quarta-feira, 17 de junho de 2015

GRCES X-9 PAULISTANA (SÃO PAULO/SP)

Sinopse Enredo 2016
"Açaí Guardiã! Do Amor de Iaça ao Esplendor de Belém do Pará"
Ouvi contar...
De uma velha índia tupinambá,
A história de um fruto que chora
Lá pelas bandas do Pará!
Lugar de rara beleza,
Obra prima da natureza,
De toda sorte de fauna e de flora.
Tudo que será revelado agora
É o oposto do que foi outrora,
Pois a fome e a seca dominavam a mata,
A floresta se encontrava fraca,
Esperanças os índios já não tinham
E por vertigens caiam
Até que longe da fé, o cacique Itaki ordenou:
Que sacrifiquem os curumins
Privando-lhes da vida
Para garantir o sustento da nossa tribo faminta
Cortem o mal pela raiz!
Para salvá-los da sina infeliz
De não ter o que manducar.
Mas antes de Itaki se arrepender,
O destino traiçoeiro
Pôs à prova seu amor verdadeiro.
A bela Iaçá, sua filha, embuchou
E triste ela ficou e chorou
Ao tomarem sua filha dos braços,
Deixando seu coração em pedaços
Ao ver sua cria partir.
Iaçá definhou de desgosto
E de amargura continuou chorando,
Pediu a tupã um acalanto 
Para amenizar a dor.
Foi então, sob a luz cintilante da lua cheia
Que uma brisa trouxe um ruído que pareia 
Com a voz da curuminha que se foi.
A saudade era tanta que cegou Iaçá
E a fez acreditar 
Na miragem que vinha de uma planta,
Formosa espécie de palmeira
Que da filha de Iaçá ganhou forma inteira,
Imagem que chorando pedia
O colo da mãe bondosa
Cuja desilusão penosa, a fez padecer 
E abraçada a palmeira, morrer
Num ato extremo de amor. 
Suas lágrimas que ao solo fecundou
Fizeram brotar novos frutos
De um roxo vivo, de um absoluto matiz 
Comida de aves e jabutis
Que da tribo a fome matou.
Foi então, que o morubixaba imperfeito,
Redimindo-se do feito
Resolveu homenagear Iaçá,
Dando seu nome invertido
Ao fruto agora querido, o Açaí
Que por ironia do destino nasceu chorando
No entanto, fez toda tribo sorrir!
Mas essa história não para por aqui,
Muita coisa hei de contar!
Bem mais que opção
Esse fruto correu chão
Tornou-se a esperança do lugar. 
E forte, foi de extrema importância 
Para o povo do Norte se alimentar.
E por lá, iniciou-se um legado
Aos pés do Fortim do Presépio fez seu lar,
Onde Guaimiaba foi resistência 
Da essência tupinambá.
Na Feliz Lusitânia foi apreciado,
Alastrou-se na província do Grão-Pará,
Sendo o cardápio na mesa dos senhores, 
O desejo nas tigelas dos negros escravos,
Disseminado no movimento da cabanagem
Como o sustento espremido nos alguidares. 
E dessa época, ribeirinhos trouxeram a peconha
Para subirem nos pés, cheios de artimanhas,
Ignorando qualquer altura 
Para garantir a fartura
Na mesa de todas as manhãs.
Até hoje, na doca, os barcos ancoram-se abarrotados, 
Emoldurados pela baia do Guajará,
Onde trabalhadores madrugam ansiosos
Na espera da colheita aportar.
E o Mercado do Ver-O-Peso se mostra ideal,
Aquarela de tipos humanos, cartão postal,
Que traz a primazia do açaí estampada nos rostos,
Pois nem a manga e a castanha assumem o seu posto,
Ou o arroz com feijão consegue ser tão popular.
Acompanhado de peixes, tapioca e camarão
O açaí virou prato de todas as classes então,
Igual ao tucupi e o tacacá!
Doce ou salgado, quente ou gelado, tanto faz!
Nunca ouve impasse capaz
De confundir o seu paladar!
E para quem custa acreditar,
Pergunte ao povo da mata por favor,
Caboclos do culto Mina nagô,
O quanto o açaizeiro é sagrado
De um axé puro, legitimado
Onde tudo dele se aproveita
Tal como o fruto que o enfeita,
De sua touceira ainda se extrai um palmito,
Suculento, assim descrito
Fácil de encontrar.
E suas raízes que o firma no chão
São por ocasião, um chá poderoso, 
Que pode não ser gostoso
Mas de certas dores faz se livrar.
Muito mais que cultuado,
Suas folhas dão charme aos telhados 
Para que de dentro das casas se veja o luar.
Artesanatos são feitos com gosto também,
Usados como convém para tudo adornar,
Bem como os paneiros nos ombros ligeiros,
Que chegam empilhados por todos os lados,
Trançados inteiros para o peso aguentar.
E o que dizer da sua polpa? 
Alimento saboroso que promove a saúde,
Bebida energética de atitude,
Parceira do guaraná.
Com banana, morango e granola 
Das academias à orla, todo mundo quer provar!
Fruto que retarda o envelhecimento
Cujo o óleo age de fora para dentro
Causando bem-estar!
E assim, o açaí conquistou identidade
Virou produto exportação de qualidade
Ganhou o mundo, até no Japão foi parar,
Virou super fruta no oriente,
Dieta bacana no Tio Sam de repente,
Levando consigo a essência da mais bela cidade,
Que hoje comemora quatrocentos anos idade,
Mostrando seus encantos de forma singular!
Lugar de gente bonita de sangue cabano,
Que expressa sua fé no círio de Nazaré,
Sua morenice marajoara no carimbó, lundu e siriá.
Colorido mosaico de talentosos artistas 

De Gabi Amarantos à Fafá
...
Terra que abraça e acolhe,
Grande portal da Amazônia 
A nossa Belém do Pará!

Nenhum comentário:

Postar um comentário