Enredo 2017
“Música
na Alma, Inspiração de Uma Nação”
Sinopse
A arte e a
linguagem da música são os laços que unem dois grandes gênios instrumentistas:
Pixinguinha e Louis Armstrong. Nossa historia vislumbra-se pela sensível
sonoridade de seus instrumentos, suas vozes e pela espontaneidade criativa da
essência da alma do povo americano.
Trazem-nos os acordes da eternidade do tempo, do templo da música, onde seus expoentes se acumulam e os seus destinos tornam-se canções… Aqui, seguem em desfile e Pixinguinha recebe Louis Armstrong para um memorável e inédito show: Sapucaí in Concert – a história da música norte-americana.
Seja bem-vindo, Louis Armstrong. Toque da sua forma que sente dentro do peito, a nossa música não tem fronteiras. Cante, conte… Sua história interessa ao mundo e a todas as esferas da vida brasileira.
Trazem-nos os acordes da eternidade do tempo, do templo da música, onde seus expoentes se acumulam e os seus destinos tornam-se canções… Aqui, seguem em desfile e Pixinguinha recebe Louis Armstrong para um memorável e inédito show: Sapucaí in Concert – a história da música norte-americana.
Seja bem-vindo, Louis Armstrong. Toque da sua forma que sente dentro do peito, a nossa música não tem fronteiras. Cante, conte… Sua história interessa ao mundo e a todas as esferas da vida brasileira.
Primeiro set:
a voz musical das suas heranças
Meu caro
Pixinguinha…
Tudo começa com a ritualização das canções de trabalho dos negros escravos em cânticos de louvores (spirituals) – que sobreviveram à dor e ao lamento e revelaram a purificação da alma e o seu estado de sofrimento.
Com o fim da Guerra Civil e a Abolição da Escravatura, sob o discurso de unificar a nação, congregando pessoas de diversas culturas e origens, os negros emancipados migraram para as cidades e, com eles, levaram os seus costumes musicais que infundiram, ao que cantavam ou tocavam, uma vitalidade e um caráter muito peculiares.
Nesse contexto, adotaram uma forma poético-musical individualizada, impressa na descontinuidade melódica de profanas canções, à qual chamaram de blues.
As concepções musicais afro-americanas que surgem no Delta do Mississipi e percorrem uma longa estrada numa constante evolução… inspiram-me!
Fazem com que me lembre daqueles primeiros tempos de Nova Orleans… Revivo as brass bands – que, entre outras ocasiões, tocavam durante os cortejos dos funerais.
Na ida, seguiam cadenciadas em homenagem ao falecido e, na volta, “marchavam”, tocando música para os vivos ao ritmo de um som alegre – como que se evocassem a ancestralidade de seus músicos.
A esfuziante genialidade das brass bands, com ritmo swing misturado ao ragtime – uma música tipicamente executada por pianistas, exuberantemente alegre para dançar – , caracterizava o jazz, em seus primórdios.
Rendo-me à improvisação rítmica incandescente do jazz… E, em homenagem a todos os seus grandes músicos, instrumentistas e intérpretes, toco-o, desafiando o tempo, assim como tocava, em pé e ao vento, sobre a proa de um barco a vapor deslizando sobre as águas do rio Mississipi, empunhando meu trompete aos céus!
E é a partir do blues, jazz e da música gospel, com seus estilos e formas, que espontaneamente surge uma integração musical por diversos caminhos com resultados artísticos idênticos ou semelhantes e até diferentes, em busca de uma identidade.
Tudo começa com a ritualização das canções de trabalho dos negros escravos em cânticos de louvores (spirituals) – que sobreviveram à dor e ao lamento e revelaram a purificação da alma e o seu estado de sofrimento.
Com o fim da Guerra Civil e a Abolição da Escravatura, sob o discurso de unificar a nação, congregando pessoas de diversas culturas e origens, os negros emancipados migraram para as cidades e, com eles, levaram os seus costumes musicais que infundiram, ao que cantavam ou tocavam, uma vitalidade e um caráter muito peculiares.
Nesse contexto, adotaram uma forma poético-musical individualizada, impressa na descontinuidade melódica de profanas canções, à qual chamaram de blues.
As concepções musicais afro-americanas que surgem no Delta do Mississipi e percorrem uma longa estrada numa constante evolução… inspiram-me!
Fazem com que me lembre daqueles primeiros tempos de Nova Orleans… Revivo as brass bands – que, entre outras ocasiões, tocavam durante os cortejos dos funerais.
