nosso objetivo, que foram duas vitórias: Ser promovido do grupo “B” para a Série “A” e se manter no grupo.
Sendo este o meu segundo ano na escola, o meu objetivo para o Carnaval de 2014 é subir mais alguns degraus, e pedir muito aos orixás que a União de Jacarepaguá chegue às cinco primeiras do grupo, pois existe uma conversa nos bastidores de que poderá haver um desfile das campeãs na sexta-feira após a quarta de cinzas”, explanou Caribé.
O evento recebeu vários nomes do mundo do samba como os intérpretes Pixulé, Clovis Pê e Lico Monteiro e como surpresa para agremiação compareceu também Ciganerey, que depois de brindar os presentes com vários clássicos do samba, comunicou que irá ajudar o carro de som da escola. Não cantará, mas participará efetivamente na montagem e assessoramento ao intérprete oficial, Tiganá.
Representantes de outras agremiações estiveram presentes, como o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Portela, Mosquito, 2º mestre-sala do Acadêmicos do Salgueiro, diretoria e a musa Andrea Martins da Unidos de Padre Miguel.
Outro ponto de bastante destaque na festa foi a apresentação de Negralu como musa. A beldade que já esteve na ala de passistas da Caprichosos de Pilares, e também não é novata no samba, chegou esbanjando charme e elegância. Seu papel junto a ala de passistas será fundamental para o incentivo às meninas, principalmente as mais novas.
- “Cheguei para ajudar, para dar força e incentivar. O samba não é um meio tão fácil de se conviver. Muitas coisas acontecem e temos que estar preparados. O carinho com que todos da ala me receberam foi emocionante. Foi lindo ver a escola toda alegre e vibrando com a festa. O presidente Reinaldo e todos da diretoria me receberam muitíssimo bem. Vou me esforçar para corresponder à altura e tenho a certeza que com esse enredo não será difícil.
A festa terminou por volta das 21h com a bateria “Ritmo União” e o intérprete Tiganá relembrando grandes sambas que fizeram história na escola. A entrega da sinopse esta prevista para junho, mas ainda sem data confirmada.
- “Com um grande enredo, certamente teremos um excelente samba!”, frisou o presidente Reinaldo.
Texto: Bennio Augusto Briolly

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