terça-feira, 17 de julho de 2018

GRCSES UNIDOS DE VILA MARIA (SÃO PAULO/SP)

“Nas Asas do Grande Pássaro, o Voo da Vila Maria ao Império do Sol”

 

Vento alísio que varre a história e revira os grãos de areia de sua terra, hoje és brisa leve que em sopros nos eleva além do teto do mundo, sobre a muralha imponente dos picos nevados dos Andes, e faz abrir o portal da morada de “Inti”, fogo ardente. Vento que se esvai e risca no ar uma estrada em poesia a conduzir nas asas largas de um condor viajante o samba da Vila Maria.
Viagem no tempo ao alvorecer da América em eras distantes, visão nos olhos de um passado mítico que nos conta que em certo dia o céu se derramou em lágrimas em um pranto a transbordar. Eis a nascente do majestoso lago, embrião da vida, de onde emergiu sua gente, do espelho d’água resplandecente, o grandioso Império do Sol.
E a terra se inundou de luz e fulgurou pelo chão de suas falésias, desertos e altiplanos, iluminando o horizonte Chavín, Nazca, Paracas, Tiwanaku, alastrando-se em civilizações e suas dinastias por tempos imemoriais. De Caral a Cuzco, dos Mochicas ao esplendor dos Incas, do sonhado “El Dorado” do “Senhor de Sipán”, a história escrita de conquista, bravura e sangue do grande “Pachacutec”.
Sob a regência do arrebol, essência, fecundou-se o solo. A fertilidade de “Mama Killa” cobriu a terra com o manto verdejante da selva, correndo pelos fartos vales e plácidas pastagens de onde brotaram grãos dourados e raízes que foram alimento e tributo, dádiva de fartura e diversidade de cores, aromas e sabores, temperando com “aji” o seu povo moreno.
Do mesmo ardor que resplandece no firmamento se aqueceu a fé em divindades, orações miscigenadas ao tempo, do saber “Quechua” e de Castela a acender em tantos altares sagrados e “profanos”, nas celebrações multifacetadas, de crenças e seus fervores, louvados sejam nas danças e procissões que se erguem em seus andores.
E assim, a rica nação peruana se formou, emblemática por sua ancestral cultura, enigmática em sua indecifrável origem, que paira entre o céu e a terra, uma nação que abraça orgulhosa suas raízes como elo perdido da gênese da América. Um povo para sempre guerreiro que brilha na linha do tempo e nas linhas da vida riscadas em seu chão, reluzindo no silêncio mágico e místico que repousa nos monumentos que vez em quando se revelam das entranhas da terra como testemunha de sua glória.
Eis que ainda és o “El Dorado” por tantas riquezas que ainda se escondem sob suas montanhas, és imperial para sempre, iluminado de Sol e guardado pelo fiel condor, o grande pássaro que hoje estende suas asas também sobre nós, abraça duas nações, lá e cá em um mesmo carnaval, aquecidas pelo mesmo astro no calor humano que nos permite ser, inclusive, súditos desse imenso “Império do Sol”.

Alexandre Louzada
Autor da Sinopse

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