Na ida, seguiam cadenciadas em homenagem ao falecido e, na volta, “marchavam”, tocando música para os vivos ao ritmo de um som alegre – como que se evocassem a ancestralidade de seus músicos.
A esfuziante genialidade das brass bands, com ritmo swing misturado ao ragtime – uma música tipicamente executada por pianistas, exuberantemente alegre para dançar – , caracterizava o jazz, em seus primórdios.
Rendo-me à improvisação rítmica incandescente do jazz… E, em homenagem a todos os seus grandes músicos, instrumentistas e intérpretes, toco-o, desafiando o tempo, assim como tocava, em pé e ao vento, sobre a proa de um barco a vapor deslizando sobre as águas do rio Mississipi, empunhando meu trompete aos céus!
E é a partir do blues, jazz e da música gospel, com seus estilos e formas, que espontaneamente surge uma integração musical por diversos caminhos com resultados artísticos idênticos ou semelhantes e até diferentes, em busca de uma identidade.
Segundo set:
as baladas de um cowboy
A experiência
jazzística leva-me a cruzar fronteiras e a criar laços históricos. Meus pistons
se unem ao violino, ao violão e ao velho conhecido banjo e configuram a música
country americana.
Ouça, Pixinguinha, esses acordes; eles evidenciam a fusão das baladas folclóricas europeias e dos cantos dos cowboys do sudoeste americano com a música oriunda dos negros. Sua pauta segue atrativa ao estilo que se caracteriza por tons graves e canções que descrevem o cotidiano rural. Siga-me e também a esse som nítido e brilhoso, sugerindo a “potência e a ternura” da música country – que seguiu fases de sucesso com programas de rádio e conquistou o universo musical americano, tendo, como um dos seus maiores expoentes, Wille Nelson e Dolly Parton [ a Dama do Country].
Ouça, Pixinguinha, esses acordes; eles evidenciam a fusão das baladas folclóricas europeias e dos cantos dos cowboys do sudoeste americano com a música oriunda dos negros. Sua pauta segue atrativa ao estilo que se caracteriza por tons graves e canções que descrevem o cotidiano rural. Siga-me e também a esse som nítido e brilhoso, sugerindo a “potência e a ternura” da música country – que seguiu fases de sucesso com programas de rádio e conquistou o universo musical americano, tendo, como um dos seus maiores expoentes, Wille Nelson e Dolly Parton [ a Dama do Country].
Terceiro set:
o toque freedom of speech, transpõe os limites da cor da pele e embala-nos com
a trajetória “alucinante” do rock and roll
Pixinguinha…
como consequência natural dos estilos musicais norte-americanos – que se
aproximam e se fundem -, deixemos que o rock preencha o nosso imaginário e os
espaços de forma intuitiva.
Gritemos pela verdade!
Os jovens se “cobrem de coragem” e seus desejos afloram de uma música underground tocada por homens investidos de deuses (ou por deuses investidos de homens).
O rock celebra a irreverência performática dos primeiros músicos roqueiros – Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis -, cruza os palcos americanos e coroa seu rei: Elvis Presley.
Mas, enquanto o público pede bis – a música soul traça um paralelo… um som da negra raiz, um instrumento de apoio à luta pelos direitos civis.
E o rock? Segue arrastando legiões de fãs e surfa no “lirismo comportamental” das ondas de beach rock da Califórnia… sua “loucura eletrificada” serve de banquete aos estridentes sons de suas bandas e tudo se mistura. No contexto social, sua evolução parece diabrura – uma espécie de liberdade: Woodstock! E suas guitarras transcendem a rebeldia e a candura, inscrevendo-se na psicodélica poesia da contracultura.
Gritemos pela verdade!
Os jovens se “cobrem de coragem” e seus desejos afloram de uma música underground tocada por homens investidos de deuses (ou por deuses investidos de homens).
O rock celebra a irreverência performática dos primeiros músicos roqueiros – Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis -, cruza os palcos americanos e coroa seu rei: Elvis Presley.
Mas, enquanto o público pede bis – a música soul traça um paralelo… um som da negra raiz, um instrumento de apoio à luta pelos direitos civis.
