domingo, 13 de julho de 2014

GRES UNIÃO DO PARQUE CURICICA (RIO DE JANEIRO/RJ)

Sinopse Enredo 2015
“OS 3 TENORES... DO SAMBA.”

Ópera em três atos para ser apresentada no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
No faustíssimo dia 13 de Fevereiro de 2015.
Regida pelo Maestro Lolo.
Libreto de Paulo Menezes
Personagens:
ARLINDO CRUZ - (Tenor)
MARTINHO DA VILA – (Tenor)
MONARCO – (Tenor)    

Prólogo: “A CASA AGORA É DE BAMBAS”
“O samba, que era proibido até de passar na porta do Municipal, hoje está aqui dentro. E espero que essa noite seja a abertura definitiva, finalmente, para o nosso samba.”
Sergio Cabral
O Teatro está lotado.
As portas se fecham e as luzes se apagam.
Silêncio!
O maestro se prepara e a orquestra inicia os primeiros acordes.
E então, o erudito e o popular vão caminhando, juntos, em direção ao mais brasileiro dos gêneros musicais: o samba!
O samba que atravessa gerações, da linhagem nobre dos quintais dos bambas, hoje sem fronteiras.
Senhoras e senhores, boa noite!
Desliguem os seus celulares, mas não é proibido fotografar ou filmar.
Chegou a hora de tocar e cantar samba!
“Cantem o samba de roda,
O samba-canção e o samba rasgado.
Cantem o samba de breque,
O samba moderno e o samba quadrado.”
Canta canta, minha gente!
Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo!
Ato 1: “SER SAMBISTA É VER COM OS OLHOS DO CORAÇÃO”
Tenor: Arlindo Cruz
Cena: Uma grande aldeia, mas esta, diferente das outras, pois ali só habitavam caciques. E o cacique personagem dessa história se encontrava ali, no fundo daquele quintal, observando com orgulho o seu Império, pois ali era o seu lugar, um lugar de batuques, de magia e fé.
“Doce lugar
Que é eterno no meu coração
E aos poetas traz inspiração
Pra cantar e escrever”
Versador, se garante no banjo sem deixar furo. Poeta, quando fala de amor, pensador quando fala de força, fé e raiz. Malandro da melhor qualidade, dos quintais, terreiros e favelas.
E o partideiro vai saindo de mansinho... pra batucada, pois o samba o chamou, nasceu batucando e cantando... porque ainda é tempo pra ser feliz!
Fecham-se as cortinas.
Fim do primeiro ato.
Ato 2: “... UM REI QUE REINAVA COMO UM SER COMUM”
Tenor: Martinho da Vila
Cena: O Quilombo da Serra dos Pretos Forros. Ali acontece uma Festa da Raça, onde a Liberdade é comemorada ao som de sambas, congos, cirandas e batucadas. E o poeta-escritor, personagem dessa história vai assim formando a sua arte, a sua filosofia de vida: vai fundo em sua negritude e sua brasilidade, em sua originalidade. Poderia ter sido um “pequeno burguês”, não o foi. Preferiu que sua história, que a roda de sua vida girasse por outros caminhos, por outros sonhos.
E apesar da Academia não ter realizado um de seus sonhos, a sua obra o tornou imortal. Pois agora ele não é somente da Vila. Agora ele é nosso, do Brasil e do mundo, pois...
“...Quem quiser falar comigo
Não precisa procurar.
Vá aonde tiver samba
Que eu devo estar por lá.”
Fecham-se as cortinas.
Fim do segundo ato.
Ato 3: “O SAMBA NÃO PODE ACABAR”
Tenor: Monarco
Cena: A Bica do Inglês, em Oswaldo Cruz. A “Fonte da Juventude” de Monarco, que poderia ser Monarca, de monarquia do samba. Mas não é assim, é Monarco de gibi, de super-herói. Mas assim também vale. O super-herói do resgate, da memória e da dignidade do samba. Aquele que preserva suas raízes, guardião do “seu pessoal de outrora”.
“Com palavras que ficaram na memória...
... o que nos vale é a fé que encoraja e conduz
Portelense de verdade que defende Oswaldo Cruz”
A voz do samba, nobre, poético, feito à moda antiga, de terreiro, mas sem perder o olhar da modernidade, da juventude, da renovação. Monarco da Portela, da velha e da jovem guarda do samba, vivido com amor e simplicidade.
Mas é melhor eu parar, pois se eu for falar de Monarco, hoje eu não vou terminar.
Fecham-se as cortinas.
Aplausos!
Bravo!
Afinal...
“Olha o povo pedindo bis...
...Outra vez, o nosso cantar...
...O show tem que continuar.”
Nota: Este enredo é uma homenagem a três grandes artistas, representantes de três gerações da nossa música popular, do nosso samba.
Em seu livro Ópera Negra, Martinho da Vila começa sua introdução assim:
“Luther King dizia: ‘Sonhem! Sonhem! Sonhem mais!
Eu sonho’”

E hoje nós também estamos sonhando. Sonhamos três sonhos que se juntam em um sonho só. O sonho de um sonho.

Paulo Menezes

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