quarta-feira, 4 de agosto de 2021

GRES SÃO CLEMENTE (RIO DE JANEIRO/RJ)

Minha Vida É Uma Peça!

I - O CÉU DE PG

Esta Peça Enredo-carnavalesco foi escrita por uma legião de fãs.

Do tamanho do Brasil.

Demorou 42 anos pra chegar a este palco/passarela - portanto, nada de chororô, aproveitem este “rir é resistir”.

E ao terceiro sinal, no caso uma sirene, quando a cortina (que é um portão) abre, e os holofotes acendem para o Prólogo da Peça, tem confete, serpentina, fantasia preta-amarela, num delírio total:

Nossa Estrela chega no céu, em festa.

Anjinhos não tocam harpas pois estão se mijando de rir.

Todos os Comediantes que lá estavam, vieram receber o novo

Astro Eternizado no Paraíso da Comédia Nacional.

Muitos já conheciam esta montagem-espetáculo-desfile, mas fizeram questão de voltar mais uma vez, porque o ator merece!

O céu de Paulo é um paraíso do bem, da fraternidade, da bondade e da…. Esculhambação.

Sim, ele pega nos peitos de Derci, imita Golias, rodopia com Otelo e aos aplausos de Costinha

PG exclama feliz: “isso aqui parece quando desfilei na São Clemente!”

II - HERMINIA AMARAL

E então ele, hiperativo mágico, descobre que está de novo na agremiação da Zona sul, uma segunda vez, encantada, em desfile atravessando a Sapucaí.

E os bobes de dona Herminia retornam a sua cabeça, ele amarra o lenço estampado, e num piscar dos olhos fascinados e maquiados, ela, a genitora que divertiu a família brasileira, dá as mãos a Carlos Alberto, e “desce na poeira da poesia” para encontrar seus filhos na Cena Seguinte, em cima de carro alegórico.

Marcelina e Juliano empurram Soraya para segundo plano e reapresentam à Sapucaí. aquela que é a maior Mãe de todos os tempos,

Novamente ovacionada pelas arquibancadas.

Foram 15 anos, de representações, teatro e na televisão, filmes que bateram todos os recordes no cinema nacional, um santinho em tudo que é coração verde-amarelo; mas agora só interessa cantar e sambar por Ela, por Ele, por nós, sobreviventes do hiato inconcebível, que em epifania se revela catarse, para entronizá-la “Herminia Amaral, a dona da zorra toda!”

III - FLECHA DO CUPIDO

E como a arte imita a vida, ele foi mais feliz ainda no próximo setor da procissão festiva: Thales e as crianças vieram dizer que só o amor constrói, que família são laços de afeto e que viva a liberdade da gente ser aquilo que cada um é.

O que já era bom ficou perfeito, porque a simplicidade tem o poder de amolecer até o mais duro dos corações.

A parada vai fluindo e inspirando resistência bem humorada; ensinando que felicidade é que nem Bumbum: cada um tem o seu.

Sem imposição, sem ódio, sem vergonha.

E com solidariedade: não existe modelo único de humanidade.

Pluralidade faz parte…

IV- BONDEDAZAMIGAS

Nesta cena da peça, amigos da vida “fora da curva”invadem a pista para declarar que nunca houve alguém como ele: único, generoso, inesquecível, poderoso, companheiro, e…. terrível.

Por isso este bonde da amizade forma a quarta alegoria, “o lado esquerdo do peito”, já que amigo é coisa pra se guardar, celebrar, e desfilar juntos, num rolezinho pela Marquês colorida.

V - “D” DE DIVA DÉA, DULCE, DIVERSIDADE

Mas quem era a Estrela da Estrela?

Ó musa encantadora e desbocada, vem pra Avenida ver o teu guri desfilar: abram alas para o D de Diva inspiradora, Déa.

É ela quem desce o pano e fecha o portão encerrando esta

Comédia-homenagem à beleza do existir: a maternidade da emoção -

Déa, a mãe da Mãe, a que nos embala com seu canto de fascinação.

Oferecendo fundamental apoio do modelo feminino que molda um libertário espírito para semear a Caridade (lembrem que “D” pode ser também de Dulce dos pobres”) e aceitar a Diversidade.

Déa, a íntima de todos nós por empatia.

Déa mamãe genial do gênio aclamado, que pariu a dupla perfeita pois a irmã devotada, fiel escudeira Ju, personifica “unha e carne”, “corda e caçamba”.

Déa, a da voz que canta junto com esta multidão, que a peça da vida dele é pra inspirar a rir e resistir, com o Brasil seguindo em frente, em busca de um mundo melhor.

Epitáfio do Gurufim Carnavalizado:

Valeu PG!

Nada será como antes, mas nada também foi em vão.

Você marcou nossas vidas, você vive em nós; e em teu nome, maravilhoso, desfila hoje a Família Clementina e os sambistas da superação, pois dias melhores virão!


Autores:

O Povo Brasileiro fã de Paulo Gustavo e a Família Clementiana

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