Enredo
2014: “MÃOS”
Aqui estão às mãos. São os mais belos sinais da terra, os anjos nascem aqui: frescos, matinais, quase de orvalho, de coração alegre e povoado. ¹ Com as mãos se faz a paz e se faz a guerra, com mãos tudo se faz e se desfaz; com mãos se faz o poema e são de terra. Com mãos se faz a guerra e a paz. Com mãos se rasga o mar, com mãos se lavra. Não são de pedras estas casas, mas de mãos; E estão no fruto e na palavra as mãos que são o canto e são as armas.
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário. Foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; os antissemitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte! Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar. Com as mãos atiram-se beijos ou pedras, flores ou granadas, esmolas ou bombas! Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia! As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva. Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor; Os olhos dos cegos são as mãos.
As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros. O autor do “Homo Rebus” lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas! A mão aberta, acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes; dá cor as telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medicam as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com as mãos, as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes. Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica ainda por muito tempo agitando o lenço no ar. Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem. Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, sãos mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino. E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração para, o corpo gela e os sentidos desaparecem e é ainda brancas de cera que continuam na morte as mãos da vida. E as mãos dos amigos nos conduzem... E as mãos dos coveiros nos enterram!
Aqui estão às mãos. São os mais belos sinais da terra, os anjos nascem aqui: frescos, matinais, quase de orvalho, de coração alegre e povoado. ¹ Com as mãos se faz a paz e se faz a guerra, com mãos tudo se faz e se desfaz; com mãos se faz o poema e são de terra. Com mãos se faz a guerra e a paz. Com mãos se rasga o mar, com mãos se lavra. Não são de pedras estas casas, mas de mãos; E estão no fruto e na palavra as mãos que são o canto e são as armas.
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário. Foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; os antissemitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte! Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar. Com as mãos atiram-se beijos ou pedras, flores ou granadas, esmolas ou bombas! Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia! As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva. Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor; Os olhos dos cegos são as mãos.
As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros. O autor do “Homo Rebus” lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas! A mão aberta, acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes; dá cor as telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medicam as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com as mãos, as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes. Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica ainda por muito tempo agitando o lenço no ar. Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem. Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, sãos mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino. E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração para, o corpo gela e os sentidos desaparecem e é ainda brancas de cera que continuam na morte as mãos da vida. E as mãos dos amigos nos conduzem... E as mãos dos coveiros nos enterram!
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