E o rock? Segue arrastando legiões de fãs e surfa no “lirismo comportamental” das ondas de beach rock da Califórnia… sua “loucura eletrificada” serve de banquete aos estridentes sons de suas bandas e tudo se mistura. No contexto social, sua evolução parece diabrura – uma espécie de liberdade: Woodstock! E suas guitarras transcendem a rebeldia e a candura, inscrevendo-se na psicodélica poesia da contracultura.
Quarto set: a
personificação da música no teatro e no cinema
Pixinguinha,
a história segue… Rejo as clássicas canções de George Gershwin e Cole
Porter, músicos compositores que deram sempre e tanto poder de criação e
vida às interpretações dos musicais de sucesso na Broadway. A partir de
seus conteúdos artísticos, sigo narrando a magnificência do realismo
fantástico dessas belas histórias destinadas à dramatização da música no
teatro. Contudo, o canto, a dança e a melodia emergem da memória afetiva
como poesia do saber, afinal, foi cantando “Hello Dolly” que tudo isso fez
parte do meu ser.
Das telas do
cinema,
Eu ouço e
vejo:
A música
esculpir os desejos.
Em foco! Ela
encena,
Contracena
com a emoção.
Com o mundo
sem fronteiras,
Ou uma doce
ilusão?
A música é o
artigo definido de uma paixão
Que se
revela, entre o pranto e a alegria
E conforta o
coração.
E assim, ao
longo das décadas, muitos filmes tiveram suas exibições consagradas. Em
alguns casos, tão originais, as músicas foram feitas especialmente para
determinados personagens ou histórias. E sob a verdade dessas canções:
“cantavam na chuva”, “embalaram-se sábado à noite” e tudo parece não ter
fim…
Louis
Armstrong, tudo é tão belo, único, singelo…e, no futuro, qual será seu elo?
Pixinguinha, caberá ao tempo esse feito, da sua forma e do seu jeito,
importando, da essência da música, a tradição e o respeito. Cabe-nos olhar
para frente, com a certeza de que a nossa música estará sempre presente…
Quinto set: a
inspiração é pop
Assim como
outrora a convivência entre os povos gerou novas variedades de músicas,
assim também, espontaneamente, a técnica e a riqueza fonográfica, a que
seguiram o rádio e a televisão, levarão magníficas composições,
videoclipes, shows e revelarão ao mundo novos reis e rainhas do universo
musical americano.
Já pressinto
e até ouço a música norte-americana tecnologicamente vestida de uma
explosão de cores e efeitos, acrescendo sua história… Cruzando novos
portais, entre o gueto e a cidade, misturando tradição e modernidade… Funk
é Brown e sua batida groove é poder! E, nessa levada, tramando as
palavras, o movimento hip-hop terá muito a dizer: versando a verdade nua e
crua, proferindo sem distorcer, a poesia que vem das ruas, como rima do saber.
Pixinguinha,
não se recuse a crer: que para além dessas batidas criarão efeitos eletrônicos
– forjando a herança da Montown – e Deus sabe lá o que vai acontecer! Mas
ouvindo a música da minha alma, me arrisco a prever: sons inovadores que
ousadamente deslizarão sobre as pistas de dança ao calor da juventude –
disco, discoteque – embalados pelos hits de Donna Summer, serão os tempos
da brilhantina, tempos de sedução e prazer.
O passado é
remixado ao futuro e, a cada década, um novo cenário. Ray Charles,
Aretha Franklin, Mahalia Jackson, Frank Sinatra, Robert Johnson, BB King,
Diana Ross, Earth, Wind & Fire, The Commodores, Jackson Five, Marvin
Gay, Steve Wonder, Barry White, Leonel Richard aos hits e performances da
música pop de Michael Jackson, Prince, Madonna, Whitney Houston, Jennifer
López, Mariah Carey, Britney Spears, Ke$ha, Lady Gaga, Justin
Timberlake, Beyonce – são muitos nomes que fizeram, fazem e farão da
música norte-americana um universo infinito de estilos, astros e estrelas.
Ouça, amigo
Pixinguinha, todos pedem bis…
Seja daqui
pra lá, e de lá pra cá, o seu saxofone une-se ao som do meu trompete!
É, Louis, a
música norte-americana é o porta-voz mais poderoso e eloquente de seu povo
– ouvida em todas as partes do mundo. Hoje é coroada à celebração da alma,
às raízes de um povo, ao sucesso de uma balada… Sapucaí in Concert é a
inspiração, é o ritmo da nossa batucada…
Comissão de
Carnaval: Mauro Quintaes, Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo.
Pesquisa e
texto: Marcos Roza”
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